Mas além de tudo aquilo, sentia um toque familiar nele.
— Parece que gostou do que viu. — Arthur sorriu levemente.
O homem parou ao lado de Arthur, e sem muitas cerimônias, Arthur cedeu seu lugar ao homem que logo se assentou a minha frente.
Arthur me olhou de relance e se foi, assim como pela manhã.
Agora, com ele sentado em minha frente, podia vê-lo bem melhor. Seus olhos eram tão azuis que pareciam lentes de contato. Ou talvez eram.
— É um prazer vê-la, Elizabeth Clark. — Sua voz foi como um soco de um lutador de MMA.
Ouvir a voz dele pessoalmente era totalmente diferente do que ouvir pelo celular.
Limpei a garganta para cumprimentá-lo.
— É um prazer conhecê-lo. Diferente de você, eu não sei o seu nome.
O loiro sorriu levemente enquanto cada mísero detalhe meu.
— Maxim. Maxim Vassiliev.
Quando seu nome foi dito, minha memória lembrou-me de um certo garoto que acabei ajudando há anos atrás.
Não seria possível que aquele garotinho tenha mudado tanto em apenas 5 anos. Ou seria?
— Você... nós já nos encontramos, não é? Eu ajudei você com um filhotinho há 5 anos atrás.
De relance vi seu rosto corar levemente. Apesar dele ser enorme parecia bem sensível.
— Exatamente! Não achei que fosse me reconhecer. Fico imensamente grato por ter à memória tão boa, moya boginya!
Ouvir aquilo era estranhamente sedutor. Agradeci mentalmente aos céus por ter escolhido uma roupa de cobrisse toda a minha pele, pois, agora mesmo, todos os meus pelos estavam eriçados.
— Disse que me ajudaria à encontrar ele.
Seu humor mudou drasticamente no exato momento em que toquei no nome de Kart. Seu sorriso morreu e agora o tédio tomava conta de sua face.
— É né, fazer o que. — O homem dava mais atenção ao cardápio do que ao motivo de eu estar ali.
— O que acha que aconteceu com ele? Você o conhece?
— Tive à imensa infelicidade de conhecê-lo. Não entendo o porquê de querer vê-lo novamente.
Um breve silêncio se formou na mesa.
Ele levantou o olhar e coçou a garganta me fazendo prestar atenção nele.
— Desculpe a minha má educação. Aposto que você deve ter seus motivos, querida.
— Quero que ele pague pelo o que fez. Quero que ele sofra mil vezes mais do que aquelas crianças.
Minhas palavras pareceu o agradar, pois ele se apoiou na mesa enquanto um sorriso se formou em seus lábios.
— Se é isso que quer posso ajudá-la, moya boginya. Mas quero algo em troca, já sabe bem do que estou falando.
— Não irei repetir o que falei anteriormente, Maxim. Mas apesar disso, estou disposta a colaborar com você. Me ajude à encontrar Kart e darei o que quer.
— Moya boginya. — Sorriu. — Sejamos sinceros um com o outro. Eu a quero mais que tudo nessa terra, e você também. Se você estiver ao meu lado, pode conseguir tudo o que quiser, você apenas tem que pedir para este seu mero servo. Sou completamente devoto a você, querida.
— Não entendo o que você viu em mim. Arthur me disse a mesma coisa.
— Então eu lhe pergunto, o que eu não deveria ver em você? — Indagou sugestivo.
— O que quer dizer com isso?
— Eu lhe conheço como a palma da minha mão. Se quer ver Kart queimando no inferno, eu mesmo serei o diabo que irá castigar a ele. Eu sei que você quer vê-lo da forma mais medíocre e humilhante o possível; eu também sou aquele que conhece seus demônios e desejos como ninguém. Você, querida, está fadada a ser minha desde aquele dia.
— Não me importo com o resto. Me ajude a achá-lo. Você disse que é devoto a mim, certo? Então prove sua devoção me ajudando. Eu mesma levarei Kart para o inferno.
Maxim riu levemente.
Minhas palavras o agradaram já que desde aquele dia ele Maxim Vassiliev se tornou muito mais que meu stalker e sim meu completo servo.
Naquela mesma noite, após o jantar, Maxim me deixou em casa e com um sorriso mínimo no rosto prometeu entrar em contato.
Quando entrei em casa senti o calor de estar novamente no meu lugar.
Coloquei uma roupa quente e confortável e deitei na cama enquanto mexia no celular.
Uma nova mensagem fez meu telefone vibrar. O número era o que eu havia entrado em contato com o russo ontem à noite.
A mensagem era uma foto, parentemente a imagem era de uma câmera de segurança, a data era exatamente do dia em que Kart desapareceu.
Na imagem era possível ver ele em uma entrando em um bar com alguns dos seus amigos; amigos esses que eu conhecia muito bem.
Thomas, Marcel e Bryan.
Os três eram os mais próximos de Kart e os piores também. Perdi à conta de quantas inúmeras vezes fui assediada por esses três, e o pior de tudo era que muitas vezes era na frente de Kart e ele nem sequer dizia uma palavra.
— The Mermaid Inn.
Sussurrei para mim mesma.
Logo abaixo o homem havia digitado uma mensagem de texto.
"Um presente para você, Moya boginya. Use com precaução".
Sorri levemente com a mensagem deixada pelo homem. Bloqueei a tela do telefone e me aconcheguei nos lenços quentinhos. Logo adormeci.
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Ligação
FanfictionEm meio ao desespero e busca incansável pelo seu namorado, Elizabeth, recebe ligações peculiares, sendo na mesma hora e todos os dias. Por um mês, à garota se mantém lúcida de qualquer irritação sobre aquelas repentinas ligações, mas um dia ela entã...
Capítulo 6 | Maxim Vassiliev
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