Chegamos em tempo recorde na casa principal, a seguro nos braços e a levo escada acima até o meu quarto a deito na cama. Amália vem logo em seguida.

—Chame o Fred. Ela foi picada por uma cascavel.

—Santa mãe de Deus!— Amália se desespera.

—Ja chamei o Fred, ele já está trazendo o soro. Disse para lavarmos o local da picada com água e sabão. Falou também que temos que limpar bem pois pode necrosar.

A moça começa a se contorcer na cama

—Ela deve estar sentindo muita dor. Veja como está suando. —Atilio observa. Amália vem com uma bacia de água e sabão. Pego a bacia e lavo o local da ferida.

Fred chega com o soro. Então ele dilui o soro em uma solução fisiológica e aplica. A jovem está desacordada e apenas tem alguns espasmos.

—Ela vai ficar bem?—Pergunto preocupado.

—Vamos esperar, o veneno da cascavel é neurotoxico, vocês agiram rapidamente. Creio que vamos salva-la. Mas ela vai ficar sem andar por alguns dias. Quem é ela?

—A encontramos na estrada. Acho que estava perdida.— Atilio responde.

—Aquela companhia de ônibus. Muitas pessoas tomam o rumo errado. Ao invés de ir em direção a cidade acabam vindo para cá.

—Temos que arrumar as placas novamente. Ela poderia ter morrido.—Falo para Fred e Atílio.

—Quem é ela papai? —Meg entra no quarto.

—É uma moça que estava perdida na estrada.

—Por que ela tá dormindo?

—Ela foi picada por uma cobra.

—Ela vai morrer?— a garota está me tirando do sério com tantas perguntas.

—Nao, ela não vai. Amália! Leve a Meg daqui. —Amalia segura na mão da menina. —Fred fique com ela, tenho assuntos a resolver.

Atílio me segue até o nosso destino. Temos que resolver o problema dos canos.

Chegando lá encontramos a razão do entupimento. Na verdade os canos não existem mais.

—Mas o que pode ter causado isto? Parecem ter sido feito por dentes.—Atilio observa.

—Vamos chamar alguns homens e a noite vamos caçar.

— Caçar?

—Sim. Temos coyotes ao nosso redor, e isto é um perigo para os animais da fazenda.

—Mas como você pode afirmar que são coyotes? E por que eles morderiam os canos?

—Os coyotes não morderam os canos? Eles morderam.—aponto para os ossos de animais mortos em um canto perto de uma árvore. —Os coyotes os mataram. Veja quantas pegadas. Coyotes são perigosos. Vamos depois voltamos para consertar os canos. Avise os homens que quero um de vigia a noite toda. E que dobrarei o salário dele. Quero que atire nos coyotes. Nossa segurança está em risco.

—É eu ouvi falar dos Del Homo. Que os coyotes arrastam a filhinha deles. Só conseguiram salvar a criança porque o capataz estava armado e atirou no animal. Temos as crianças que estudam na escola precisamos matar logo eles.

—Calma eles vem a noite. Estaremos preparados.

Os materiais para o conserto dos canos chega, alguns homens vão fazer o trabalho que é acompanhado de perto por mim.

—Ja providenciaram os homens que vão ficar de campana para matar os coyotes?— Pergunto a Atílio.

—Sim, tenho seis homens dispostos a passar a madrugada em claro pra pegar estes bichos. Mudando de assunto. Como será que a moça tá hein?

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