Freneticamente, Harry começou a convocar coisas do laboratório de Draco com sua varinha, empilhando-as e colocando-as em uma tigela, que levou consigo quando aparatou de volta à sala de estar.

Draco estava tentando se sentar.

— Não! — Harry disse, quase deixando cair a tigela. Correndo para o sofá, Harry largou a tigela e ficou de joelhos.

— F... Fique longe de mim, — Draco disse fracamente.

— Deite-se!

— Não me toque, — Draco tentou dizer, mas Harry já o estava tocando, tentando fazê-lo se deitar. Esta foi uma ideia absolutamente estúpida, e Draco provou isso para ele quando se libertou do aperto de Harry e uma das feridas se abriu, começando a sangrar novamente.

— Deixe-me ajudá-lo, — Harry implorou, afastando as mãos.

— Como você já fez?

Lançando um feitiço de cura rápida na crosta, Harry fechou-a e abriu um dos frascos que havia pegado.

— Isto é uma pomada, deixe-me passar em você. Deixe-me...

— Eu disse para não me tocar.

— Eu não vou te machucar. Eu vou tomar cuidado. Deixe-me...

— Você não vai me machucar?

— Draco, — Harry disse. A magia correu através dele, formigando atrás de seus olhos novamente.

— Merlin, — Draco disse, parecendo um pouco chocado. — Não chore, porra. Fui eu quem você tentou matar.

É por isso que eu quero chorar, Harry quis dizer, mas não o fez. Em vez disso, largou a pomada e abriu o frasco que continha o líquido laranja. 

— Beba isso.

— Nem sonhe com isso. É algum tipo de veneno, certo? Não, obrigado. Uma tentativa de assassinato foi o suficiente em minha vida.

Harry engoliu em seco. 

— É uma poção que cura tudo. Você a fez. Você mesmo a inventou. Você é muito bom em poções... — Ele foi interrompido porque Draco estava tentando se deitar no sofá, seu rosto ficando branco enquanto ele mudava de posição. — Pelo menos deixe-me... — Selando a poção que cura tudo, Harry deixou o frasco de lado e tentou reorganizar as almofadas para que Draco se deitasse mais confortavelmente.

— Por que diabos você estava tentando me matar?

— Eu não estava. — Harry desejou poder pelo menos segurar a mão de Draco. — Eu... eu não sabia o que o feitiço fazia.

— Por que você jogou se nem...? O que diabos há de errado com você?

— Sinto muito. Draco, sinto muito.

Draco desviou o olhar.

— De qualquer forma, estou feliz por ter sujado o sofá de sangue. É horrível pra caralho.

Harry fez um som engasgado, querendo rir, mas com medo de chorar. Draco ainda estava coberto de sangue. Harry podia sentir aquele aroma pungente de animal com um toque de metal, como em um açougue.

Depois do Sectumsempra, Harry teve que cumprir detenção com Snape. Ele havia perdido a última partida de Quadribol, mas a Grifinória venceu mesmo assim. Harry entrou na sala comunal e todos estavam comemorando, Ginny correu em sua direção com os olhos brilhando e Harry a beijou.

— Eu mato Dumbledore, — Draco disse, — não é? — Indiferentemente, ele olhou para o teto. — Sou um assassino, tal como o meu pai.

— Você não matou Dumbledore.

AWAY CHILDISH THINGSOnde histórias criam vida. Descubra agora