Pov Brunna
Eu estava com uma sensação ruim e só me veio a Ludmilla na mente. Mesmo estando certa, preferi deixar meu orgulho de lado e liguei pra ela. Uma, duas, três vezes e nada. Comecei a me desesperar. Resolvi ligar pra minha sogra e ela disse que tinha alguns minutos que ela tinha saído de casa e que, provavelmente, não atendeu porque estava dirigindo. Decidi então esperar.
20 minutos depois, meu celular tocou e era ela.
- Oi, Lud!
- Eu falo com a esposa da Ludmilla? - uma voz diferente perguntou. Me tremi inteira.
- Sim, é ela. Quem está falando e porque você está com o celular da minha mulher?
- Senhora Brunna, peço que mantenha a calma. Sou um socorrista, me chamo Carlos. Ludmilla acabou de sofrer um acidente de carro e está sendo levada para o Hospital Rio Barra. Pedimos que a senhora se encaminhe até lá.
Meu mundo parou. Acidente? O meu amor tinha sofrido um acidente? Comecei a chorar, sem saber o que falar ou fazer. A ligação foi encerrada e eu fiquei estática por alguns minutos. Quando a ficha caiu, comecei a trocar de roupa e a arrumar minha bolsa com meus documentos. Minhas mãos estavam tremendo muito. Minha vista estava embaçada pelas lágrimas que caíam incessantemente. Pedi um uber, pois não tinha condições nenhuma de dirigir. 15 minutos depois já estava chegando no hospital. No caminho, liguei pra Sil e pedi pra ela pegar os documentos da Lud que estavam no nosso quarto. Tentei não desesperar ela e combinamos de nos encontrar no hospital.
Assim que entrei já fui direcionada para uma área privada. Todos ali conheciam a Lud e obviamente sabiam que eu era sua esposa. Não demorou muito e minha sogra chegou. Corri até ela, abraçando-a e soltando o choro que segurei durante o trajeto até o hospital.
- Isso não podia ter acontecido, Sil. Não com a Lud. Eu tô me sentindo horrível. Eu não posso perder o amor da minha vida assim.
Sil tentava me acalmar, mesmo estando tão abalada quanto eu. Ainda não tínhamos notícias.
- Calma, meu amor. Eu tenho certeza que nossa menina vai ficar bem. Vamos confiar em Deus.
Ficamos mais um tempo abraçadas, quando um médico chegou.
- Boa tarde, senhoras Silvana e Brunna. Sinto muito pelo ocorrido. Ludmilla está em cirurgia. Um carro atravessou o sinal vermelho e acabou batendo no lado esquerdo dela. Ela perdeu muito sangue, teve algumas fraturas no braço esquerdo e teve uma séria lesão na coluna. A cirurgia é bem deliciada e somente após ela acordar é que poderemos afirmar se ela terá ou não sequelas.
- Doutor, minha esposa vai viver né? Ela corre risco de vida? - perguntei com a voz falhada, com medo da resposta dele.
- Ela corre risco como em qualquer outra cirurgia. Mas ela vai ficar bem. Por sorte ela estava usando o cinto de segurança, o que evitou o agravamento do seu quadro. Assim que a cirurgia terminar, voltarei com notícias. E fiquem tranquilas, estamos dando o nosso melhor para que Ludmilla se recupere bem.
O médico se retirou e minha sogra e eu nos sentamos em uma sofá que havia ali, abraçadas. Eu só queria que tudo isso fosse um pesadelo. Depois de um tempo, Renatão, Luane e Marcos também chegaram para nos fazer companhia. Eu não conseguia falar com ninguém. Estava sentada no canto do sofá, com a cabeça encostada na parede e os olhos fechados. Fiz a única coisa que eu poderia fazer naquele momento. Orei. Pedi a Deus que cuidasse do meu amor e que ela ficasse completamente bem.
Cerca de 6 horas depois, Ludmilla já estava no quarto. Ela ainda estava dormindo e ficaria assim por mais algumas horas. Somente eu e Sil estávamos no quarto como acompanhantes. Minha sogra estava dormindo no sofá-cama que tinha ali após eu insistir muito para que ela descansasse. Eu estava sentada na poltrona ao lado da cama, segurando a mão do meu amor. Eu só queria que ela abrisse os olhos.
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