❦ Part 22 ❦

Começar do início
                                    

–Não precisa não, só se arruma com uma roupa formal, pode exagerar o quanto quiser hoje... Pode até pegar um dos meus sobretudos se quiser.

Cerrando seus olhos, o mais baixo se ajeitou, sentindo uma vontade quase incontrolável de juntar seus lábios aos do moreno e se afogar neles, ele precisaria começar a treinar seu autocontrole, pois, quando percebeu, se viu por cima de Dazai, curvado para tornar o beijo mais confortável.

Pedindo passagem para sua língua, o moreno abriu ligeiramente os olhos, preocupado em gravar cada uma das reações do menor, assim que sua língua pôde entrar, ele explorou o interior da boca do mais velho como se fosse a primeira e a última vez.

Ao mesmo tempo, segurava o rosto dele com as duas mãos, uma, acariciando a bochecha pintada de pequenas sardas, já a outra, o segurando com firmeza, não querendo que seu amante se afastasse.

Com suas bocas conectadas, não havia muito que importasse, apenas a dança que os lábios dos dois realizavam já era suficiente para distraí-los por muito tempo, infelizmente, a mente de Dazai não o deixava esquecer de tudo.

–Quer tomar banho ou tomar café primeiro?– O moreno perguntou, ofegante e com sua boca levemente inchada.

–Banho, mas você me carrega, cachorrinho!– Chuuya sorriu, presunçoso.

–Tudo bem, mas nem pense em me comer.– Osamu murmurou, tirando o mais baixo de cima de si e o jogando na cama, cuidadosamente, claro.

Alguns resmungos foram ouvidos do Nakahara, que não ficou feliz em ser praticamente lançado no colchão sem cuidado algum.

–Vou te carregar de frente, meus braços estão doloridos por ontem.– O mais alto comentou, se levantando da cama e andando até o lado onde Chuuya estava, se inclinando um pouco para frente, à espera do peso do corpo de seu ruivinho.

Assim que sentiu o menor contra o seu, ele sorriu pequeno, segurando a parte de trás dos joelhos do amante, o levantando um pouco para que não caísse no caminho, o histórico do mais baixo com seu corpo não era bom, Dazai sabia disso, então sempre fazia questão de o levantar para mostrar que seu peso não era nenhum problema, podia ser interpretado como algo idiota, mas ele sabia que fazia diferença para seu ruivinho.

Encostando a cabeça no ombro do amante, o ruivo se permitiu fechar os olhos até o banheiro, porém, franziu o cenho ao sentir que não estavam indo para lá.

Mon Démon?– Ele chamou, se segurando mais forte ainda ao pescoço do moreno e cruzando as pernas ao redor da cintura do mesmo, que o olhou pelo canto de olho, mas não respondeu, apenas se concentrando em abrir a porta da sacada.

Logo que sentiu o vendo frio bater contra suas costas, o mais baixo se arrepiou, se desencostando do ombro do amante e olhando com a visão periférica, imaginando que estavam indo para a sacada.

Um dejá vu passou pela mente de Chuuya, fazendo com que ele franzisse ainda mais o cenho, vendo que não havia recebido uma resposta, agarrou ainda mais suas pernas na cintura do mais novo, levando a ponta do dedo indicador até a nuca do amante e começando um carinho sutil.

Estar sem camisa na sacada não era nada menos que desagradável, ainda mais com o fato de que parecia um dia de vento e nuvens pesadas se acumulavam pelo céu.

Depois de mais um momento observando o céu, ele sentiu os braços de Dazai o colocando no parapeito, de frente para ele, que se afastou e o encarou, porém manteve suas mãos em sua cintura, agora que ele percebia, os olhos dele pareciam mais claros naquele dia.

–Dazai.– O Nakahara chamou novamente, apoiando suas mãos nos ombros do mais novo. –Eu achei que a gente ia tomar banho, podemos voltar para dentro?– Ele encarou os olhos castanhos do amante.

Cartas Para O meu Perseguidor ||Soukoku||Onde histórias criam vida. Descubra agora