-Capítulo 11: Discurso Antes da Tempestade-

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— O que melhor para mostrar ao colégio o que significa ser um Null, ou pior, um Null com sorte, do que expor sua fraqueza para todos verem? — disse Rei, o tom frio e calculista. — Sora pode ter despertado algum poder, mas ele é um iniciante, um Zero. Ele não tem o controle, a experiência, a conexão que nós temos com os Echoes.

Hiroshi estreitou os olhos, começando a entender.

— Então... seu plano é humilhá-lo publicamente?

Rei assentiu lentamente.

— Exatamente. Quero que todos vejam que, mesmo com poderes, ele é inferior. Não apenas um Null, mas um Null com sorte, o que, para mim, é ainda mais desprezível. Esses Nulls que despertam tardiamente acham que podem se misturar com os Ressonantes, mas nunca serão como nós. Eles não têm nossa força, nossa habilidade. Eles são uma aberração, uma falha da natureza.

Akari, que ainda estava cética, olhou para Rei com um pouco mais de compreensão, mas ainda não estava totalmente convencida.

— E se ele de alguma forma se sair bem? — ela perguntou, cautelosa.

Rei deu um sorriso frio, quase cruel.

— Então será ainda mais interessante, não é? Mas ele não vai. Ele vai fracassar, e todos verão que um Null com sorte não passa de lixo que tentou ser algo que nunca deveria ser. E quando ele falhar, será eu quem ficará diante de todos, lembrando-os de que o sangue fraco jamais será igual ao dos verdadeiros Ressonantes.

Hiroshi e Akari trocaram olhares, finalmente entendendo a extensão do plano de Rei. Apesar de ainda terem suas reservas, eles sabiam que Rei era o líder por uma razão. Se ele acreditava que isso era o melhor a fazer, então eles o seguiriam. Mesmo assim, a tensão ainda pairava no ar entre eles.

Enquanto isso, outros grupos de estudantes também discutiam as implicações do anúncio do diretor.

Grupo de Shinobu Kuroda, Sakura Hayashi e Hinata Mizuno

Shinobu, sempre o mais observador, assistia à discussão de Rei e seus amigos à distância. Seus olhos estreitados mostravam que ele não gostava nada do que estava vendo.

— Eles estão planejando algo, e não é nada bom — murmurou Shinobu, preocupado. — Humilhar o Sora dessa forma... Isso pode sair muito mal.

Sakura, ao lado dele, franziu a testa, mas não de raiva. Ela tinha visto todo o combate entre Sora e Rei no jardim e, desde então, seus pensamentos estavam frequentemente voltados para Sora. Mesmo sem entender completamente por que, ela sentia uma estranha conexão com ele, algo que a fazia querer protegê-lo, mesmo que ele parecesse capaz de se defender sozinho.

— Rei está subestimando o Sora. Ele pode ter sido um Null, mas isso não significa que ele não tenha potencial. Não podemos esquecer que ele enfrentou o Rei no jardim. Não foi uma luta fácil, mas ele resistiu — disse Sakura, tentando disfarçar o interesse pessoal na situação.

Hinata, sempre perceptivo, notou o tom diferente na voz de Sakura. Ele lançou um olhar curioso para a amiga e depois sorriu de lado.

— Então você realmente assistiu a todo o combate, hein? — Hinata perguntou, a voz carregada de uma leve provocação.

Sakura corou levemente, mas antes que pudesse responder, Shinobu se inclinou mais perto, um sorriso travesso no rosto.

— Não me diga que você tem uma quedinha pelo nosso ex-Null favorito, Sakura — ele brincou, piscando para ela.

— N-não é isso! — protestou Sakura, sua voz um pouco mais alta do que o necessário. — Eu só... queria ver como ele se sairia. Além disso, alguém precisa ficar de olho em Rei e o que ele está tramando.

Resonance High: Alvorecer dos EcosOnde histórias criam vida. Descubra agora