"Sempre fui alguém que gostava de escrever. Desde o fundamental quando pela primeira vez a professora me mandou desenvolver pequenas produções de texto, como: contos, fábulas, poemas e pequenas cartas. Ali eu já dava os sinais de que aquilo seria a profissão da minha vida.
Eu tinha diários, escrevia frases aleatórias durante minha adolescência, vivendo em busca da tal musa inspiradora. Acontece que nada disso veio. Pelo menos não em forma de uma mulher como pensava.
Em meus vinte e oito anos de vida, não me contemplei com a sensação de viver um bom relacionamento. Os que tive, tirando os muito fracassados, foram sem graça e até muito sem paixão visto que sou escritor de romances.
O que estou tentando fazer com este texto é escrever uma autobiografia, que talvez nunca saia do papel. Não que esteja na hora, acredito que tenho muito a viver e experienciar para sequer colocar uma boa história. Não me considero tão interessante, ainda mais comparado aos meus próprios personagens. De qualquer forma eu ainda posso tentar.
Eu, Yoon Jeonghan, nasci em 1995, dia quatro de outubro em Seul, em uma família muito amável composta pela minha mãe, pai e irmã mais nova. Durante a primeira década da minha vida, me consideravam um garoto fofo, rechonchudinho e tímido que buscava ficar fora do alcance de outras pessoas, pelo menos na escola, visto que as pessoas do meu bairro diziam se encantar com a minha presença. Não que concorde.
Sobre minha adolescência, digamos que eu nunca fui rebelde. Querer eu queria, mas medroso do jeito que era só consegui pintar meus longos cabelos de loiro. Nessa época comecei a me desenvolver como escritor, escrevia em blogs na internet e fazia parte do clube do jornal da escola. Conheci meus dois melhores amigos no ensino médio, e felizmente estamos juntos até hoje. Os dois casados e eu solteiro, pelo menos fui cupido.
Meus contos inicialmente eram sobre um garoto perdido que tentava encontrar sua casa, e todas as vezes ele estava preso em um local diferente. Hoje vejo isso como, eu mesmo estando perdido sobre o que eu mesmo era.
Meu primeiro relacionamento, aconteceu no último ano, conheci um garoto fofo, mais novo alguns meses e que foi a causa do meu entendimento sobre minha sexualidade. Não durou muito, mas no fim nos tornamos bons amigos, hoje me encontro à procura de um terno para ir em seu casamento no próximo mês.
A faculdade foi o ponto de virada da minha vida. Estava fazendo pedagogia, jurando que meu amor pela linguagem na verdade era o amor por ensinar, porém somente notei isso quando em um pequeno concurso de escrita que participei, eu ganhei primeiro lugar com um conto. O mesmo conto do menino perdido.
O prêmio do concurso era a possibilidade de entrar em um livro em conjunto com vários grandes autores. Depois das semanas entrando em contato com a editora que lançaria o livro, entendi que queria aquilo para minha vida, queria escrever para viver, ou melhor viver para escrever. Sendo assim tranquei a faculdade e foquei em tentar estender meu contrato com a editora.
Escrevi o esboço do meu primeiro livro, "Biblioteca a céu aberto", em um mês e consegui uma única ligação, essa que desencadeou no lançamento da obra. Meu primeiro livro, não foi um romance, muito menos uma coletânea de contos, mas sim uma fantasia sobre um grupo de adolescentes se encontrando no caminho de suas vidas até se tornarem adultos. Considerei ele meu primeiro sucesso, mesmo hoje sendo meu livro menos vendido.
Você deve estar se perguntando, qual foi o momento em que eu saí de contos e fantasias para romances cada vez mais realistas, a resposta é... Eu também não sei. Pode ser a minha necessidade interna de viver um grande amor, pode ser apenas pelo dinheiro que um romance faz em comparação a outros gêneros, pode ser qualquer coisa, mas eu gosto de pensar que foi completamente inconsciente da minha parte e ainda de forma gradual.

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Livros e o caminho que fiz até você- Jeongcheol
Fanfiction"Musa inspiradora, um modelo, alguém que te faz querer produzir, que te instiga o bastante para querer criar em almejo a ela. Era minha obsessão como artista ter uma, tanto que ainda sonho, mas acho cada vez mais ilusório com o passar do tempo. Exis...