- Deixa de besteira.

- Não é besteira.

Sacudi o rosto e Jace me soltou. Dei de ombros e levantei.

- Seja o que for.

Jace imitou o meu gesto e parou na minha frente. Me fazendo lutar para ignorar o facto de ele estar sem camisa.

- Vem comigo.

Antes de eu poder protestar, Jace segurou o meu braço e me puxou para longe do palácio, numa direção na qual eu nunca fora.

Passámos por árvores, imensas, e me perguntei se ainda estariamos dentro dos terrenos reais. Mas Jace parecia saber exatamente para onde ir e isso se revelou verdade, quando ele parou mais na frente.

O som da água e dos animais da floresta era a única coisa que se ouvia. Olhei a água límpida do lago enorme que se estendia na minha frente, conseguia ver todas as pedras por baixo. Todos os peixes. A grama impossivelmente verde, nas margens, sob os meus pés, as flores...

De repente, percebi que Jace já não estava do meu lado, mas sim mais próximo da água, deixando sua camisa e suas botas junto de mim.

Fiquei observando ele, enquanto o príncipe pulava na água, sumindo da minha vista, só para aparecer minutos depois, sacudindo o cabelo negro.

- Você deveria pular. - Disse ele.

Revirei os olhos. - Nunca.

Jace riu. - Não vou morder.

Revirei os olhos. Maldito príncipe.

Tirei as botas, dei balanço e pulei na água, sentindo a roupa ficar colada no meu corpo, meu cabelo dançando á minha volta, e depois regressei na superfície.

Jace me sorriu. - Viu? - Ergueu as mãos. - Tudo tranquilo.

Revirei os olhos. - Idiota.

Jace se aproximou de mim, o que me fez ficar imóvel, mas ele segurou os meus pulsos, devagar.

- Calma, só queria tentar uma coisa. - Falou. - Fecha os olhos.

Franzi o cenho. - Jace...

Ele riu. - Não é isso que está pensando, se bem que... Seria uma ótima ideia. - Respirou fundo. - Sério, fecha os olhos.

Me odiei pelo que estava prestes a fazer, mas fechei os olhos, sentindo a sua presença na minha frente, suas mãos nos meus pulsos.

- Escuta. - A voz dele chegou até mim. - Escuta tudo á sua volta.

Achei aquilo estranho mas fiz o que ele pediu. Senti a água, fria, a brisa que tocava a minha pele como uma carícia, o cheiro da Terra... E depois entendi.

Os elementos. Á excepção do fogo, todos eles estavam ali, me rodeando, e eu sentia eles de forma diferente agora que tinha o poder do Benji, a habilidade vibrando sob a minha pele...

E entendi a razão para Jace me pedir que escutasse. Era como se eu sentisse o próprio Benji ali.

Sorri, sentindo o sol tocando a minha pele. Sacudi os pulsos das mãos do Jace e abaixei, deixando que todo o meu corpo ficasse coberto de água, apenas o som borbulhante me rodeando.

Jace era realmente diferente. E, incrivelmente, eu me sentia grata por tê-lo, mesmo que nunca fosse confessar isso em voz alta.

Do nada, senti algo se fechar em redor do meu braço, me puxando para cima e abri os olhos, apenas para ver que se tratava do príncipe.

- Quer morrer? - Jace parecia ligeiramente irritado.

Eu ri. - Eu controlo a água agora, lembra?

Jace revirou os olhos. - Vai ficar se achando?

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