20. CONTRATADO

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Uau, você pensou em tudo mesmo... (14:16)

Sua entrevista está marcada para amanhã. (14:18)

Vou te mandar o endereço! (14:19)

Certo, já tô nervoso. (14:20)

Realmente preciso urgente de um trabalho, mas confesso não estar confiante com essa proposta de Yeosang, faz anos que parei de desenhar, minha mãe dizia que eu estava apenas perdendo tempo e que desenhar não iria dar dinheiro, que eu deveria estar estudando para entrar em uma boa faculdade e ser um médico renomado.

Bem, não sou um médico ainda, e não de humanos e pelo visto ela estava errada, talvez eu consiga ganhar dinheiro com meus desenhos.

Nunca trabalhei antes, só ajudei meu pai em algumas questões do escritório. As vezes quando ele demitia as secretarias eu ficava no lugar até ele achar outra, o que não durava nem uma semana, então nem conto como um emprego.

Alguns podem me chamar de mimado por ter vinte e dois anos e nunca ter trabalhado, porém, nunca precisei então nunca pensei nisso, apenas me foquei em ser um veterinário e só então arrumar um emprego na área.

Mas, desde que conheci a S/N não paro de pensar que necessito de um trabalho o quanto antes.

Me levanto do sofá e me espreguiço, ser um "pai" desempregado está me deixando cada dia mais preguiçoso. Sigo para o quarto onde encontro S/N que acabou dormindo depois do almoço, é como um ritual dela: comer, mamar e dormir.

Me sento na cama ao seu lado e observo a serenidade da garota. Acho que ela está entediada convivendo apenas comigo, digamos que não sou a pessoa mais interessante e animada, queria levá-la para sair mas tenho medo de alguém ver seu rabo ou orelhas.

Também queria que Momo viesse nos visitar, ela gosta tanto da gatinha mas por algum motivo está sumida há dias. Tento ligar e até mandar mensagens e sou completamente ignorado.

...

Estava no metrô com destino a empresa de webtoons no centro, faltava meia hora para minha entrevista e estava um pouco longe ainda.

Yeosang se atrasou da faculdade, ele ficou de cuidar da S/N para que eu viesse fazer a entrevista e a gatinha também não ajudou pois insistiu que eu desse sua mamadeira, não podia ser o tio, ela queria apenas eu.

Confesso que meu ego subiu alguns muitos andares com isso e sou cara de pau o suficiente para não negar.

A voz do além no vagão anunciou a estação que eu devia descer, segui para fora e caminhei para a rua, andei alguns minutos e cheguei até a empresa.

Era um enorme prédio, entrei e fiquei completamente perdido. Embaixo era uma cafeteria e ao lado uma espécie de biblioteca imensa com centenas de webtoons, uns eram mais antigos e uns pareciam ter sido lançados há alguns dias atrás. Todos de uma única editora, a que era dona do edifício.

Finalmente achei um funcionário e ele me guiou até a recepção. O Kang disse que minha entrevista seria com o Choi Jongho, estão disse o nome dele para a recepcionista e ela me encaminhou até o andar correto, disse que o senhor Choi já estava me aguardando.

Olhei em meu relógio e faltava apenas cinco minutos, que bela impressão chegando bem em cima da hora e deixando meu possível chefe esperando.

Cheguei no andar e a secretária do senhor Choi me levou até sua sala, bateu na porta e anunciou minha chegada. Jungho estava falando ao telefone e fez um gesto com a mão para que me sentasse na frente de sua mesa.

Estava completamente perdido e sem saber como agir, olhei para a secretaria e ela sorriu e fechou a porta. Minha respiração estava pesada, parecia que meus pulmões não estavam trabalhando da maneira correta. Sentei onde o homem indicou e fiquei em silêncio esperando até que ele encerrasse sua ligação.

— Park Seonghwa, certo? - Verificou o homem à minha frente. Ele parecia muito jovem, era um típico executivo bem vestido, de boa aparência e educado.

— Sim Sr.

— Yeosang me falou muito bem de você. - Disse com um sorriso simpático.

— Somos melhores amigos... - Revelei meio envergonhado, Jongho sorriu simpático.

Conversamos durante um longo tempo que pareceu passar voando, ele realmente é um homem muito simpático e sociável, sabe como deixar a conversa agradável e confortável. Falamos sobre termos técnicos e afins, lhe mostrei alguns dos meus desenhos que havia levado e o homem me pediu para fazer um esboço do personagem principal do webtoon que estão trabalhando atualmente.

Aparentemente parece que ele se agradou com minha arte, disse que o antigo desenhista se envolveu com drogas e está sumido há meses, ele tentou esperar até que o rapaz voltasse mas precisam prosseguir com o projeto.

Contudo, disse que o antigo desenhista é incrível e por isso não me contrataria definitivamente.

Apesar de me sentir apenas um tapa buraco, já era alguma coisa, teria um emprego que se encaixava perfeitamente nas minhas necessidades e poderia cuidar da minha gatinha sem precisar totalmente do meu pai. Já é um começo.

Voltei para casa rapidamente, estava com fome e saudades da S/N, ela estava tão manhosa pedindo para eu lhe dar mama quando sai que mal podia esperar para vê-la.

Assim que cheguei em frente à porta do meu apartamento inseri a senha e liberei passagem dando de cara com Yeosang, a gatinha atrás dele se escondendo enquanto segurava na camisa do rapaz e minha mãe.

Minha mãe!

Franzi o cenho instantaneamente e minha expressão se fechou, todos olharam para mim esperando por algo. Meu amigo parecia implorar para sair dali, e S/N, minha pequena estava completamente amedrontada.

Não sei o que houve mas já posso deduzir pelo que conheço da minha mãe.

— Park Seonghwa quem é ela e por que eles estavam aqui sozinhos? - Questiona a mulher visivelmente alterada. Minha cabeça lateja apenas por ouvir sua voz estridente ecoando pelo cômodo.

— Ela é minh-...

— Ela é minha! - O Kang me interrompe e responde a pergunta. — Ela é minha...p-prima...

— O que estavam fazendo na casa do meu filho sozinhos? - Minha mãe insiste na mesma tecla. Ela é tão intrometida, a casa é minha e ainda quer mandar como se fosse dela.

— A gente-... - Nego com a cabeça para que meu amigo pare. Ele não precisa mentir, não há motivos, já sou adulto e acabo de conseguir um emprego. Não devo satisfação da minha vida para mais ninguém.

— Ela é minha! - Me pronuncio. Tiro meus sapatos na entrada e me dirijo até o rapaz e a pequena atrás dele. Puxo a gatinha de encontro a mim e a abraço apertado contra meu peito. — Ela é minha híbrida!

PATINHAS FELIZES - Park SeonghwaOnde histórias criam vida. Descubra agora