➳ Chapter three ٭ - Héroe Favorito

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- Até eu não gosto da maneira como ela trata a Sicília. - Respondo depois de terminar meu pedaço de bolo e me levanto da mesa.

- Pobre garotinha, Louis já advertiu a mãe dela algumas vezes mas isso tecnicamente não é problema dele. - Suspira ela.

- Lavínia acha que ele devia pedir ela em casamento. - Digo dando uma risada curta, as idéias daquela garota chegam a ser malucas.

- Falando em casamento, quando você vai conhecer uma mulher meu filho?

- Não estou com cabeça para me envolver com ninguém agora. - Respondo categoricamente e ela assente ressentida. Tomo um copo de água e deixo um beijo nos seu cabelo preto e mechas grisalhas. - Até mais tarde.

- Bom trabalho querido.

🍒

São 08:.hrs 07min quando o elevador se abre para que eu possa ir até minha sala. Na mesa que fica de frente para minha porta está Anayeli mechendo no computador com concentração, fico satisfeito de que ela chegou antes de mim. Ela ergue o rosto para me ver e abre um sorriso educado sem mostrar os dentes.

- Bom dia senhor Lorenzo.

- Olá senhorita Anayeli. - Me aproximo e vejo que ela usa um vestido que vai até o meio de suas pernas na cor rosa bebê. Ele não é muito adequado para o clima de hoje. - Não está sentindo frio?

- Eu já estou acostumada, não se preocupe.

Fico mais tempo do que eu queria olhando para o rosto dela, o seu nariz está um tanto rosado e me pergunto se ela corre risco de pegar um resfriado, embora ela esteja certa e eu não deva me meter, continuo preocupado com ela. Por que estou preocupado com Anayeli? Mal conheço essa garota.

- Você não tem roupas adequadas para esse clima frio? - Procuro saber embora meu cérebro continue falando que isso não é da minha conta.

- Não, mas está tudo bem. - Ela me oferece um sorriso que nem de longe chega a ser convincente. Uma idéia surge na minha mente e finjo deixar esse assunto de lado.

- Traga uma xícara de café para mim daqui á alguns minutos, por favor. - Digo me virando para a minha sala mas paro na porta. - Já ia me esquecendo, coloque três gotas de adoçante no lugar de açúcar. Entendido?

- Perfeitamente senhor.

Aceno e entro na minha sala com vista para toda Cancún. Antes que eu comece a analisar as reuniões e e-mails importantes que Anayeli deverá me enviar, sento-me na cadeira e busco pelo número da minha irmã caçula.

- Que tipo de ser humano você é para me acordar tão cedo na minha folga? - Questiona Lavínia com voz de sono. Reviro os olhos para seu drama.

- Bom dia para você também irmãzinha. - Digo já ficando impaciente com ela.

- Bom dia o caralho, desencana logo o que você quer! - Faço uma nota mental para reclamar dela para nossa mãe no almoço de família na quarta-feira.

- Gostaria de saber se você não tem algumas roupas que não usa mais. - Digo olhando para a cacheada do lado de fora.

- Tirei uma mala cheia, por qual motivo?

- Poderia trazer ela e deixar com o motorista Manoel? - Procuro saber e torço para que ela concorde.

- Tudo bem, mas vou aí saber porquê você está tão interessado nisso. - Declara ela e encerra a ligação.

pirralha mal educada.

Cerca de quase duas horas depois o furacão de cabelos negros entra na minha sala sem nem bater na porta. Olho para Lavínia com olhos fulminantes enquanto ela caminha na minha direção como se fosse um pavão, com postura e gloriosamente charmosa. Ela usa um suéter azul bebê e calça jeans Flare.

- Por que demorou tanto?

- Você sabe, exercícios matinais, banho de água morna, skin care diurno, preparar alimentos saudáveis. - Diz dando de ombros enquanto analisa as unhas pintadas apenas de base. - Coisas de modelos.

- Isso justifica muita coisa. - Respondo com tédio e ela revira os olhos.

- Muito legal sua nova secretária. - Diz Vinnie enquanto aponta na direção da porta. - Ela é um amor de pessoa.

- Não perdeu a oportunidade de perturbar o juízo dela também?

- Eu sou um amor de pessoa e todo mundo me adora. - Retruca ela. - É para ela as roupas que você me pediu para trazer?

- Exatamente. - Respondo simples, não há motivos para esconder algo de Lavínia.

- Está interessado nela? - Questiona.

- Só conheço a garota há menos de dois dias, cazzo!

- E desde quando você se importa tanto assim com uma funcionária?

- Eu me vi nela, a garota é deixada de lado pela mãe e sozinha cuida da irmã caçula. - Digo devagar e escondo o fato da mãe dela ser dependente química, não posso falar dos problemas de alguém sem ela saber que contei.

- Que sentimental, posso ser a madrinha? - Pergunta juntando as mãos e sorrindo para mim. Olho para ela incrédulo. - Não me olha assim!

- Por que não volta para o lugar de onde veio?

- Porque sou muito linda para apenas anjos verem minha beleza. - Diz ela fazendo poses.

- Achei que tivesse vindo das profundezas do inferno!

- Eu sei que você vai parar lá se continuar sendo irritante desse jeito. - Responde minha irmã sorrindo cinicamente para mim.

Conversamos por mais um tempo e Lavínia não foi embora enquanto eu não prometesse que iria levar Anayeli para nosso almoço de família nesta quarta-feira, concordei sem argumentos. Já que havia mais de vinte minutos que ela falava e falava da minha secretária sem parar.

Precisei de uma boa dose de uísque para organizar minha mente já que minha irmã não tirava a garota dos lábios eu agora me encontro pensando nela. Deixei meu trabalho importante de lado e agora observo que ela está no telefone conversando com alguém, a julgar pela sua expressão a conversa não é nada boa. Anayeli tenta falar diversas vezes mas é interrompida e logo ela revira os olhos e ergue o dedo do meio como se a pessoa estivesse vendo.

Mais cedo ela estava mais leve, embora com um sorriso forçado. Mas agora parece que deixaram o peso do mundo nos seus ombros, agarro meu copo para tentar evitar a vontade de ir lá e abraçar ela e sussurrar no seu ouvido que ela ficará bem. Isso não é certo, não é profissional e muito menos adequado, Anayeli é minha secretária e eu não tenho nada haver com sua vida pessoal.

É o que tento repetir diversas vezes para mim mesmo, mas falho miseravelmente pois quero à risca saber o motivo da raiva dela, da tristeza dela. Deus, estou ficando louco! É isso, tanto trabalho está me deixando terrivelmente louco. Por ora, isso servirá como desculpa para meus pensamentos.

Uma hora vai passar, tem que passar.

Minha Ragazza Atrevida - Família Rodríguez Livro 1 (Concluída) Onde histórias criam vida. Descubra agora