N/A: Olá!
Estou aqui com uma fic nova, espero que gostem. Ela é especial demais para mim, já venho a escrevendo faz um bom tempo e finalmente obtive coragem para apresentá-la ao mundo.
Comentários são bem-vindos!
Ah! Low Key da Niki é uma ótima pedida para compreender essa fase da história.
Boa leitura!■□■□■□■□■□■□■□■
O som abafado pela porta de entrada da boate fez Momo respirar aliviada pela primeira vez desde que tinha posto os pés no lugar. Não que ela não gostasse de boates, ou de festas, ou de barulho alto e de gente se esfregando em você sem nenhuma noção de espaço pessoal... É, talvez ela não gostasse disso. Quando sóbria. O que ela estava. Por algum motivo, Momo tinha ido à boate com suas amigas na intenção de beber até esquecer seu nome, mas não conseguiu levar nem um pequeno shot de tequila a boca.
Agora estava do lado de fora, inspirando profundamente o ar frio das ruas de Tóquio, reencontrando seus pensamentos (finalmente podia ouvi-los) e abraçando seu corpo por cima do casaco. Luzes neon espalhadas por todos os cantos, com os nomes dos lugares brilhando em azul, roxo, vermelho, rosa, amarelo, e Momo sorriu pequeno. Era bom saber que havia vida além das telas de computadores e do seu chefe irritante. A festa gritando atrás de si era uma memória de que ela poderia estar vivendo também. Riu de novo, uma risada baixa e para si mesma.
Tinha sido ela quem insistira para saírem naquela noite. Ela quem disse que precisava ver pessoas vivendo e ter a sensação de que sua vida era mais do que os gritos por seu nome na empresa. Mesmo que tenha sido contra a ideia de irem a uma boate coreana chamada 'Korean Ghost', mas não tinha outras opções e aceitou de médio grado. Agora era ela quem estava fugindo do barulho, em uma noite fria de setembro, encostada em uma parede suja de uma rua de movimentação moderada, se perguntando por que tinha saído de casa. Hipócrita.
Considerou voltar para dentro. Vencer a sensação de perigo que a impedia de beber, e, então, virar uma garrafa inteira de vodca pelo gargalo. Mas, quando seus olhos se desviaram da rua para a entrada da boate, viu uma mulher de longos cabelos castanhos, roupa parcialmente coberta por um sobretudo preto, olhos curiosos e um pequeno piercing na sobrancelha direita, andar em sua direção e se encostar ao seu lado na parede. Um cigarro brincando em seus dedos, enquanto a outra mão se escondia em um dos bolsos.
Momo teria babado indiscretamente se estivesse bêbada. Neste caso, conseguiu manter a mandíbula no lugar. Realmente há males que vem para o bem.
- Fugindo de alguém? – A pergunta pegou Momo de surpresa. Achou que iria ter um momento de filme independente em que a personagem principal fica duas horas em silêncio ao lado de um estranho extremamente atraente e todas as questões de sua vida são sanadas sem uma troca sequer de palavras. E quando a estranha levantou o rosto para ver Momo melhor, um sorriso de boca fechada em sua direção, ela pensou que talvez essa versão do filme fosse melhor.
- Do barulho. Não consigo pensar.
- Bem, ninguém vai a boates para pensar. – Encarou o cigarro em sua mão, considerou algo em silêncio. – Você fuma? – Momo negou com a cabeça, também encarando o 'pedaço de morte' como seu pai chamava. – Ok.
Então, ao contrário do que Momo esperava, ela pegou sua carteira de cigarros e guardou-o dentro. Para em seguida jogar a carteira inteira no lixo mais próximo.
- Isso não é caro? – Momo falou segurando uma risada que borbulhava em seu peito. A situação era tão irregular que se tornava cômica. Ou Momo estava exausta. O que preferir.
A estranha deu de ombros, batendo as mãos para limpá-las.
- Era da minha amiga, estou tentando fazê-la parar de fumar. Ou, ao menos, dificultar a vida dela.
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You Game? [DahMo]
RomanceOs dias em que Hirai Momo acreditou que sua vida seria um sonho acabaram mais rápido do que ela esperava. Aos 29 anos, quase 30, Momo se via infeliz. Sua vida era uma repetição: não sabia diferenciar um dia do outro se não houvesse um calendário em...