Taísa: Tá vendo? Sou ótima de ideias. - minha mãe riu.

Bruna: Vai lá curtir com o seu boy. - ri alto.

Taísa: Eu te amo. - me olhou emocionada.

Bruna: Fico tão feliz com a sua evolução, filha. Eu te amo muito. - beijou minha testa.

Sorri pequeno querendo não chorar.

A mudança de comportamento foi necessária. Na verdade, eu só voltei a ser quem eu sempre fui. Nem sempre vivi na defensiva com todos, as coisas que foram acontecendo me fizeram agir dessa forma.

Mas agora estava bem comigo mesma e melhor ainda com a minha família. Se tinha desavenças com o meu pai, não tenho mais, nem com o meu irmão.

Me despedi da minha mãe e antes de sair de casa, peguei meu celular e a chave, coloquei tudo no bolso abrindo a porta e saindo.

O dia estava ensolarado, apesar de ter chovido a noite inteira. Andei até o outro lado da rua e fui descendo algumas casas até chegar na dela. Toquei a campainha e, alguns segundos depois, a porta foi aberta.

Yara: Oi, Taísa. - sorriu. - Entra.

Taísa: Oi, Ya. - adentrei sua casa. - Desculpa chegar sem avisar, mas você é a única médica de confiança que conheço. - franziu a testa e fechou a porta.

Yara: Aconteceu algo? - me guiou até o sofá e nos sentamos.

Suspirei fundo e olhei para as minhas mãos.

Ninguém sabia, não havia comentado com ninguém. Poderia não ser nada, mas se tornou com frequência.

A alguns dias comecei a sentir um mal estar, coisinha simples, achei que seria passageiro, um ou dois dias e já estava boa, mas não. O mal estar ficou e quando me deu conta que minha menstruação estava atrasada, comecei a desconfiar do que seria. Não comentei nada porque seria uma preocupação a mais, mas não posso ignorar o que venho sentindo.

Yara: Taísa? - a olhei. - Está se sentindo bem? - senti meu nariz queimar e um nó se formar na garganta.

Taísa: Não. - minha voz saiu fraca. Limpei a garganta e olhei em seus olhos. - Acho que.. eu... estou.. grávida. - Yara arregalou os olhos.

Ficou alguns minutos me olhando daquele jeito sem piscar, nem falar nada. Fiquei na ponta do sofá e toquei em sua mão.

Taísa: Ya? - a chamei.

Yara: Você... aí, meu Deus, Taísa! - se levantou. - Grávida? Puta merda. O seu pai vai te matar!

Me encostei no sofá e revirei os olhos.

Taísa: Acho que não sou tão boa assim de ideia. - murmurei.

Yara: Caralho, Taísa. Você não se protegia? E o cara com quem você está, não conhece camisinha? - franzi a testa.

Taísa: Yara, já sou de maior, sei que existe camisinha, vacina, remédio, e eu me cuido. Mas nem tudo é cem porcento certo, você é médica, sabe disso. - suspirou. - Porque está agindo dessa forma.. surtando? Qual é? Meu pai não vai me matar por conta disso. - se jogou no sofá.

Yara: Não sei o motivo. - olhou para o teto. - Talvez por ser a mais velha, achei que eu fosse ser a primeira do grupo a ser mãe. - levantei uma sobrancelha. - Besteira, eu sei, mas imaginava isso.

Taísa: Surtou por isso?

Yara: Não.. também. - confessou. - Taísa, você está grávida! - me olhou. - Não percebeu ainda? É uma criança, um bebê que vai depender de você para sempre.

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