— Caterine! — grito, procurando por ela.
Annabeth e Rachel pousaram ao meu lado, ambas procurando tão desesperadas pelos irmãos quanto eu.
E então percebo que as sombras de um conjunto de árvores próximo a mim tremeluziam como ondas e de lá saem Caterine e Nico — como se tivessem caído de uma montanha e estivessem rolando encosta abaixo, pois é exatamente assim que eles saem das sombras, rolando pelo asfalto da calçada do centro de visitantes até parar em meus pés.
Caterine tinha uma expressão cansada e Nico parecia prestes a desmaiar.
— Um suco de laranja até que cairia bem agora. — Resmungava Caterine, aborrecida.
Vou em direção a ela, pegando em seus braços e verificando se não está machucada. Encaro a garota e noto o quanto acabada está missão deixou minha Caterine. A calça de moletom estava surrada demais, tinha alguns queimados (provavelmente do fogo grego da oficina de Dédalo) e furos pelas pernas pálidas. A camiseta regata antes branca, agora estava marrom da cor de terra e cheia de sangue — devia ser de Caterine e alguns resquícios meus de nossa luta. O cabelo negro ondulado estava armado, quase como se ela tivesse acabado de acordar e isso só a fez mais bonita. Mas então havia o rosto dela — minha parte favorita — e o que só vejo é cansaço. As olheiras dela estavam mais profundas, o rosto encovado a dava uma aparência de magreza quase doentia e eu não gostava disso. E não havia os brilhos nos olhos que eu tanto admirava.
Respiro fundo e me afasto de Caterine, vendo-a desconfortável.
Era fim de tarde e o lugar estava relativamente vazio, mas arrancamos as asas o mais rápido que pudemos. Olhando-as, vi que Annabeth tinha razão. As faixas autoadesivas que as prendiam às nossas costas já começavam a se dissolver, e as penas de bronze e cobre já se soltavam. A de Nico era a pior, pois estava mais despenada — o que explicava porque o menino caiu repentinamente. Era lamentável, mas não podíamos consertá-las e nem as deixar a vista para que fossem encontradas por mortais, então as jogamos na lixeira do lado de fora da lanchonete.
Usei o binóculo para turista e percebi que a oficina de Dédalo não estava na colina. Não havia fumaça, nem janelas quebradas. Apenas a encosta de uma colina.
— A oficina se deslocou. — Deduziu Caterine, a voz tão cansada quanto o corpo. Noto que ela estava ao lado de Nico, segurando a mão do menino. Era uma surpresa que Nico não a afastou, eu sabia que ele não gostava de contato físico. Mas, aparentemente, com Caterine era diferente. — Não temos como saber para onde foi. O que faremos agora, Beth? Como vamos voltar ao Labirinto?
Annabeth olhou para o cume da Pikes Peak a distância.
— Talvez não possamos, Cate. Se Dédalo morreu...
— Ele não está morto. — disseram Caterine e Nico em uníssono.
— Como podem ter certeza? — perguntei com a testa franzida.
— Nós sabemos quando as pessoas morremos. — disse Nico. — É uma sensação que temos, um zumbido nos ouvidos que aumenta à medida que a morte se aproxima.
— E Tyson e Grover, então?
Caterine sacudiu a cabeça negativamente.
— Eu já lhe expliquei sobre isso, Perseu. Eles são mais difíceis, não são humanos e nem meios-sangues. Não possuem almas mortais para que possamos senti-las.
— Precisamos ir para a cidade. — Decidiu Annabeth. — Nossa chance de encontrar uma entrada para o Labirinto será maior. Precisamos chegar ao acampamento antes de Luke e seu exército.
— Poderíamos pegar um avião. — Sugeriu Rachel.
Vi Caterine estremecer junto a mim.
— Eu não voo. — dissemos Caterine e eu. Olhamos estranhamente um para o outro, mas não dissemos nada.
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BRILLIANT DEATH • Percy Jackson •
FanfictionCaterine Natalie Chernyy vivia no frio de um vilarejo na antiga União Soviética junto da família composta por pessoas demais, o que acabava que passavam por dificuldades. E apesar de viver na época em que a Segunda Guerra Mundial aniquilava o mundo...
CAPÍTULO 22 - Corações partidos
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