MARÍLIA MENDONÇA
Maraisa e eu estávamos no Central Park, sempre vínhamos aqui nos sábados de manhã, gostamos de ler aqui. Nossos sábados sempre foram sagrados, era quase como se fosse o nosso dia especial, um feriado próprio: o dia malila, como as meninas denominam.
Antigamente, antes de começarmos esse lance todo de amizade colorida, esse sempre foi o nosso dia. Era como o dia da amizade somente nosso, passávamos o dia inteiro juntas fazendo de tudo um pouco, à anos nós duas mantínhamos essa rotina.
- Ma, meu amor.
Ouvimos alguém falar, desviamos os olhos dos nossos livros quase ao mesmo tempo. Meu sangue ferveu ao ver aquela loira oxigenada de pé em frente à Maraisa, que bufou de raiva. Todo mundo sabe o quanto ela odeia que a chamem por apelidinhos carinhos ou melosos sem que ela dê alguma permissão.
- Quantas vezes eu terei que repetir. - disse com raiva após colocar o livro em cima do banco e se pôr de pé, ficando cara a cara com aquele ser. - Não me chame assim, Cecília. Sabe muito bem que só quem tem o direito de me chamar assim, é ela.
Olhou em minha direção e eu sorri abertamente, amo quando ela faz aquilo, principalmente quando é para quebrar aquela vadia e desfazer esse sorrisinho idiota dela.
- Ela é irrelevante.
Falou com desdém, ignorando minha presença. Maraisa cerrou os punhos e travou a mandíbula. Ela estava perdendo o controle, por mais que eu quisesse vê-la arrebentar a cara daquela garota ridícula todinha, eu não queria ver ela se remoendo por culpa mais tarde. Maraisa poder ser bem ranzinza e estressada, mas jamais levantava a mão para bater em alguém sem necessidade, quando perde a paciência e faz isso, passa a noite se culpando, às vezes até dias. Perdi as contas de quantas vezes ela ficou se remoendo de culpa no colegial, quando batia em alguém porque estavam mexendo comigo.
- Mô, se acalma.
Disse baixo e calmamente para Maraisa, porém alto o suficiente para que Cece escutasse. Ouvi ela bufar e olhei para ela, que me fuzilava com os olhos.
- Ma, vamos sai...
Tentou ignorar minha presença de novo, só que agora quem estava perdendo a paciência era eu.
- Cale essa maldita boca, Cecília! - Cortei-a num tom alto e raivoso, pude ver seu corpo retesar e ela me olhar surpresa com a minha explosão. - Maraisa não vai em porra de lugar nenhum com você, não quero minha namorada contigo.
Estava com tanto ódio que nem me dei
conta do que havia dito, o queixo de Cece caiu em descrença. Arregalei os olhos quando me dei conta da minha fala, não queria pressionar Maraisa a nada, queria que tudo fosse no tempo dela, senti um puta medo de ter jogado todo nosso progresso no lixo.- Namorada?
Cece questionou sem acreditar, num tom totalmente desdenhoso. Eu deixei para me importar com o que Maraisa pensaria depois. Quem essa garota acha que é pra falar assim comigo?
- Sim, namorada. Agora se nos dá licença temos coisas mais importantes para fazer.
Disse e peguei nossas coisas, em seguida sai puxando Maraisa pelo braço, deixando aquela loira intrometida com uma cara de pamonha para trás.
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A melhor amiga da noiva
RomancePara Carla Maraisa, a vida é boa: ela é sexy, bem sucedida, tem muita sorte com as mulheres e sabe que sempre pode contar com Marília, sua encantadora melhor amiga e única presença constante em sua vida. É a combinação perfeita, até que Marília part...