Poncho: Para de falar que você é só uma professora. Você é muito mais que isso! Sou muito sortudo por ela ter você. - Ele não sabia se deveria falar o que pensou, mas resolveu não se calar -  Mas sabe... tudo isso que você falou não tem nada a ver com ser freira.

Any: Como assim? - Perguntou, confusa.

Poncho: Todas essas coisas que você ama, você pode fazer sem ser freira. Você não gostaria de ter uma família? Ter uma filha, por exemplo?

Any: Eu nunca pensei nisso... como eu disse, não conheço outra realidade.

Poncho: Acho que tem muitas coisas que você precisa conhecer, Any. - Ele colocou a mão em cima da dela e a olhou profundamente - O mundo também pode ser surpreendentemente lindo fora das paredes do internato.

Any tremeu com aquele toque, com aquele olhar tão próximo a ela. Conversar com Alfonso, estar perto dele, trazia sensações novas e que, inacreditavelmente, ela estava amando.

Poncho só queria parar o tempo ali, perto dela, sentindo seu perfume. Seu coração estava disparado e de repente ele percebeu que não sentia aquilo quando estava com Belinda. Ele estava cada vez mais encantado pela beleza de Anahí, pelo seu jeito... sentiu vontade de mostrar o mundo para ela, de rodar os continentes ao lado dela. De estar com ela em todos os momentos, de compartilhar histórias e alegrias. De tocar seu corpo, unir-se a ele como se fossem um só.... Reprimiu seus pensamentos ali mesmo. Ela era uma noviça. Quase uma freira. Ela era proibida para ele.

Any: Alfonso, por favor... - Ela tirou a mão, confusa.

Poncho: Você não acha que seria bom conhecer o outro lado da vida antes de decidir ser freira para sempre?

Any: Não sei, não quero falar disso, você está me deixando confusa.

Poncho: Desculpa.

Any: Tudo bem. Vou ver a Lorena - Ela foi até a menina e a ajudou no balanço.

Poncho ficou observando as duas e uma ideia maluca lhe passou pela mente: seria possível se apaixonar por uma freira?

Ele ainda não queria enxergar, mas a resposta era óbvia -  Sim, não só era possível, como ele, o importante empresário Alfonso Herrera, já estava apaixonado por uma "quase" freira.

Any ajudava Lorena no balanço, quando ela saiu correndo em direção ao pai.

Lorena: Papi, quero sorvete!

Poncho: Então vamos ao sorvete! Any, que tal um sorvete de chocolate? - Lembrou do que Lorena tinha lhe contado.

Any: Assim eu não resisto, é meu preferido! Como sabe? - Perguntou, surpresa.

Poncho: Um passarinho me contou... - Ele olhou para Lorena, que fazia uma cara sapeca.

Any: Ah sua danadinha, vou te pegar e te encher de cosquinhas! - Lorena saiu correndo, já dando gargalhadas, e Any correu atrás. Poncho ficou maravilhada apreciando o som do riso da moça.

Poncho: Esperem, e o sorvete? - Ele também saiu correndo atrás delas e após uma longa brincadeira de pega-pega, os três pararam e foram em busca do sorvete.

Lorena: Huuum, tá uma delícia - Falou, enquanto se lambuzava com seu sorvete de morango. Os três estavam sentados na mesa de um quiosque. Any estava no meio, Poncho ao seu lado e Lorena do outro.

Any: Tô percebendo - Ela riu do jeito da menina. - O meu também tá ótimo!

Poncho: Mas sorvete de creme é bem mais gostoso do que de morango e de chocolate. - Entrou na brincadeira.

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