— E quem é ele? — Soohyuk olhou diretamente para Hongjoong, que permanecia encolhido em suas roupas grandes, com seu cabelo bagunçado pelo capacete.

— É o Byeongho, meu novo assistente. Acredite se quiser, mas ele conseguiu me aturar por mais de um mês. — Hongjoong sorriu e fez reverência para Soohyuk, que sorriu de volta. — E é muito bom trabalhando, além de ser poliglota.

— É um alfa. — Soohyuk não estava perguntando mas Hongjoong respondeu assim mesmo:

— Sou sim, senhor. — Os olhos de Seonghwa não desviavam de Hongjoong por um segundo sequer, o que o deixava realmente nervoso. Assim como ele estava, Seonghwa também poderia estar fingindo não saber que o alfa era um lupus.

— Por isso que ele te aturou. — Soohyuk resmungou, abrindo seu livro outra vez, mas apenas para colocar o marca páginas feito por um Seonghwa de seis anos — Você é muito difícil para ômegas te aturarem.

— Não sou não! E você tomou os remédios hoje, sim? Eu falei com a enfermeira. Inclusive, onde ela está?

— Foi comprar minhas frutas, acabaram todas.

Seonghwa começou uma conversa sobre alimentação saudável com o pai, e Hongjoong ficou parado apenas ouvindo até Seonghwa dizer que tinha que ir.

— A enfermeira voltou. — Seonghwa falou e deixou um beijo na testa do pai, sorrindo antes de ir para a porta, falar com a mulher que cuidava de Soohyuk na maior parte do tempo.

Hongjoong fez outra reverência para Soohyuk, antes de deixar o quarto, engolindo em seco com o olhar carmesim que o outro deu para si. Soohyuk sabia que Hongjoong também era lupus, e deixou aquilo bem claro.

Hongjoong levou o indicador até os próprios lábios, pedindo silêncio para Soohyuk que apenas continuou olhando-o por mais alguns segundos antes de rir, fazendo um sinal de desdém com as mãos.

— Obrigado, Soojin, você sabe bem como ele é, não sabe? Mas é bom saber que ele não faz birra com você. — Seonghwa riu, entregando um envelope para a mulher de cabelos longos e pretos. — Mandei cancelar o cartão antigo, assim ele não compra porcaria.

— Ah, obrigada! Era difícil saber como ele comprava se não tinha nada, não sei como não pensei no celular.

— Não se preocupe tanto com isso, meu pai é muito esperto. — Seonghwa deu de ombros — Preciso ir agora, te vejo semana que vem.

— Até!

Seonghwa sorriu e segurou Hongjoong novamente, levando-o para a garagem enquanto Hongjoong começava a pensar se deveria voltar a frequentar a igreja e fazer pedidos para Deus, ou se morreria naquela moto antes disso.

— Não vou fazer igual antes, eu percebi que você ficou com medo. — Seonghwa piscou um dos olhos e entregou o capacete para Hongjoong, ajudando-o a ajustar a correia antes de subir na moto. — Mas segura com força, tem muitas curvas.

Hongjoong obedeceu, porque apesar de não ter amor à vida, ele realmente odiaria se relar inteiro no asfalto.

[...]

Seonghwa realmente cumpriu o que sequer havia prometido, então Hongjoong não estava tonto nem pálido quando desceu da moto.

— Melhor? — Seonghwa riu e Hongjoong assentiu, tentando entregar o capacete — Fica com ele, você vai andar de moto comigo outras vezes.

— Não vou não, prefiro pedir demissão. — Hongjoong riu, era óbvio que estava blefando. Foi bom passar todos aqueles minutos com seu corpo colado ao do Park, sentindo a cintura fina dele em seus braços e o gosto do perigo sobre sua língua.

𝐂𝐇𝐀𝐄𝐁𝐎𝐋 • seongjoong | ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora