Meu filhote não é filhote?

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— Olha aqui, garoto de meio metro, acho melhor você ter cuidado com as palavras, pois posso te quebrar ao meio em dois segundos — o outro começou a rir como se ela tivesse contado a piada do século — está achando que eu estou brincando?

O rosado ao ouvir isso fechou os olhos e suspirou. Com os olhos abertos pelas íris lilás, era perceptível a mudança de energia vinda do humano. Percebendo como a professora ficou fascinada com a imagem à sua frente, aproveitou que o seu aperto havia enfraquecido e disse:

— Quando o Jimin entrou na escola, eu e a ogra ficamos conversando sobre como iríamos ensinar um humano que não sabe o básico do nosso mundo. — O mesmo imitou a frase da sua outra professora — sabe o engraçado disso tudo? Foi ver a cara das duas ao descobrirem que sei mais do que imaginam — Park soltou a mão que agarrava o seu pescoço, olhou para a mesa, e buscou no papel ali em cima o número da sala ao qual seria redirecionado — parece que vocês também sabiam disso e me passaram para o senhor Lee, soube que ele era um mago muito antigo e que dá aulas para ômegas, bom, eu espero ter uma experiência melhor do que aqui — voltou para sua mesa para recolher os seus materiais — ah, antes que eu me esqueça! Sabia que a senhorita Jieun é mais velha do que você senhora Soo ah — O Park balançou a cabeça em negação — e você que vivia dizendo que deveríamos respeitar sempre os mais velhos... que grande exemplo! Tchau gente, nos vemos por aí, foi ótimo conhecer alguns rostos, já outros nem tanto... boa sorte pra quem tiver que ficar mais um semestre com essa ogra! — Partiu daquela sala de aula.

O garoto decidiu ir para o banheiro jogar uma água no seu rosto, estava se sentindo quente. Então preferiu se refrescar antes de conhecer o seu novo tutor. Ao chegar no banheiro, Jimin abriu a torneira e começou a lavar o seu rosto com água, quando sentiu que estava bom, foi olhar-se no espelho e se assustou. No lugar do seu reflexo, Kim Woobin sorria para si.

— Não nos vimos ontem à noite, filho — o demônio se divertia com o medo do mais novo — não se preocupe, nada farei com você por agora. Gostei de ver como agiu com a sua professora, se continuar a deixar seu lado maldoso te dominar, talvez eu deixe você continuar ficando na casa daquele alfa — o rosado deu um passo para trás — o que foi? Pensou que eu não sabia que você estava com ele? — Kim gargalhou — é só continuar sendo ruim, logo, logo você acabará ruindo por conta própria, e voltará para os meus braços e fará tudo o que eu mandar. Deixarei que você continue brincando de casinha, mas não se esqueça que você é só um filhotinho machucado para aquela família, e que quando o filhote melhorar você será mandado embora!

— ARG! — Jimin socou o espelho fazendo com que os cacos caíssem por toda a pia — ele me chama de fi-filhote — começou a soluçar — então quer dizer que logo irei embora? Eu não quero voltar para lá, não quero ver o Woobin novamente! — O Park desabou em choro.

O rosado sentou no chão, e deixou a cabeça entre os joelhos. O garoto não percebia, mas ao se deixar levar por aquela tristeza, os poderes que adquiriu durante o seu período naquela escola, estavam fazendo uma festa naquele banheiro.

Cacos do espelho rodavam pelo ar, água descia da torneira mesmo que o registro estivesse fechado, a lâmpada começou a soltar faíscas, e o humano sentia como se sombras o envolvesse para escondê-lo daquele tormento. Quando estava coberto em completo breu, o barulho de galopes podiam ser ouvidos além dos seus soluços.

— Olá, Jimin — o unicórnio falou — não se preocupe, aqui ninguém estará nos ouvindo, Elisa chegará daqui a pouco, sou a Beth, acredito que ela falou sobre mim da última vez que se viram.

— Beth? — O de íris lilás encarava o animal à sua frente com brilho nos olhos — por favor, você consegue curar a dor que estou sentindo aqui dentro? Ela dói demais! Eu não consigo aguentar, não quero me ver longe do Kookie...

Meu filhote de estimaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora