— Um amigo.

E se Harry não vier?

Eu queria muito não pensar no pior sempre que as coisas estão boas. Mas é inevitável.

Seguro as mãos das gêmeas, fazendo uma carícia meio nervosa nos dedinhos de ambas. Não posso negar que estou aflito. Eu sei que ele vai vir — vai? — só que...

— Lou, estou com frio, podemos entrar? — Phoebe resmunga.

— Ele já está chegando, princesa — dou uma esticada e não vejo nenhum carro que seria dele passando pela rua. — Se demorar mais, vamos entrar, tá?

Daisy desiste de segurar minha mão e decide se sentar no degrau da nossa casa, no segundo de três. Phoebe continua aqui, tão ansiosa quanto eu. A mão dela está gelada, não quero deixar ela passando frio. Subo ela no meu colo e ela consegue se esquentar, já que estou com roupas de frio.

Phoebe ainda está com sono, então, tenho certeza de que daqui a pouco ela vai acabar dando uma cochilada no ombro.

— Não fica aí sentada no chão, Daisy — por trás, estendo meu braço para ela. — Fica abraçada comigo.

Eu tenho uma mania de pedir abraços 'fica abraçado comigo' ao invés de 'me abraça'. Acho mais sensível, não sei.

Phoebe se abraça nas minhas pernas, e eu faço carinho no seu cabelo, sabendo que já já ela também vai cochilar. Sério, que cena mais humilhante. É sério que ele não vai vir? Não faz sentido. Ele disse que estava perto daqui.

Só passam carros e mais carros. Até o ônibus escolar já passou, e eu pude ver a cara do motorista me estranhando. O portão da escola delas já deve ter fechado e eu continuo aqui.

Desisto.

Vou me arrastando com Phoebe nas minhas pernas mesmo, Daisy já está dormindo. Não tenho coragem de colocá-la no chão, então, somente Phoebe passa pela minha frente entrando para casa.

— Louis?

Daisy desperta antes que eu, só de ouvir meu nome na boca de outra pessoa. Phoebe paralisa.

Consigo ouvir o motor alto da BMW, e tenho certeza que ele está com a BMW preta.

— Oi — dou um sorriso fraco. — Já vou aí.

Deixo Daisy no chão, com cuidado, até ter certeza que suas pernas estão firmes e que não vai cair para trás de tanto sono. Phoebe desce os degraus cambaleando. Deus, essas meninas dormiram cedo, como podem ser tão preguiçosas?

Antes de dar atenção devida a Harry, arrumo o cabelo das duas, puxando para baixo seus moletons. Abro o portão de casa e assim, elas esperam qualquer interação.

Harry se agacha para ficar na altura delas, e eu só fico de canto observando ele. Tem um óculos segurando seus cabelos, e posso ver como seus olhos sorriem para minhas irmãs.

— Você é amigo do meu irmão?

— Nosso irmão, Phoebe... — Daisy corrige, tentando sussurrar, mas acaba sussurrando alto demais.

— Sou sim — Harry sorri, fazendo gesto de soquinho para elas, sendo retribuído. Ele se levanta e deixa um beijo na minha bochecha, dizendo contra minha pele: — Grande amigo.

Que capeta.

As gêmeas acompanham Harry até o carro, e é a BMW que pensei mesmo, preta e brilhando feito um brinco. Eu não sabia que precisava ver Harry usando jaqueta de couro, até ver ele usando jaqueta de couro.

— Damas... — Harry faz reverência para as gêmeas, abrindo a porta do carro. Assim que elas entram, ele faz o mesmo comigo. — Você também, dama.

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⏰ Última atualização: Mar 07 ⏰

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That Summer In Eroda | l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora