Capítulo 7 - Olá, Dona Morte - Parte 2

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Chega! — exclamou Parca interrompendo a menina. — Eu não ligo para essa sua histórinha de ensino médio. Não é esse tipo de contrato que eu estava falando!

— Nossa, ufa. Na real isso é aliviante! Imagina eu ter minha alma levada só por causa de uma promessa boba de quando eu era nova.

Eu não estou aqui por você, Pacifica Southeast. Estou aqui para levar ele — Parca retrucou a Pacifica apontando para Dipper que começara a se contorcer de dor no chão.

— Dipper? O que ele te prometeu?

Muitas coisas, minha criança! Não se preocupe, pois não vou fazer nada com você. Só te peço que se afaste um pouco para que eu possa levar essa alma já condenada!

A Parca posicionou-se diante do garoto, que mal conseguia se mover para se defender. Sua foice estava firmemente empunhada em suas mãos, pronta para desferir um golpe fatal que provavelmente mataria Dipper instantaneamente. No entanto, quando a criatura ergueu a foice, Pacifica se colocou rapidamente na frente do menino, estendendo os braços como um escudo humano entre o ataque iminente da Parca no Dipper.

A criatura olhou perplexa para Pacifica, ali parada. Foi uma reviravolta inesperada para ela, algo que estava se tornando típico das ações da garota.

O que você está fazendo, menina? Saia da frente dele, ainda não é sua hora — falou Parca deixando sua posição de ataque e olhando diretamente para os olhos da garota.

— Olha, eu realmente não sei o que estou fazendo! Mas não posso deixar você simplesmente matar uma pessoa na minha frente — exprimiu Pacifica ainda na frente de Dipper e com um olhar de determinação.

Garota tola, esse homem me deve sua alma por não cumprir o seu contrato comigo!

— Ele fez um contrato com você? Que tipo de pessoa seria burra o suficiente para fazer isso?! — questionou Pacifica olhando para Dipper com uma cara de estranheza.

O tipo de pessoa que está desesperada... — proferiu Parca colocando o dedo indicador na cabeça da Pacifica — Já que você tem tanta curiosidade, vou lhe mostrar.

Um leve choque percorreu todo o corpo de Pacifica. Embora ela conseguisse sentir algo, era uma sensação estranha. Não era dor, era algo mais próximo de cócegas. Um sentimento novo e desconhecido para ela. Seus olhos fixaram-se no rosto da criatura diante dela, e em questão de segundos, uma sensação de desligamento a envolveu. Sua consciência se apagou brevemente e, logo em seguida, foi ligada novamente.

Quando Pacifica finalmente recuperou sua lucidez, percebeu que não estava mais na floresta, nem em lugar algum que reconhecesse. Ela se encontrou em um tipo de mundo suspenso na escuridão. Não havia céu, solo, árvores; apenas escuridão absoluta. Um sobressalto a percorreu, e seus olhos se moveram rapidamente em busca de algo, qualquer ponto de referência nesse abismo infinito. Virando-se para a direita, ela encontrou a presença reconfortante da Parca ao seu lado. Pacifica não sabia exatamente o porquê, mas a visão da criatura sombria que colhe almas trazia um estranho senso de tranquilidade. Mesmo em meio a essa escuridão avassaladora, ela não estava só.

Muito lindo, não é?

— Olha, admito que eu já vi paisagens mais bonitas.

Você é uma garota engraçada.

— Ainda bem que você acha! Mas se eu posso perguntar, onde estamos?

Estamos em um lugar chamado de Reino dos Sonhos. Aqui podemos ver todos os acontecimentos da vida de qualquer ser vivo que já pisou no seu planeta.

Reverse Falls: O Fim do EspetáculoOnde histórias criam vida. Descubra agora