Minha mente girou por um segundo, tentando processar o que ele disse.
— Você faria isso? – Perguntei, meio desconfiado. — Você nem me conhece, e eu também não te conheço.
— Vamos fazer o seguinte... Você vai lá buscar a sua namorada e traz ela pra cá. Vocês podem ficar pra tomar um banho quentinho, comer alguma coisa, enquanto eu vou lá na casa dessa conhecida pegar as roupas. O que acha? – Ele sugeriu, me deixando totalmente surpreso — Topa?
— Topo! – Respondi com certeza — Obrigado, Sr. Collins. Minha namorada vai ficar super feliz.
[....]
Eu corri o mais rápido que pude, a respiração pesada e o coração batendo acelerado no peito.
A ponte estava à vista, o lugar onde a Drica e eu tínhamos nos abrigado. Eu mal podia esperar para contar a novidade. As roupas! Eu tinha conseguido as roupas!
— Drica! Drica, você não vai acreditar! – Gritei assim que cheguei. Mas o eco da minha voz foi a única resposta.
Parei por um momento, esperando ouvir a risada dela ou ver seu rosto iluminado pelo sorriso.
— Drica? – Chamei de novo, sentindo um frio dominar meu corpo.
Mas não era um frio normal, de temperatura baixa ...
Era um frio como se tudo ao meu redor perdesse a cor... Como se tudo ficasse em preto e branco.
Olhei ao redor, procurando por ela, mas não havia nenhum sinal da garota. O lugar onde tínhamos ficado estava vazio, exceto pelo casaco que a cobria e as nossas coisas.
Meu peito começou a apertar.
— Drica, cadê você? – Minha voz saiu em desespero desta vez. — Eu consegui as roupas! Drica!
Nada.
Só o silêncio e o som da água gotejando da ponte.
Meu coração começou a bater mais rápido, mas não de alegria. Tentei me convencer de que ela estava apenas brincando, se escondendo de mim.... Sei que ela adora me provocar.
— DRICA, ISSO NÃO TEM GRAÇA! – Gritei, mas minha voz estava falha, tremendo
Comecei a andar pela calçada, afastando-me da ponte. Meu olhar varria o chão e, de repente, eu vi...
A boneca dela.
Jogada ali, no meio do caminho.
Meus pés pararam, e o ar pareceu sumir dos meus pulmões. Eu me aproximei lentamente, cada passo mais pesado que o anterior. Quando cheguei perto o suficiente, me agachei e peguei a boneca em minhas mãos.
Foi então que eu vi...
O sangue.
A boneca estava suja de sangue.
Minha mente congelou por um segundo, incapaz de processar o que meus olhos estavam vendo.
Minhas mãos começaram a tremer descontroladamente, e meus olhos se encheram de lágrimas, uma mistura de desespero e negação me invadindo.
Eu balancei a cabeça, como se pudesse afastar a realidade.
— Não... não, não pode ser! NÃO! – Gritei, a dor atravessou meu peito como uma faca afiada.
A realidade da situação se abateu sobre mim. Uma realidade esmagadora e cruel.
Eu me ajoelhei no chão, segurando a boneca contra o peito, as lágrimas agora correndo livremente pelo meu rosto.
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EM CHAMAS🔥 - Vinnie Hacker
FanfictionDesde cedo, a pequena Drica percebeu que a vida não é tão maravilhosa quanto parece ser nos desenhos. Uma menina que sofre com a ausência de seu pai e de seus parentes, além de não se sentir muito confortável em sua escola. Sendo sua mãe, Rachel, su...
❤️🔥06❤️🔥
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