Estava relaxada com a maternidade, mas nesses dois anos que haviam passado me vi em um periodo conturbado no casamento, notícias sobre o Velasco e corrupção apareciam nos sites e programas de TV, eu não queria acreditar naquilo, não me intrometia no âmbito profissional dele, mas me incomodava de forma absurda tudo aquilo e a exposição que aquilo trazia para nossa família.

Depois de algumas discussões e temporadas na casa de minha mãe na capital, acabamos nos entendendo. E nessa reconciliação veio nosso segundo presente, Emiliano.

Foi um período de muita reflexão, seria mãe outra vez, já tinha experimentado que o casamento não era um mar de rosas sempre, dividir a vida com outra pessoa não é fácil, apesar que Velasco sempre estava ali para me apoiar no que fosse e isso me bastava, mas quando surgiram os rumores de corrupção aquilo me deixou incomodada, ainda estava com um pé atrás com tudo aquilo sabia que o mundo político sempre foi e sempre será muito sujo, mas resolvi dar um voto de confiança ao meu marido, afinal nossa família estava aumentando, Manu ganharia um irmãozinho.
Estava em um processo interno... haviam coisas que aprender e coisas a reprogramar, coisas que eu era e não queria ser, coisas que ainda não sabia e queria saber ... Estava em construção, mas havia estado em demolição.

AGOSTO DE 2019 - ALFONSO HERRERA

Meu filho estava bem, meu relacionamento com Diana seguia estável, ela era uma ótima companhia, tínhamos muita coisa em comum... formávamos uma boa equipe para cuidar do Dani.

Amor? Definitivamente não... Amor era uma palavra muito forte, havia descoberto o significado do verdadeiro amor quando Daniel veio ao mundo, aquilo sim, um sentimento de doação por completo, uma saudade sem tamanho quando eu precisava me ausentar a trabalho.

O que sentia por Diana era um carinho enorme, não podia negar. Tivemos nosso tempo de paixão no começo, mas com o tempo onde era pra ter se mantido o amor como na maioria dos casais de longa data, aquele sentimento se transformou em um carinho e um respeito.

A um ano atrás tínhamos tido nossa primeira discurssão mais séria... e o nome de Anahi apareceu como um fantasma. Eu estava viajando e ela acabou achando um texto que eu a muito tempo havia feito para Anahi, estava guardado em meio aos livros na estante, nem eu mesmo lembrava onde tinha posto.

Não tinha dedicatória, não havia mencionado o seu nome em nenhum trecho do texto, mas Diana de alguma forma sabia.

Mas no decorrer da briga ela acabou soltando que na mudança, quando estava grávida, viu meus vídeos da época da banda, e que flagrou alguns momentos íntimos nos vídeos. Por isso ela sabia, desde aquela época ela já sabia de Anahi, e ainda me questionava, esperando que eu mesmo assumisse algo. 

::TEXTO ALFONSO::

Te escribí algo que nunca vas a leer...
Jamás voy a olvidar el día en que te conoci, aquella noche en la que no pude dormir porque tu sonrisa se apoderó de mis sueños como si no fuera suficiente tener que elegir entre tanto de ti. Así como hay gente que se asusta de tu intensidad, hay gente que se enamora de ella... Eres amor y lujuria, eres dulzura y perversion,
eres eso que me enamoró intensamente, que me hizo el amor de forma lasciva. Eres la caricia dulce y el susurro que eriza mi piel eres la mas bella de las casualidades y mi eterna fantasia erótica. Me es imposible dejar de pensar en que habia algo más en aquel cruce de miradas, y pesar que no ocurrió en aquel instante, algo se gestó en el tiempo, algo me acompañó los meses en los que no pude verte porque aunque estabas presente, eras ausente. Porque nunca pierdes a alguien una sola vez... te pierdo cada vez que escucho una canción que me recuerda tu sonrisa... Cada vez que paso por un lugar en el que estuvisteis... Cada vez que me río de un chiste que te habrías gustado... Te he perdido una infinidad de veces porque fisicamente podemos encajar con quien sea, pero nuestras almas no sonríen ni aman con cualquiera.

Era impossível não voltar no tempo por alguns instantes, em alguns dias perdidos... e imaginar como tudo teria sido com a dona dos olhos azuis mais intensos que já havia visto ... Com o tempo havia aprendido a sufocar aqueles sentimentos e escondê-los em uma caixa trancada a sete chaves dentro do peito e da minha mente e para nunca mais abrir.

Era um misto de saudade, mágoas, amor, intensidade e inconstância... Algo que nunca mais senti por nenhuma outra mulher.

