Capítulo 6 | Maxim Vassiliev

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Mas além de tudo aquilo, sentia um toque familiar nele.

— Parece que gostou do que viu. — Arthur sorriu levemente.

O homem parou ao lado de Arthur, e sem muitas cerimônias, Arthur cedeu seu lugar ao homem que logo se assentou a minha frente.

Arthur me olhou de relance e se foi, assim como pela manhã.

Agora, com ele sentado em minha frente, podia vê-lo bem melhor. Seus olhos eram tão azuis que pareciam lentes de contato. Ou talvez eram.

— É um prazer vê-la, Elizabeth Clark. — Sua voz foi como um soco de um lutador de MMA.

Ouvir a voz dele pessoalmente era totalmente diferente do que ouvir pelo celular.

Limpei a garganta para cumprimentá-lo.

— É um prazer conhecê-lo. Diferente de você, eu não sei o seu nome.

O loiro sorriu levemente enquanto cada mísero detalhe meu.

— Maxim. Maxim Vassiliev.

Quando seu nome foi dito, minha memória lembrou-me de um certo garoto que acabei ajudando há anos atrás.

Não seria possível que aquele garotinho tenha mudado tanto em apenas 5 anos. Ou seria?

— Você... nós já nos encontramos, não é? Eu ajudei você com um filhotinho há 5 anos atrás.

De relance vi seu rosto corar levemente. Apesar dele ser enorme parecia bem sensível.

— Exatamente! Não achei que fosse me reconhecer. Fico imensamente grato por ter à memória tão boa, moya boginya!

Ouvir aquilo era estranhamente sedutor. Agradeci mentalmente aos céus por ter escolhido uma roupa de cobrisse toda a minha pele, pois, agora mesmo, todos os meus pelos estavam eriçados.

— Disse que me ajudaria à encontrar ele.

Seu humor mudou drasticamente no exato momento em que toquei no nome de Kart. Seu sorriso morreu e agora o tédio tomava conta de sua face.

— É né, fazer o que. — O homem dava mais atenção ao cardápio do que ao motivo de eu estar ali.

— O que acha que aconteceu com ele? Você o conhece? 

— Tive à imensa infelicidade de conhecê-lo. Não entendo o porquê de querer vê-lo novamente.

Um breve silêncio se formou na mesa.

Ele levantou o olhar e coçou a garganta me fazendo prestar atenção nele.

— Desculpe a minha má educação. Aposto que você deve ter seus motivos, querida.

— Quero que ele pague pelo o que fez. Quero que ele sofra mil vezes mais do que aquelas crianças.

Minhas palavras pareceu o agradar, pois ele se apoiou na mesa enquanto um sorriso se formou em seus lábios.

— Se é isso que quer posso ajudá-la, moya boginya. Mas quero algo em troca, já sabe bem do que estou falando.

— Não irei repetir o que falei anteriormente, Maxim. Mas apesar disso, estou disposta a colaborar com você. Me ajude à encontrar Kart e darei o que quer.

— Moya boginya. — Sorriu. — Sejamos sinceros um com o outro. Eu a quero mais que tudo nessa terra, e você também. Se você estiver ao meu lado, pode conseguir tudo o que quiser, você apenas tem que pedir para este seu mero servo. Sou completamente devoto a você, querida.

— Não entendo o que você viu em mim. Arthur me disse a mesma coisa.

— Então eu lhe pergunto, o que eu não deveria ver em você? — Indagou sugestivo.

— O que quer dizer com isso?

— Eu lhe conheço como a palma da minha mão. Se quer ver Kart queimando no inferno, eu mesmo serei o diabo que irá castigar a ele. Eu sei que você quer vê-lo da forma mais medíocre e humilhante o possível; eu também sou aquele que conhece seus demônios e desejos como ninguém. Você, querida, está fadada a ser minha desde aquele dia.

— Não me importo com o resto. Me ajude a achá-lo. Você disse que é devoto a mim, certo? Então prove sua devoção me ajudando. Eu mesma levarei Kart para o inferno.

Maxim riu levemente.

Minhas palavras o agradaram já que desde aquele dia ele Maxim Vassiliev se tornou muito mais que meu stalker e sim meu completo servo.

Naquela mesma noite, após o jantar, Maxim me deixou em casa e com um sorriso mínimo no rosto prometeu entrar em contato.

Quando entrei em casa senti o calor de estar novamente no meu lugar.

Coloquei uma roupa quente e confortável e deitei na cama enquanto mexia no celular.

Uma nova mensagem fez meu telefone vibrar. O número era o que eu havia entrado em contato com o russo ontem à noite.

A mensagem era uma foto, parentemente a imagem era de uma câmera de segurança, a data era exatamente do dia em que Kart desapareceu.

Na imagem era possível ver ele em uma entrando em um bar com alguns dos seus amigos; amigos esses que eu conhecia muito bem.

Thomas, Marcel e Bryan.

Os três eram os mais próximos de Kart e os piores também. Perdi à conta de quantas inúmeras vezes fui assediada por esses três, e o pior de tudo era que muitas vezes era na frente de Kart e ele nem sequer dizia uma palavra.

— The Mermaid Inn.

Sussurrei para mim mesma.

Logo abaixo o homem havia digitado uma mensagem de texto.

"Um presente para você, Moya boginya. Use com precaução".

Sorri levemente com a mensagem deixada pelo homem. Bloqueei a tela do telefone e me aconcheguei nos lenços quentinhos. Logo adormeci.

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