— Não tenho forças para lutar com poderes de anjo — arquejei.
— Sabe que eu não faria isso. — Nate deixou uma trilha de beijos até a minha clavícula.
— Prometo que vou esperar você. − Eu me rendi quando perdi o fôlego.
— Obrigado. Algo me diz que nossa noite será maravilhosa. — Ele me puxou pela nuca e colou os lábios nos meus.
Meu corpo gritou de ansiedade com as juras que seu beijo me fez. Nate me levou até o Penhasco e me pediu para esperá-lo. Fiquei maravilhada com o que me aguardava quando cheguei.
Caminhei afastada da beira. Aturdida, observei milhares de flores que havia ali. Acho que eu teria notado centenas delas surgirem, mas nas últimas horas elas sequer existiam, e agora estavam em todo o lugar. Dos mais variados tipos e de diferentes cores. Aproximei-me e constatei que entre elas, estavam às dez flores mais raras do mundo. As mesmas cópias que vimos no dia em que fomos ao mercado. Com a exceção de que aquelas eram reais, todas em seu perfeito estado.
O Penhasco se tornou lindamente colorido. Eu me deslumbrava a cada passo. Como se estivesse sonhando outra vez.
Como Nate fez isso tão rápido?
Não me dei ao trabalho de questionar, já que todas as minhas crenças estavam abandonadas.
Olhei a nossa querida e majestosa árvore e contive um gritinho. Ela foi coberta de dezenas de glicínias, a flor da ternura. As famosas trepadeiras desciam por seus galhos, longas e em tons violeta. Suas cascatas de cachos formavam um dégradé, até se tornarem brancas.
Nos arbustos à minha volta, dezenas de ramos azuis das pequenas flores Miosótis se espalhavam. Segurei um entre as mãos e inspirei. Sorri pela lembrança do meu presente de Natal, e da melodia de sua voz, ao me pedir: "Não me esqueças".
Sentei-me distraída para observar as cachoeiras, recostei no tronco e admirei as glicínias que de tão longas, desciam pelos galhos e tomavam parte da minha visão do horizonte.
Fui tocada por algo morno e familiar, fechei os olhos. Ao abri-los, a sensação se foi. Havia um pedaço de papel dobrado em minhas mãos:
"Siga o caminho dos vagalumes."
Vagalumes? Mas não havia caminho nenhum ali, nem vagalumes, eu já havia olhado.
Eu me virei para o outro lado. Então, eu vi.
Na medida em que o sol dava lugar a noite, a luz dos vagalumes ganhava força, e o Penhasco se salpicava de pisca piscas. Eles formavam um caminho que indicava a colina à esquerda de onde me encontrava. Tão lindo! Eles piscavam e se moviam de cima para baixo ordenadamente. Iluminando o caminho que eu deveria seguir. Fiquei boquiaberta com a vista.
Estaria ele me esperando no final? Um misto de excitação e curiosidade me dominou. Afinal, eu não poderia saltar do Penhasco para a colina.
Levantei-me imediatamente e comecei a trilhar o caminho entre as luzes dos vagalumes. Ele me direcionava as colinas, eu nunca fui até lá, pensei que não seria confortável ficar no topo de uma cachoeira com dezenas de metros de altura.
Minha curiosidade me enlouquecia. Acelerei o passo já que precisaria dar a volta para chegar à colina. Não seria possível andar em linha reta até ela, porque entre as colinas e a beira do Penhasco, estava o enorme abismo que acabava no mar.
Senti medo ao me dar conta enquanto caminhava pelo caminho iluminado pelos vagalumes, de que eu precisaria descer entre o mar e o abismo, para chegar ao topo da colina mais próxima. Mas fui surpreendida.
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O Penhasco - Livro 1 - Completo
FantasySinopse: "Teria sido uma noite como qualquer outra, se ele não tivesse aparecido. E se eu não estivesse completamente sozinha. Com um estranho em um Penhasco e sem lembrar de como fui parar ali. Me assustei quando ele se materializou à minha frente...
Capítulo 55
Começar do início