A chuva começa a ficar bem mais forte, posso arriscar dizer que se transforma em tempestade. Uma ventania começa a nos cercar, e, sabendo que eu não tinha muito a fazer, apenas fecho os olhos e abraço o Luke. O desespero toma conta enquanto a tempestade se intensifica, e o medo de perdê-lo se torna insuportável.

Cada gota de chuva parece um lamento, e o vento cortante parece ecoar a angústia que sinto. Estamos presos no meio da tempestade, e a escuridão que se forma ao nosso redor reflete a incerteza do que está por vir.

Sinto a água cercar nossos corpos, e Luke começa a se mexer.

A tempestade começa a se acalmar, se transformando em uma simples chuva, e logo depois fica apenas a névoa novamente.

Saio do abraço e direciono meu olhar para o rosto de Luke. Seus olhos estão abertos, e ele os direciona para a própria barriga. Sigo seu olhar e percebo que o corte já não está mais lá.

— Como você fez isso? – Ele pergunta se sentando.

Não respondo sua pergunta, por impulso, roubo um selinho dele.

Luke me olha com um olhar confuso, mas logo em seguida sorri. Ele me puxa, colocando sua mão delicadamente em minha nuca, e selamos nossos lábios mais uma vez.

Era como na primeira vez, sinto meu coração acelerar, e é possível sentir o sorriso de Luke durante o beijo. Coloco minhas mãos em cada lado de sua cabeça para aprofundar o beijo, estava tudo muito bom, até que...

— Você fez uma tempestade. – Escuto a voz de Annabeth, e rapidamente me separo do beijo.

Quando olho para ela, consigo ver que seu rosto está molhado pelas lágrimas. Ao lado dela estava Percy, ele estava paralisado com a boca entreaberta.

— Não sei se foi eu. – Digo, me levantando do chão e me afastando de Luke.

— Foi sim, você fez isso para salvar o Luke. – Ela inicia. — Quando começou a chover, a névoa sumiu, a gente viu tudo. Uma água cercou vocês... Aquilo não foi normal. – Annabeth fala e se aproxima de mim. — Obrigada por salvar o meu irmão. – Ela fala, me pegando de surpresa ao me dar uma abraço.

Retribuo, e ficamos ali abraçadas por um tempo, até que ela se solta e abraça Luke, que ainda estava no chão.

— Como você conseguiu fazer aquilo? – Percy pergunta, abismado.

Pensei que ia sair alguma besteira de sua boca, pelo beijo que eu tinha dado no Luke, mas surpreendentemente ele não falou nada sobre.

— Eu não sei... – Digo pensativa. — Foi como no dia que minha mãe morreu, eu estava muito triste e só pensava em chorar, aí começou a chover e se formou em uma tempestade. – Falo, me lembrando do dia mais difícil da minha vida.

Percy apenas me olha e fica em silêncio.

Desvio meu olhar para Luke e vejo que ele não estava mais abraçado com Annabeth, ele já estava de pé e tinha o paninho em mãos.

Luke olha para o paninho, e logo olha para mim.

— Você guardou isso. – Ele diz com um sorriso e se aproxima de mim.

— Até agora ninguém morreu, então acho que ele me dá um pouco de sorte. – Falo, dando de ombros.

— Obrigado por tudo. – Luke diz, me abraçando rapidamente.

Sinto o calor do seu corpo, e era tão bom, porque antes ele estava com um aspecto gelado, que me deixava agoniada.

— Eu sei que estamos agitados agora, mas precisamos sair daqui o mais rápido possível. – Annabeth fala, chamando nossa atenção. — Algum lugar do seu corpo dói, Luke? – Ela pergunta.

— Não, nenhum lugar. – Responde.

— Então eu acho que você pode nos ajudar a sair daqui. – Annabeth fala e parece pensar em algo. — Você poderia nos levar até lá com os tênis. – Diz, apontando para um lugar alto. — É alto o suficiente para que Cérbero não consiga nos pegar. E por favor, quando for procurar o Grover, tome cuidado.

— Sim, senhora. – Ele fala e ela solta
um sorrisinho e nega com a cabeça. — Maia. – Luke diz, e os tênis criam asas.

Ele começa a voar, não tão alto, mas sim perto do chão.

— Quem vai primeiro? – Ele pergunta.

— Pode levar ela. – Annabeth diz, olhando para mim.

Luke se aproxima, e eu abraço seu pescoço, enquanto ele envolve minha cintura com seus braços.

Começamos a subir; aqui em cima era tão alto, que só era possível ver a névoa.

Ele me deixa no topo daquele degrau gigante que mencionei antes, Luke se vira para descer e pegar o restante do grupo, mas antes dele sair o chamo.

— Luke. – Ele vira para mim novamente e eu me aproximo dele. — Cuidado. – Falo, puxando-o pela gola da camiseta e dando-lhe um selinho.

— Relaxa, já já eu volto. – Ele diz, e antes dele ir, me lança um sorriso.

Ah, se ele soubesse o efeito que esse sorriso me dá, é como se milhões de borboletas estivessem na minha barriga.

༝ ˚ 。⋆ 𓇼 ⋆。 ˚ ༝

Eu tive que fazer um capítulo separado só pra essa cena, cara, é simplesmente a cena que me deu a ideia do nome da Fanfic.

Gostaram?

⋆。𖦹Votem e comentem, por favor.𖦹。⋆
♡Beijos♡

Storm In The Underworld. - Luke Castellan. Onde histórias criam vida. Descubra agora