Invisível - o amor que viu em mim

Capítulo 11 - Uma Só

~Faye narrando~

Não via Yoko desde o nosso beijo, já que depois disso ela recusou minhas ligações e a única mensagem que respondeu foi sobre ter chegado em casa segura... optei por não aparecer na agência o restante da semana, já que me conhecia o suficiente para saber que não conseguiria vê-la sem me aproximar e isso poderia prejudicá-la. Não saber como ela se sentia estava me sufocando... Preferiria que ela me pedisse para desaparecer, gritasse, brigasse, o que fosse, portanto que eu soubesse exatamente o que ela estava sentindo, apesar de acreditar que os sentimentos de Yoko eram parecidos com os meus... não tinha como está enganada depois daquele beijo dotado de vontade e desejo. Mas então porque ela me tratava dessa forma? Porque Yoko parecia não ver o que está acontecendo entre nós?

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Estava no salão principal dando atenção aos convidados como o contrato exigia. Por fora meu rosto era preenchido por um enorme sorriso e diálogos longos repleto de interesse... já por dentro, meu estômago revirava lembrando das falas de Yoko mais cedo... sua expressão dura pedindo-me para esquecer o que aconteceu estava me afetando mais do que podia imaginar, mais do que podia suportar. Quando disse que preferiria que ela me pedisse para sumir, no fundo, não acreditava que ela o faria.

Engfa passou por mim como um furacão. Seus saltos tocavam o chão com tanta força que pude ouvi-los mesmo com a música alta. E claro, só havia uma pessoa capaz de fazê-la se comportar daquela forma em público... Mas o que Charlotte estava aprontando dessa vez?

Por precaução, encerrei o assunto com o grupo de pessoas com quem estava seguindo-a salão a fora. Engfa estava quatro passos a minha frente fechando os punhos com força fazendo-me erguer o olhar e buscar o mesmo que ela estava vendo. Não demorou muito até que entendesse o motivo de sua reação... Charlotte e Yoko estavam ao longe, frente a uma fonte, abraçadas... INTIMAMENTE ABRAÇADAS! Senti um nó se formar em minha garganta e minhas pernas fraquejarem tornando-me incapaz de seguir Waraha. Numa tentativa de manter-me indiferente, apenas coloquei minhas mãos para trás e fitei toda a cena... Yoko passou a caminhar em minha direção, quer dizer, em direção à saída encarando-me como se eu fosse uma completa estranha, mesmo que seus olhos queimassem dentro dos meus implorando por algo que naquele instante era incapaz de entender. Continuei fitando-a até que ela entrasse no táxi e, por mais que minha vontade fosse de segui-la, sabia que naquele instante não haviam coisas boas a serem ditas.

Voltei meu olhar para Engfa e Charlotte que discutiam de forma séria aproveitando que estavam sozinhas. Procurei Tee na tentativa de correr dali, mas tudo que pude fazer foi suportar mais 75 minutos sorrindo, tirando fotos e ouvindo homens e mulheres exibirem-se como se dinheiro fácil pudesse me encantar... Patéticos!

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A semana começara agitada dividindo-me entre o salão e as sessões de fotos para a marca de perfumes Madame Fin, com quem acabara de fechar contrato. Estava completamente focada em meus trabalhos, pois sabia que em breve iria esclarecer algumas coisas de uma vez por todas...

Na quarta-feira compareci no prédio de operações do MGT para uma reunião com Nawat que durara cerca de duas horas e não demorou muito para que todas as meninas presentes dispersassem para cumprir suas agendas do dia. Caminhei a passos largos na direção de Charlotte, com quem não havia conversado desde a noite em que a vi abraçada a Yoko.

- Vem comigo, agora! (falei autoritária caminhando até o salão de ensaios que estava vazio, sem ao menos olhar para trás ou esperar uma resposta)

- Ei, aconteceu alguma coisa? (Charlotte questionou sorridente enquanto apressava seus passos para me alcançar até pararmos uma de frente para a outra) Porque está me olhando assim? (perguntou curiosa desfazendo seu sorriso ao perceber que eu não parecia estar de bom humor)