— Então a gente pode tomar esse daqui juntos, né?

— Mas antes eu preciso dizer que com vinho na mente eu já não tenho mais tantas consciência dos meus atos.

— Acredita que eu também não?

Sério isso, Ana Júlia? É sério isso? Saia já daí e se afaste desse jogador... Nossa, ele é gostoso.

Tô um pouco bêbada.

— Bom, vamos voltar pra lá, né?— limpo a garganta e caminho até a porta, mas quando tendo abrir...

— Que foi?— pergunta.

— Tá trancada.

— Trancada como? Eu deixei aberta.

Gabriel... Que filho da mãe!

— Certeza que foi o Gabriel, vou matar aquele filho da mãe.

— Ele?— ergue a sobrancelha— por acaso quer que a gente se pegue? Ele quer, né?

— Parece que sim, né? Ele é doido!

— E você não me pegaria?— da um sorrisinho de lado e em seguida passa a língua pelo lábio inferior.

Juro, sério, papo reto, isso aqui mexeu comigo.

Não digo nada, só desvio meu olhar e tento procurar meu celular, só que aí lembro que ele estava dentro da minha bolsa que ficou lá na sala.

— Seu celular tá aí?— pergunto.

— Nem tá, deixei lá.

Tento abrir a porta na força do ódio só que obviamente foi uma ideia idiota.

Nota mental: jogar os tênis do Gabriel na lama e pisar nas camisas dele.

— Bom, acho que só nos resta beber esse vinho, né?— levanta a garrafa.

— Só assim pra eu te aturar durante esse tempo.

Assisto os seguintes momentos em câmera lenta: ele deixando a garrafa de vinho sobre uma mesa, me olhando de uma maneira que faz com que eu perca o ar, passando o dedo polegar pelos lábios e dando passos lentos em minha direção.

Quando minhas costas se chocam contra a porta de vidro eu sei que dei passos pra trás.

De repente tudo fica quente e o olhar dele queimando sobre meu corpo só piora a situação.

Vou matar o Gabriel e fazer picadinhos dele.

— Fugindo de mim?

Por que a voz dele ficou tão atraente do nada?

— Óbvio que não.

— Sério?

Mordo a parte interna da bochecha pra repreender qualquer coisa que eu pense em dizer e todo o espaço que tinha entre a gente é quebrado quando ele se põe na minha frente, a uns cinco centímetros de distância.

Consigo sentir o calor do corpo dele e pela minha falta de altura, fico com o rosto próximo ao seu peitoral.

Sinto o cheiro forte e bom do seu perfume e quando levanto a cabeça pra encara-lo, me arrependo disso porque ele tá me olhando de uma maneira tão...

Caraca, de repente meu coração acelerou.

— Você é bem baixinha, né?— diz e sinto seu hálito de bebida alcoólica misturado com o cheiro de alguma bala de menta.

Foco, Ana Júlia, ele te chamou de baixinha, lembra que você odeia que façam isso.

— Eu posso ser desprovida de tamanho mas te garanto que se eu levantar meu joelho acerto em cheio isso aí que você tem no meio das pernas!— digo e uma risada debochada sai dos seus lábios.

𝗣𝗢𝗗𝗘 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗥•• 𝗚𝗲𝗿𝘀𝗼𝗻 𝗦𝗮𝗻𝘁𝗼𝘀Onde histórias criam vida. Descubra agora