Existe amor à primeira vista?
Bem, deve existir.No instante em que se olharam nos olhos, sentiram como se o mundo ao redor não existisse. O universo parou para que seus olhos se encontrassem. Neles, a sensação de quê já se conheciam, mas, não. Nunca tinham se visto na vida. Até aquele momento.
Talvez em outra vida, quem sabe.
Olharam para lados opostos quando, juntos, Laura e Benjamin fingiram uma tosse. Parecia coisa ensaiada mas talvez, fosse apenas uma brincadeira do destino com os dois.
D - Eu...- balbuciou ao começar, em uma tentativa de buscar palavras certas para pedir desculpas para o homem em sua frente, que inclusive, evitava olha-lo diretamente. - Perdão.
Foi o que conseguiu dizer naquele momento. Diego não saberia explicar o que o olhar do outro causou em seu corpo, mas saberia explicar perfeitamente qual o sentimento que agora tinha em seu coração; era como se, seu coração pedisse para sair do peito, de tão rápido que batia. Suas pernas por um momento ficaram trêmulas. Os pelos loiros que tinha em sua pele se arrepiaram. Mas, ainda se confundia do porquê de tudo àquilo. Essas sensações eram causadas pelo susto de jogar uma tinta vermelha em outra pessoa que, por acaso, não conhecia? Ou pelo jeito que o preto passeou os olhos por seu rosto, queimando sua pele?
Sabia que não teria essa resposta agora, no calor da emoção. Então, se atentou apenas em observar o outro sair do transe o qual se encontrava. Apertando os olhos, Amaury voltou a olhar para o menor que o encarava um tanto assustado.
A - Han?
Porém, não parecia muito a par do assunto. No momento em quê se perdeu nos olhos claros, dissociou totalmente da situação que estava acontecendo ali, literalmente em seus olhos.
D - Pela tinta. Me desculpa, eu quase te deixei cego. - Disse calmo, apontando para os olhos pretos do outro.
A - Ah... - voltando para a situação, Amaury assentiu. - Que bom que você tem consciência que poderia ter me cegado
O tom de voz que facilmente o deixou com um ar soberbo, mesmo que não fosse essa a sua intenção, chamou a atenção do ruivo, que logo voltou a encara-lo.
D - Ei! A culpa não é minha.
A - Não - arregalou os olhos para dar seu tom sarcástico - é minha! - terminou irônico, e, irritando um pequeno ruivo.
D - E é mesmo! - o olhou rápido de cima à baixo - Eu por acaso mandei você se meter na frente da minha casa?
A - Nossa, perdão...- a mão no peito e as sobrancelhas erguidas denunciava seu deboche - Eu não sabia que a rua também era sua. E mais, você acha que eu por acaso adivinhei que um maluco fosse jogar tinta em mim?
D - Eu já disse que não era pra ter acertado em você.
Dito isso, Diego deu um passo à diante.
A - Mas acertou.
Respondeu, avançando outro, sem perceber que àquilo os fariam ficar próximos demais do outro.
As falas que foram ditas enquanto olhavam diretamente para os olhos alheios, foram interrompidas no momento que Amaury, inconscientemente, desviou seus olhos para a boca carnuda do homem ruivo em sua frente.

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Caso Indefinido
FanfictionAmaury Lorenzo é um rapaz de trinta e cinco anos que costuma ser sustentado pelo pai, Ricardo Lorenzo, que é dono da maior agência de publicidade do país. Após anos morando em Nova York com sua noiva Laura Medeiros, Amaury se vê de volta no país on...