Até que um soluço magoado escapou dele, fazendo Ornella franzir o cenho preocupada e a sua mãe teve que agir. 

- Ssshhh, tudo bem, tudo bem, vem, pega o mama, vai acalmar você vampirinho. - ela levou o bico de borracha em direção aos lábios dele, tentando faze-lo pegar. - Vem, querido, pega o mama, pega...

Mais um soluço e nada de Klaus abrir a boca para aceitar o sangue quente, Nadya estava começando a se preocupar que ele talvez estivesse em um estágio de sono profundo e completamente inconsciente por causa de seus ferimentos de outrora. Ela continuou tentando fazer Niklaus pegar o bico da garrafa de vidro, até que ela usou um de seus polegares para afastar um pouco o lábio inferior dele e finalmente a boca estava aberta, era a deixa da grande mulher. 

- Aqui, isso, pronto... - o menino inconsciente rapidamente começou a sugar o conteúdo da garrafa, quando sua garganta sentiu o sangue fresco descendo logo a sucção dele se tornou mais urgente. Nadya sorriu suavemente, ela estava tão orgulhosa e triste ao mesmo tempo o vendo mamar com tanta ferocidade. - Que bom menino você é, que bom menino...

- Mãe, até quando esse homem vai ficar aqui? - questionou Ruslana, a filha morena que ainda estava ali observando aquela cena ridícula de sua mãe paparicando um macho desprezível. Maldita hora que elas aceitaram a ideia de Ornella e o levaram para sua casa. 

- Até quando eu decidir que ele ficará. - a grande mulher avisou firmemente, ela sabia que as suas filhas, pelo menos Lisa e Ruslana, não aceitariam facilmente a presença de um homem dentro de seu castelo, ela mesma não havia aceitado isso durante milênios de existência, mas aquele menino exalava necessidade de cuidados, vulnerabilidade apesar dele tentar a todo custo disfarçar, isso provava pelo fato dele chorar enquanto dormia. 

Ele não era um homem como ela havia visto a séculos atrás, ele era só um menininho.  

Niklaus mamou todo o sangue de dentro da garrafa e apesar daquilo não o encher totalmente, poderia enganar seu estomago por um curto período de tempo e o fazer se sentir mais acolhido enquanto tinha o sonho ruim. Ele continuou mamando até mesmo quando a garrafa estava vazia, o que Nadya achou extremamente fofo, mas ela puxou o bico de borracha da boca dele e o entregou a Ornella que o segurou de bom grado. Logo a grande mulher de cabelos vermelho passou sua mão livre pelo rosto do menino o vendo começar a se mexer em seu colo, e logo seus olhos se abriram ainda com alguma dificuldade.

- Oi, lindinho, como você esta se sentindo? - ele avistou o rosto da mulher logo acima dele, mas sentia uma sensação de satisfação e seu corpo não estava doendo como antes, mas ele sentia a umidade de seu rosto e se lembrava claramente do sonho que havia tido. 

- O que... - disse Klaus confuso ainda e sonolento. - O que houve?  

Nadya teve pena, muita pena do menino, ela não se conteve ao ver aquela expressão tão confusa e inocente no rosto do pequeno vampiro e o trouxe gentilmente para um abraço, sentindo o rosto dele pousar em seu grande ombro e logo uma de suas mãos estava acariciando suas costas em círculos calmantes. 

- Nada, pequeno, não houve nada... - disse a grande mulher em um tom baixinho e maternal, sentindo o corpo e Niklaus ficar rígido ao seu toque e ela deduziu que ele não era acostumado a ter tantas demonstrações de carinho como um abraço. - Esta tudo bem... esta tudo bem, não precisa temer nada aqui...

- Por favor, me solte. - Klaus insistiu, o abraço de Nadya era maior pois conseguia envolver todo o seu corpo, mas aquele calor, aquela sensação de segurança, fazia muitos, muitos anos que ele não sentia. Talvez, desde a segunda vez que ele havia matado Esther, mesmo que ela quisesse o matar, por dentro, ele ainda sentia aquela áurea materna que ele só havia conhecido com sua própria mãe quando ainda eram humanos. 

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