Aquela voz carregada de malicia lembrou lhe exatamente o louro. E realmente era ele, carregando aquele sorriso debochado, e isso não poderia ficar mais perfeito.
– Merda...
– Tsc tsc, que coisa feia ruiva, nunca aprendeu que é feio falar palavrões?
Revirou os olhos perante aquela fala, ele poderia estar em qualquer lugar do mundo, ele tinha que estar em qualquer lugar do mundo mas não aqui.
– Clary querida não vai me apresentar seu novo "amiguinho"?
Queria realmente matar Isabelle, virou e olhou para ela a fuzilando. Logo atrás percebeu Alec e Magnus conversando, bem íntimos.
– Acho que não a necessidade Izzy, você com certeza já deve saber quem ele é!
– Sem estresse ruiva!
Se virou para o dono da fala e cerrou os olhos, ele estava conseguindo irritá-la de uma maneira fora do comum, chegou perto dele e encarou aqueles olhos dourados de seus sonhos.
– Não me chame de ruiva Herondale!
– Se é assim que quer, tudo bem garotinha
– Meu nome não é garotinha, é Clary!
– Tsc tsc, que estresse ruiva, se quiser posso te ajudar a relaxar e só pedir!
Dizendo isso lhe deu uma piscadela e saiu, indo em direção a mesa onde Alec e Magnus estavam, se virou para Izzy e percebeu o sorriso brincalhão nos lábios da amiga.
– Tire esse sorriso da cara Lightwood! E não pense besteira!
Viu ela levantando as mãos em sinal de rendição.
– Não pensei nada Clary, quer que eu chame o louro para te acalmar?
Olhou incrédula para a amiga, jurava que estava vermelha igual à um pimentão e tudo o que queria era que um buraco se abrisse no chão agora para que pudesse enfiar a cabeça.
– Deixe de ser ridícula Izzy, tenho mais coisa a fazer!
Deixou a amiga parada em frente ao balcão e voltou ao trabalho.
☆☆
Chegou em casa e estava completamente exausta, e ela podia culpar Herondale por isso.Caminhou para o quarto tirando os sapatos que ficaram no meio do caminho, chegou ao quarto e se jogou na cama, antes olhando para o relógio, 09:18pm, suspirou. Conseguiu sair alguns minutos mais cedo do trabalho, o que não fazia diferença, estava quase dormindo quando a campainha tocou. Xingou mentalmente a pessoa que estava na porta.
Quando abriu a porta não havia ninguém, olhou para a esquerda e depois para a direita,ninguém. Ia fechar a porta quando viu um envelope branco no chão, pegou-a. Uma carta direcionada àela. Fechou a porta e foi para o sofá, não sabia o que continha naquela carta e não tinha certeza se realmente queria saber, estava com medo.
Não sabia quantos minutos ou horas se passaram ali enquanto olhava a carta, decidiu acabar com aquela tortura sem sentido e abriu. Arregalou os olhos com o conteúdo da carta, tinha certeza absoluta de que a pessoa que escreveu era à mesma da primeira carta.
Eu estou aqui!
Lembre-se: estou e sempre estarei observando você!
Sua vontade agora era de se encolher no canto do sofá e chorar, e foi exatamente isso que Clary fez. Estava com medo do que aquele estranho que lhe enviava cartas poderia fazer, deveria falar para alguém, para Izzy talvez, ou Maia. Não tinha certeza, mais poderia ser perigoso, ele também poderia ir atrás delas, não valeria a pena coloca-las em perigo.
Sabia que já era mais de 01:00am da manhã, mas não conseguia dormir, não queria dormir, iria ter mais pesadelos com eles, sabia disso, tinha algo estranho nisso. Jace deveria ter alguma coisa a ver com isso, afinal, ele também estava em seus pesadelos.
Confrontaria ele amanhã, com certeza. Mais agora ela deveria tentar dormir, foi para o quarto e deitou na cama, ficou se revirando muito tempo até que conseguiu pegar no sonho.
– Olhe só quem eu achei... Clarissa fray! Papai vai ficar muito feliz em saber que consegui achar você, ele com certeza adoraria matar a saudade e por que não fazer isso agora não é?
Quem a encarava era o garoto de olhos negros, não fazia a menor ideia do que ele estava falando, papai? Não sabia quem era, ela não tinha pai, ele havia morrido, tinha vontade de dizer isso a ele, mas o que saiu da sua boca foi apenas
– Quem é você?
Ele a encarava com certa diversão contida e malícia, e o medo novamente resolveu lhe fazer companhia.
– Eu? Sou apenas o seu pior pesadelo irmãzinha!
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Haunted
FanfictionClarissa Fray, 17 anos, vive uma pacata vida na cidade de Nova Iorque, abandonada pela mãe quando completou 15 anos e com o pai morto, vive sozinha em um apartamento no Brooklyn, estuda no colégio Institute e trabalha na cafeteria de um antigo amigo...
Medo
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