Mas já era tarde.

— Eu fui atrás dela há alguns dias atrás, mas ela disse que não sabe como fazer pra tirar esses anéis de nossos dedos. – continuei falando e ele riu incrédulo.

— Como não?! – gritou —Ela me disse que era fácil de resolver, mas pediu um tempo pra organizar como seria feito. Não tem como ela não saber a solução, isso é ridículo!

— Eu sei. Eu vou falar com ela de novo, hoje à tarde.

— Eu vou com você.

— Não! – foi minha vez de gritar e ele franziu o cenho, assustado. — Não quero passar mais um dia ao seu lado. – disse rápido e ele mordeu o lábio, desviando a atenção de mim, talvez estivesse chateado. Ou talvez eu estivesse vendo coisas demais, e criando teorias patéticas em minha mente. — Já fui uma vez sozinho, posso muito bem ir de novo. Não preciso de você.

Ele bufou.

Ótimo, Dean, continua sendo imbecil desse jeito e coloca tudo a perder.

— Okay, Dean. Como quiser! – ele deu a costas e foi em direção à porta. — Diz ao seu irmão que depois eu falo com ele. – o barulho da batida estremeceu a sala e eu fechei os olhos brevemente.

Uma risada soou atrás de mim e resmungando comigo mesmo me virei pra encarar meu irmão, que batia palmas antes de cruzar os braços cruzados acima do peito, balançando a cabeça de um lado pro outro, sem tirar aquele maldito sorriso dos lábios.

— Há quanto tempo tá aí?!

— Não muito.

— Pensei que tinha saído? – Ele riu de novo.

— E tinha, mas eu ouvi sua voz quando cheguei perto da porta e resolvi dar a volta e entrar pelos fundos.. – Respondeu com desdém, dando dois passos pra onde eu estava e me olhou de cima a baixo, dando o mesmo sorriso cínico. — Que ótima recepção pro Castiel, principalmente depois do que rolou na casa dos pais da Charlie... – comentou rindo e eu bufei.

Ainda não tínhamos comentado nada sobre o dia que eles foram nos buscar, ele vinha respeitando meu silencio, assim como meus pais, mas depois dessa cena de hoje, era óbvio que o Sam aproveitaria pra entrar no assunto.

— Achei que iriam matar a saudade..

— Vai se foder! – Retruquei e ele começou a rir.

— Por que mentiu, Dean?

— O que ta dizendo, idiota?

— Vamos lá, maninho, sem joguinhos, só estamos nós dois em casa. Eu fui te levar na cartomante, eu entrei com você, mesmo não tendo ficado dentro da sala onde vocês dois conversaram... – Ele fez uma pausa, dando mais dois passos na minha direção e sorriu de lado — Não foi isso o que a cartomante te falou...

Maldito!

Eu tinha certeza que a sala da cartomante era a prova de sons.

— Sam..

— Relaxa, Deanno. – ele se afastou e riu de novo — Eu não ouvi nada, só disse isso porque queria que me contasse a verdade, afinal, você não mencionou nada sobre a possível solução que ela daria sobre os anéis. Foi sob esse pretexto que você me pediu carona até lá. – eu fechei os olhos, incrédulo. Ele jogou comigo pra saber da verdade sem que eu percebesse, e eu caí como um idiota. O Sam era esperto demais, eu devia ter desconfiado, droga.

Fiquei em silencio.

— Só queria entender porquê disse que ela não sabe como tirar o anel de vocês.

Suspirei.

Apesar de todas as nossas brigas, Sam e Eu erámos companheiros em tudo, papai nos criou pra sermos melhores amigos, antes de irmãos. Eu sempre ouvia sermões quando fazia besteira, mas ele era a primeira pessoa a me abraçar quando eu estava mal, o primeiro a chorar comigo quando eu estava frustrado e o primeiro a saber de algum segredo meu.

Ele era meu confidente e por mais que eu escondesse algumas coisas da Ruby ou do Gabriel, eu não conseguia fazer isso com ele.

Além do mais, as frases dele nunca eram de fato, perguntas. Ele já sabia a resposta e só queria que eu admitisse.

— Quando estiver pronto, me chame. – Ele disse apertando meu ombro e eu assenti, sorrindo antes de abraçá-lo. — Amo você, cabeçudo.

— Também amo você, ridículo. – nós rimos e ele foi pra cozinha.

— Vamos, eu trouxe lanche pra gente. Mamãe e Papai não vem almoçar em casa hoje, então vamos comer besteiras e ver filmes clichês e boiolas! – ele gritou e riu de forma quase infantil e nós rimos.

Era sempre assim quando estávamos juntos em casa, agíamos como crianças travessas.

E era por isso, que eu amava o meu irmão.







Não se esqueçam de votaaar e comentar o que estão achando dessa história/adaptação de Marry You

ℳ𝒶𝓇𝓇𝓎 𝒴ℴ𝓊 - 𝒟ℯ𝓈𝓉𝒾ℯ𝓁 𝒱ℯ𝓇𝓈𝒾ℴ𝓃 -Onde histórias criam vida. Descubra agora