Abri a porta, acendi a luz da sala, e entrei no chalé com Annie ao meu lado.

— Taylor? – ela chamou, sussurrando.

Dois minutos foram necessários para afirmar que Taylor definitivamente não estava ali, mas ela também não tinha ido embora de uma vez, já que todas as suas coisas, inclusive seu telefone, permaneciam no chalé.

— Ann, pega aquele celular e vamos em casa.

No caminho de volta, já estava um pouco mais escuro, então andamos mais rápido, chegamos em poucos minutos e apenas abri a porta de casa para pegar a chave do carro.

— Pra onde a gente vai?

— Na cidade, a... a Taylor está lá, então nós vamos pegar ela.

Por favor, esteja lá.

— Mas como é que você sabe, papai? Ela tem dois telefones? – Annie perguntou, mas eu estava tão concentrado em dirigir que não respondi.

Quando chegamos, o lugar estava como sempre esteve, desde que me mudei para cá. A população não era das maiores, e com certeza aqui não se parecia nem um pouco com as grandes metrópoles, mas o que eu mais gostava era a tranquilidade. E morando numa parte um pouco mais afastada de uma cidade que já é afastada, isso era melhor ainda.

Eu continuava dirigindo pela avenida principal, e quando dei uma rápida olhada para o banco de trás onde Annie, estava, a vi observando o lado de fora com as duas mãos no vidro da janela do carro, e seu rosto entre elas. Quase no mesmo momento em que voltei a olhar para a frente e já estava quase entrando em desespero quando vi que dali a pouco tinha que dar a volta, ouvi Annie gritar.

— ALI! A Taylor, ali!

Encostei o carro rapidamente perto da calçada, e antes que eu sequer girasse a chave para desligá-lo, minha filha destravou a porta, a abriu e pulou para fora do carro, correndo para a calçada.

— Annie! – consegui gritar quando desci do carro e comecei a andar em passos rápidos na direção dela.

— Annie?

Quando cheguei perto o suficiente para quase segurar a minha filha, ouvi uma voz familiar e surpresa chamar o nome dela.

Desacelerei os meus passos bem a tempo de assistir Taylor se abaixar e abrir os braços para que Annie pudesse pular neles. Então, ela se levantou com Ann ainda em seu colo, e seu olhar encontrou o meu.

— Travis, eu... – ela começou, mas interrompi sua fala ao dar mais três passos e passar meus braços em volta de suas costas, e das de Annie, a deixando sem reação por alguns segundos, até que minha filha começou a falar.

— Taylor, eu acho que você deu um sustão no meu pai.

Ela começou a rir, de uma maneira muito engraçada porque era uma risada nervosa.

— Deu mesmo – falei baixo quando já tinha me afastado um pouco dela, que me encarou novamente.

— Mas...

— Vem cá, vamos voltar.

Peguei Annie dos braços de Taylor e nós andamos para o carro, e enquanto eu a colocava no banco de trás, indiquei para Taylor o lugar da frente. Dei a volta e, por fim, entrei no carro.

- Ah, meu Deus... – a ouvi dizer, enquanto digitava algo rapidamente no celular. — Eu tinha certeza de que havia enviado a mensagem, mas... – ela terminou de escrever e então se virou para mim. — Espera aí, como você pegou o meu celular?

— Você esqueceu lá no chalé, então eu e o meu pai pegamos e viemos aqui trazer pra você. – Annie disse, e Taylor se virou e sorriu para ela.

— Muito obrigada, meu amor, você é a garotinha mais atenciosa que eu conheço.

Dou partida no carro, e enquanto dirigia, comecei a citar os acontecimentos do fim da tarde.

— Depois que você foi embora, e eu vi a mensagem que me enviou, eu respondi, dizendo que... Enfim, eu chamei você para jantar lá em casa, e então, fui fazer as minhas coisas, até que vi que já iria escurecer, então fui ver o que você tinha respondido, e acabei ficando preocupado quando abri nossa conversa e não tinha mensagem nenhuma sua, e você sequer tinha visualizado. Eu e a Annie fomos lá no chalé para chamar você, e foi quando não encontramos...

Parei de falar quando Taylor colocou uma de suas mãos em cima de minha perna, e só então percebi que enquanto eu falava minha respiração estava presa na garganta, e respirei fundo, apertando o volante com as mãos, e de esguelha notei que Taylor observou esse movimento.

— Taylor? – Annie chamou. — Onde é que você mora?

— Annie... – comecei, mas a mulher ao meu lado foi mais rápida, e respondeu à pergunta da minha filha.

— Olha, Ann, eu viajo bastante pra ficar com a minha família e trabalhar, mas acho que o lugar onde eu mais fico é em Nova York. Já foi até lá?

— Não... mas é lá onde tem aqueles prédios grandes e todas as pessoas, não é?

— Onde tem muitas pessoas, você quis dizer – ela disse, rindo suavemente, e Ann soltou um "Sim!" animado, rindo com ela.

Quando chegamos, falei para Annie ir tomar um banho antes de jantarmos, e quando eu estava prestes a falar, Taylor começou antes de mim.

— Eu não deveria ter ido até a cidade, principalmente sem o celular, mas até que foi bom... quer dizer, poderia ter sido melhor se eu quase não tivesse matado Tree do coração...

— Você foi a pé? – perguntei. — Estava escuro quando fui até lá, como você iria voltar andando?

— Eu não pensei muito bem antes de sair do chalé, acho que você já percebeu, né? – ela soltou uma risada rápida, mas ficou em silêncio quando voltou a falar, com os olhos mirados nos meus. — A manhã de hoje foi incrível. Eu confesso que estava com medo de ter que falar pra você sobre mim, sei lá, e na verdade, eu estava planejando ir embora antes que tivesse que contar, mas então você me disse que já sabia, e de repente me senti tão a vontade... Porque você agiu hoje, da mesma forma que antes, e eu adorei isso. Então nós começamos a conversar, e acho que talvez ultrapassei um limite pessoal seu quando fiz aquela pergunta, e...

— Taylor, não. – falei, me aproximando dela. — Não foi nada demais, o erro foi eu ter agido de forma estranha com você e por isso foi embora, mas não foi nada demais, de verdade. Ela é... Ela só é alguém que eu me... Que eu conhecia, não via há alguns anos, mas então faz alguns meses que a reencontrei e... Enfim, o que eu quero dizer é que você não ultrapassou limite algum. E a verdade é que eu sei que você é famosa pra caramba... mas a naturalidade que eu sinto em ficar com você, conversar com você, foi algo que senti desde que bati na sua porta e me deparei com uma hóspede do chalé vestida em nada mais do que uma toalha de banho, e que não mudou depois que vi o rosto daquela mesma hóspede na cantora mais bem-sucedida da década na tela do meu celular. Nunca senti nada do tipo antes.

— É assustador, não é? – ela perguntou, dando um passo na minha direção e pegando meu rosto com as mãos. — Porque eu também nunca senti nada parecido.

Lentamente, ela aproximou seu rosto do meu, e me abaixei um pouco quando nossos lábios estavam a centímetros de distância, descendo minhas mãos para a sua cintura...

— Vocês são namorados? – Annie perguntou, surgindo na sala, com os olhos verdes brilhando com animação e um sorriso de orelha a orelha.

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SURPRESAAAAAAA
VOLTEI FAMÍLIA
🥳🥳🥳













Just Like, Magic | TayvisOnde histórias criam vida. Descubra agora