Uma parcela dela realmente te quer

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Sana não queria acabar com a diversão tão rápido. Ainda estava decidindo qual castigo dar a ela. E percebeu que ela também procurava uma saída viável, um meio de ganhar tempo.

— Conhece aquele ditado?

— Depende. Qual deles?

— Se correr o bicho pega. Se ficar o bicho come.

Momo não teve ainda seu momento de pancadaria com Dahyun, digo, na fase atual. Mas teve uma oportunidade perfeita para treinar. Mina estava extravasando toda a sua raiva, assim como ela. Naquela altura do campeonato, estavam rolando por cima de um túmulo, e amassando todas as flores frescas em cima do lar do falecido.

Quando caíram no chão, Mina caiu por cima de Momo. Já tinha tirado sangue suficiente do nariz dela. Momo conseguiu se desvencilhar, agarrou na loira e jogou ela novamente em cima do túmulo. Mina então acertou o pé com força na coxa dela.

— Em mim nunca mais vai doer. Mas em você, lamento dizer. Vai doer pra sempre. — Mina sorriu maldosa vendo a cara de dor da Hirai.

Não demorou muito para voltarem a se agarrar como dois animais da selva. Mina bateu, mas também apanhou.

— Ali! São elas! — O grito estridente chamou a atenção das duas. Vinha uma mulher ruiva de meia idade, acompanhada de policiais. — Duas arruaceiras!

— Vocês duas. Estão presas. — Naquele rápido momento, Momo reconheceu a policial. E Jeongyeon reconheceu a estranha que tinha encontrado de manhã. — Violação de sepultura.

Mina e Momo se entreolharam com ódio. Não totalmente uma pela outra. Mas por terem sido atrapalhadas bem na hora da diversão.

— Violação de sepultura, sério? Tem tanta bandidagem solta por aí, e vocês vem prender logo duas pessoas que estão apenas tendo um acerto de contas? — Momo reclamou enquanto Jeongyeon colocava as algemas em seus pulsos. Normalmente fugiria, mas não era uma boa em um cemitério.

— É sempre assim. Recebem para fazerem de tudo, menos deixar a cidade um lugar mais seguro. — Mina também reclamou. — Essa corporação é uma vergonha.

— Podem ter o acerto de contas de vocês onde quiserem, não aqui. Aqui é o descanso sagrado dos mortos.

— Descanso? — Mina olhou bem para Jeongyeon, com seu cabelo todo desgrenhado, um olho roxo, e a cara de doida, era o pacote completo para uma fugitiva de sanatório. — Os mortos estão fazendo tudo, menos descansando.

— Boa tentativa de me assustar, no momento não funcionou. — Jeongyeon disse sem ânimo enquanto a encaminhava pra viatura.

Momo e Mina se olhavam no banco de trás como se fossem cometer mais algum delito. O parceiro de Jeongyeon tomava um cappuccino encarando mais um dia de trabalho. E Jeongyeon se mordia de raiva por estar quase certa sobre a estranha ser uma possível criminosa. Mal podia esperar para chegar na delegacia, e checar os antecedentes dela.

— Diz aí, você é policial faz muito tempo? — Momo perguntou como quem não quer nada.

— Do que isso te interessa?

— Me interessa muito sabia? Quero saber com quem a minha nova amiga vive. Ela não me falou nem que tinha namorada. — A Hirai deu uma risadinha. — Quanto mais uma namorada da força.

— Nós não somos namoradas. — Jeongyeon disse ríspida.

Momo não ia desistir de arrancar alguma coisa. Um mero cala boca dela. Precisava se distrair, e olhar pra cara de uma bruxa não era a melhor alternativa.

— Que boa notícia. Eu sou nova na cidade. Que tal você me levar pra dar uma volta em outro veículo sem ser esse?

Jeongyeon se irritou mais ao ouvir uma risada no banco de trás. Mina balançava a cabeça negativamente, rindo da cara de pau de Momo.

A Bruxa Tá SoltaOnde histórias criam vida. Descubra agora