Maria Cristina, ou Macris Fernanda.

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Maria Cristina falava com paixão sobre a impermanência das coisas e como isso moldava suas percepções. "Nós temos o livre arbítrio para tudo, para fazer o que consideramos certo ou errado, embora muitas vezes questionemos se existe realmente uma definição clara de certo e errado. Na verdade, acredito que o que importa é aquilo que melhor se adapta à nossa situação daquele momento. Vivemos nossas escolhas e aprendemos com elas, moldando assim o curso das nossas vidas." Maria Cristina responde.

Roberta coloca o celular na cama, seus olhos fixos no teto. Em meros segundos, os pensamentos voam para longe, refletindo sobre a precisão e a inteligência que Maria Cristina demonstrava em cada mensagem. Era exatamente o tipo de perspicácia que Roberta admirava nas pessoas.

"Isso foi magnífico, você realmente deve ler livros e viver nesse mundo," digitou Roberta, ainda perplexa com o que acabara de ler. "Isso que você disse me deixou pensativa aqui, irei dormir com isso na mente."

[.....]

Era sábado, e o sol tímido invadia pela fresta da janela, iluminando suavemente o quarto. Roberta se espreguiçou na sua cama king-size, os lençóis ainda quentes ao seu redor. Ficou ali, olhando para o teto, enquanto sua mente vagava em direção a Maria Cristina, um verdadeiro poço de inteligência e sensibilidade.

O silêncio da manhã era interrompido apenas pelo canto distante dos pássaros. Não trocaram mensagens pela manhã, e Roberta, embora tivesse muitas coisas para fazer, se pegou pensando em como aquela ausência de comunicação a afetava mais do que gostaria de admitir.

Levantou-se lentamente, o corpo ainda preguiçoso, e dirigiu-se à cozinha. Preparou um café, o aroma rico preenchendo o ar, trazendo um conforto familiar. Enquanto o café coava, seus pensamentos retornaram a ela. Sentou-se à mesa com sua xícara de café, a luz suave do sol matutino criando padrões de sombra e luz ao seu redor. Pegou o celular, hesitando por um momento antes de desbloqueá-lo. Havia uma mensagem de Maria Cristina, enviada minutos atrás.

"Bom dia, Roberta. Estava pensando sobre o que falamos ontem à noite. Sobre como as nossas escolhas moldam quem somos. E você? Como está seu sábado?"

Roberta sorriu, sentindo um calor aconchegante se espalhar por seu peito. "Bom dia, Maria Cristina. Meu sábado começou com pensamentos sobre você. Suas palavras sempre me fazem refletir e ver o mundo de uma maneira diferente. E você? Como está sua manhã?"

O dia passou em um ritmo tranquilo. Roberta se ocupou com pequenas tarefas, ela trabalhava há pouco tempo na empresa da família Carneiro. Embora adorasse o ambiente, frequentemente sentia um desejo inquietante de ir embora. Hoje era um desses dias. Roberta estava sentada em um auditório enorme, cercada por centenas de pessoas, prestes a assistir a uma palestra sobre neurociência no mercado de trabalho. O panfleto explicava o tema, mas ela, exausta, não conseguia se interessar.

"É a filha do patrão que vai palestrar. Soube que ela é muito inteligente, estudou no Rio de Janeiro e fez doutorado na Universidade de Göttingen, na Alemanha. Além disso, foi ela que conduziu a pesquisa que vai apresentar," disse Rosamaria, amiga que Roberta fizera na empresa.

"Achei interessante, Rosa," respondeu Roberta, lançando um olhar rápido para a amiga.

Elas cessaram a conversa quando anunciaram a entrada da pesquisadora neurocientista. Em menos de seis minutos, a palestrante apareceu, mas Roberta não prestou atenção, ocupada enviando uma mensagem no Tinder para Maria Cristina.

"Mary Cristy," digitou o apelido dado recentemente, "estou em uma palestra na empresa dos Carneiro, tem uma neurocientista pesquisadora que se formou na Alemanha, você ia gostar de estar aqui." Escreveu, esperando uma resposta rápida enquanto mantinha os olhos na tela.

One shot | RocrisOnde histórias criam vida. Descubra agora