Pompons & Corações (MaxNat)

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*Um segredo a se revelar👀

Era uma noite escura e silenciosa, daquelas em que o silêncio da casa parecia se misturar com o vento frio do lado de fora, criando uma sensação de isolamento completo. Nat estava encolhido na cama, já imerso na tranquilidade imóvel do sono, quando o toque insistente do seu celular rasgou o silêncio e letargia da noite. Os olhos ainda pesados lutavam para se abrir enquanto ele tateava o escuro à procura do aparelho, e se livrava do adormecimento. Quem poderia estar o ligando a esta hora?

Quando finalmente o encontrou, notou que o nome que aparecia no visor era familiar — Nunew. O coração de Nat disparou, uma sensação de mal-estar apoderando-se dele. Nat não era do tipo sensitivo, mas não precisava pensar muito para descobrir que aquela ligação tarde da noite não era coisa boa.

- Nunew? - Atendeu com a voz ainda rouca de sono. E um leve temor já rompendo o seu entorpecimento.

Do outro lado a respiração pesada de Nunew ecoava como um grito de desespero. Qualquer dúvida de Nat tinha se esvaido junto com a chegada do sopro agonizante do outro lado da linha

- Nat... por favor, ajuda-nos! - A voz de Nunew estava trêmula, quase engolida pelo pânico. - É o meu pai... ele está batendo no Max. Estou tão assustado, não sei o que fazer...

A mente de Nat imediatamente clareou. E depois entrou em um lamaçal de confusão. O medo que sentiu na voz de Nunew era tão palpável quanto o celular em sua mão, transformando a tranquilidade da noite em uma angústia sufocante. Nat foi puxado para a realidade tão forte e rápido que o deixou sem fôlego por alguns segundos. (Max), ecoou em sua mente e recochiteou nas paredes do seu cérebro, Nat não tinha certeza se havia escutado bem ou se estava em um pesadelo horroroso, feito especialmente para ele, até que ouviu o som de algo se quebrando. O choro baixo de Nunew, o retensou por dentro, seu coração deu um pulo.

- Calma, Nunew. Me dá o endereço. Estou a caminho e chamo a polícia. - As palavras de Nat saíram rápidas, quase automáticas, enquanto ele já se levantava da cama e começava a vestir-se, as mão trêmulas de Nat atrapalharam a tarefa, a frustração quase o fez chorar.

Nunew gaguejou o endereço entre soluços, a sua voz quebrada com o peso da situação. Nat mal se deu conta de que vestia uma camisa ao contrário. Assim que desligou, discou freneticamente o número da polícia. O tempo parecia esticar-se interminavelmente enquanto esperava que a chamada fosse atendida, Quando a voz do polícial surgiu do outro lado suas palavras apressadas tropeçando umas nas outras ao tentar explicar o que estava acontecendo. Finalmente, conseguiu relatar a situação e foi instruído a esperar pela chegada das autoridades, mas ele sabia que esperar não era uma opção. Nat pegou as chaves do carro do pai com mãos trêmulas, sem sequer se importar com o fato de não ser um bom motorista. O medo de ser pego pela polícia por dirigir imprudentemente era uma preocupação distante, ofuscada pelo pânico que o empurrava para fora de casa.

O caminho para a casa de Max era um borrão, uma série de ruas vazias que Nat nunca havia estado, afinal Max nunca o levará a sua casa, agora Nat entendia o porque. A voz de Nunew ecoava em seus ouvidos e mente, trêmula e fragmentada, e a consciência da situação desmoronava sobre ele a cada lembrança do desespero do garoto. Guiado apenas pelo pânico que afundava o seu pé no acelerador. Quando finalmente chegou, o cenário que encontrou era aterrador.

A pequena casa de fachada simples parecia perdida na penumbra, suas luzes fracas mal iluminando a calçada. Os gritos ecoavam de dentro, somando-se ao silêncio esmagador da vizinhança. O coração de Nat apertou ao perceber que ninguém havia chamado a polícia, que ninguém havia sequer acendido uma luz. Aquele horror devia ser algo rotineiro. Nat quase vomitou de nervoso ao imaginar quantas vezes aquilo já havia acontecido sem que ninguém intervisse.