Vê-la envolvida em investigações por conta do seu casamento com Velasco me maltratava, onde ela estava com a cabeça de se envolver com um político? Ela havia realmente se apaixonado? O amava?

Creio que sim, já estava esperando seu segundo filho, estava totalmente afastada de tudo. Ela seguiu sua vida e eu estava seguindo a minha. E talvez eu já não sinta sua falta, só sinta falta dos sorrisos e dos momento que acreditei que seriam para sempre.

NOVEMBRO DE 2019 - ANAHI PORTILLA

A gravidez estava mexendo com meus hormônios, me deixando completamente bipolar, não que antes eu já não fosse... Mas nesse último trimestre eu estava nostálgica... Tinha conseguido passar um bom tempo sem lembrar de uma par de olhos verdes... Manu havia sido o responsável por esse feito, ter meu filho e tudo o que ele envolvia me fazia bem, me fazia focar num futuro, não remoer o passado.

Mas agora tudo havia voltado com força, uma enxurrada de pensamentos me invadem em momentos em que estou sozinha... antes de dormir, no banho e me fazem encher os olhos de lágrimas, não consigo entender como que depois de tanto tempo, ele segue estando presente em meus pensamentos e não vou mentir, as vezes queria que isso parasse, mas sei que as lembranças são a única maneira de tê-lo próximo. Então digo para mim mesma: Tudo bem, não tem problema, são apenas recordações... mas como dói.

Porque tinha que pensar nele? Maldito! Porque ele me presenteou a experiência do amor entre homem e mulher de verdade e ainda que nosso tempo foi breve, o amor que tivemos sei que foi real e sempre seguirá sendo ele, somente ele.

Porque ele fez me sentir bem nos momentos mais difíceis e isso sempre vou agradecer.

Houve uma vez que estava no carro, a caminho do médico para uma consulta prenatal, que escutei uma canção que lembrou muito nosso tempo juntos, o que fomos, a confusão, intensidade e a inconstância que éramos, e me deu um aperto no peito pois já não podia enviá-la, porque não havia mais um "nós"... infelizmente com o tempo não havia nem mais uma aproximação que fosse, como amigos, não havia abertura.

As vezes ainda tremem os dedos querendo escrever algo... um "SAUDADES" ... Apenas um " SAUDADES" sem expectativas de resposta, sem intenção de saber no que ele pensa, simplesmente um "SAUDADES" porque eu entendi que assim é como tem que ser nossa vida, com minha mão sentindo falta da dele, mas com cada um deixando que a vida flua, entendendo que nosso momento se foi, mas ainda assim sinto saudade.

Mas tinha cansado de tentar mandar mensagens e ser respondida com monosílabos.

Lembro-me das ligacões que fazíamos, dos sorrisos sinceros e das nossas conversas, pois eu amava conversar com ele mesmo antes de todo nosso envolvimento.

Porém, quando o assunto era sobre mudanças, não existia aquela compreensão e a maturidade que deveria e hoje percebo o quanto isso afeta uma relacẫo.

Nossos momentos íntimos? Ah, foram tão intensos, tão únicos. Sentíamos o amor verdadeiramente sendo compartilhado e vivido... Lembro do som da voz dele sussurrando nos meus ouvidos e dos arrepios em nossos corpos.

Hoje eu estava fazendo de tudo para não lembrar daquela data quando tudo acabou. Foram tantos momentos incríveis que vivemos, tantas coisas lindas que compartilhamos juntos, tantos abraços em cada encontro... o quanto ele se preocupava comigo, do quanto ele me fazia bem, de quantas vezes ele me abraçou e disse que ia ficar tudo bem. Sempre foi ele meu porto seguro, sempre foi nos seus braços que eu encontrava minha paz no meio daquele turbilhão em que vivíamos na época da banda...

A intimidade de sentir sua mão deslizando suavemente até a minha enquanto fazíamos amor, a intimidade de sentir seus braços envolvendo meu corpo e sentir os batimentos tranquilos do seu coração, a intimidade de nos olharmos para ver como o outro estava e não precisar falar nada, apenas sorrir, a intimidade de tudo... Quando o ambiente que nos rodeava se transformava no nosso espaço, porque quando estávamos juntos sentíamos paz.

Logicamente que tudo era maravilhoso,  quando não era ele próprio que causava toda a instabilidade na minha vida... Como quando ele surgiu com a Cláudia...

¿REALES RECUERDOS? - AYA - FinalizadaDonde viven las historias. Descúbrelo ahora