Além do comum

Capítulo 7

Descemos as escadas e seguimos Nate pelos corredores amplos e ornamentados do castelo. As paredes eram adornadas com quadros antigos, retratando paisagens bucólicas e retratos de pessoas de eras passadas. Chegamos a uma grande sala de estar, onde a família Cullen já estava reunida.

Carlisle estava de pé, conversando com Esme, enquanto Alice, Jasper e Emmett estavam sentados em sofás confortáveis. Rosalie, com sua beleza glacial, estava de pé perto de uma janela, observando o jardim lá fora. Todos pareciam calmos, mas havia uma tensão sutil no ar.

— Ah, finalmente! — exclamou Alice, ao nos ver entrar. — Vamos começar.

Carlisle se virou para nós, seu semblante sério, mas acolhedor.

— Summer, estamos aqui para discutir nossa segurança e a sua, em particular. Como você sabe, Victoria continua sendo uma ameaça e precisamos tomar todas as precauções possíveis.

— Eu entendo — respondi, sentando-me ao lado de Nate.

Esme se aproximou e colocou uma mão gentil no meu ombro.

— Querida, estamos todos preocupados com sua segurança. Por isso decidimos trazer você para cá. Esperamos que você entenda.

— Claro, Esme. Eu agradeço por tudo que vocês estão fazendo por mim — disse, com sinceridade.

Alice tomou a palavra, seus olhos brilhando com determinação.

— Temos uma boa rede de contatos aqui na Europa. Vamos monitorar qualquer movimento suspeito de Victoria ou qualquer outro vampiro que possa representar uma ameaça.

— E enquanto isso, vamos aproveitar para mostrar a Summer a beleza da Inglaterra — acrescentou Emmett, com um sorriso largo.

— Sim, mas precisamos ser cautelosos — interveio Jasper. — Não podemos subestimar Victoria. Ela é perigosa e imprevisível.

— Concordo com Jasper — disse Carlisle. — Por isso, todos precisamos estar atentos e preparados para qualquer eventualidade.

Esme sorriu para mim, tentando aliviar a tensão.

— E enquanto estivermos aqui, quero que se sinta em casa, Summer. Este lugar é especial para nós e queremos compartilhar isso com você.

Nate, que estava ao meu lado, deu um leve toque no meu braço.

— E eu vou garantir que você tenha um tour completo pelo castelo. Aposto que você ainda não viu as catacumbas.

— Catacumbas? — perguntei, arregalando os olhos.

— Sim, um pouco assustador, mas fascinante — disse ele, com seu típico tom provocador.

— Nate, você adora assustar as pessoas — disse Alice, rindo.

— Apenas mantendo as coisas interessantes — respondeu ele, com um sorriso travesso.

Depois da reunião, a tensão no ar parecia ter diminuído um pouco. A família Cullen estava unida e determinada a proteger não só a mim, mas a todos. Isso me deu um conforto que eu não esperava sentir.

Os dias seguintes foram cheios de descobertas. Nate cumpriu sua promessa e me mostrou cada canto do castelo, incluindo as catacumbas, que eram realmente assustadoras, mas fascinantes. Alice me levou para passear pelos jardins e, em um desses passeios, encontramos uma estufa cheia de plantas exóticas que Esme cultivava com carinho.

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Já passava das 18 horas quando saímos do castelo para explorar a área. Mesmo com o sol baixo no horizonte, todos usavam lenços e roupas que cobriam o corpo inteiro, uma medida necessária para evitar qualquer exposição ao sol. Nate, sempre provocador, caminhava ao meu lado, fazendo piadas sobre a situação.

— Parece que estamos nos preparando para um baile de máscaras medieval — ele disse, ajustando o lenço que cobria parte de seu rosto.

— Pelo menos estamos bem protegidos — respondi, tentando acompanhar seu humor.

O jardim ao redor do castelo era vasto e belíssimo, com caminhos de pedras que serpenteavam entre canteiros de flores e árvores antigas. Caminhamos lentamente, apreciando a vista e a tranquilidade do lugar.

— Sabe, Summer, eu poderia me acostumar com isso. Caminhadas ao entardecer, castelos antigos... só falta um dragão para completar o cenário — ele disse, piscando para mim.

— Cuidado com o que deseja, Nate. Vai que aparece um de verdade — brinquei de volta.

Nate riu, um som leve que se misturava ao crepúsculo sereno que envolvia o castelo e seus jardins.

— Não me importaria de ver um dragão por aqui. Seria um toque a mais no nosso conto de fadas particular — ele brincou, olhando ao redor como se estivesse procurando por alguma criatura mítica.

Continuamos nosso passeio pelo jardim, absorvendo a beleza tranquila e a paz que o ambiente proporcionava. O sol se punha lentamente no horizonte, tingindo o céu de tons dourados e rosados que se refletiam suavemente nas paredes de pedra do castelo.

— E pensar que apenas algumas semanas atrás estávamos lidando com toda aquela confusão em Forks — comentei, deixando meu olhar vagar pela paisagem. — Parece que uma vida inteira se passou desde então.

Nate assentiu, seu rosto refletindo uma mistura de nostalgia e alívio.

— É verdade. Parece que estamos em um mundo totalmente diferente agora. E estou feliz por isso, sinceramente. Este lugar nos trouxe uma nova perspectiva, uma nova chance de viver sem olhar constantemente por cima do ombro.

Enquanto caminhávamos, percebi como o castelo e seus arredores tinham o poder de transformar a experiência de estar ali. Era como se cada pedra antiga contasse uma história de força e resistência, algo que ressoava profundamente conosco, especialmente após os eventos turbulentos que havíamos enfrentado.

— E você, Summer? Como está se sentindo aqui? — Nate perguntou, rompendo o silêncio suave que se estabeleceu entre nós.

Parei por um momento, pensando na pergunta dele. Olhei ao redor, absorvendo a tranquilidade do castelo iluminado pelo sol poente.

— Estou me sentindo... feliz para caralho. Por ter sido acolhida aqui, por ter a chance de conhecer este lugar, nunca imaginei conhecer um lugar que saiu de um livro praticamente. É como se eu tivesse encontrado um lar improvável em meio a tudo isso — respondi sinceramente, sentindo uma onda de calor e gratidão me envolver.

Nate sorriu, seu olhar se suavizando em compreensão.

— Fico feliz em ouvir isso, Summer. Todos nós queremos que você se sinta segura e em casa aqui. E eu estou aqui para garantir que você aproveite cada momento, mesmo que seja para lidar com os meus comentários sarcásticos de vez em quando.

Ri suavemente, sacudindo a cabeça.

— Você é um bom amigo, Nate. E isso significa muito para mim.

Continuamos nosso passeio pelos jardins do castelo, conversando sobre tudo e nada ao mesmo tempo. A cada passo, eu me sentia mais conectada com aquele lugar extraordinário e com as pessoas que agora faziam parte da minha vida de uma maneira única.

Enquanto o sol desaparecia completamente no horizonte, iluminando o castelo com uma luz crepuscular suave, eu soube que este capítulo da minha jornada, cercado por amizades inesperadas e a beleza do passado, seria um dos mais memoráveis de todos.