Bônus 2 - Alinhamento Milenar

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Capítulo liberado pela meta de 90K do projeto AUtoras!

Alerta de gatilhos: na primeira parte do capítulo tem uma crise de ansiedade. A segunda parte inicia após o ♡

Boa leitura!

Amaury chegou em casa cansado após um longo dia. Amava dar aula, mas lidar com os alunos nem sempre era fácil e esse havia sido um dos dias em que ele se perguntava porquê de gostar daquilo. Primeiro, uma briga entre dois alunos, depois, uma turma extremamente agitada com a qual se estressou mais do que gostaria...

Quando abriu a porta e viu tudo apagado, achou que seu namorado ainda não tinha chegado, no entanto, a mochila dele largada no sofá apontava o oposto.

Tirou o sapato, deixou sua bolsa sobre o estofado também e foi em direção ao banheiro para tomar banho, pois mesmo com a vacinação, ainda havia um número grande de casos. Feito isto, foi ao quarto, onde encontrou Diego deitado, abraçado com um travesseiro e chorando.

— Ei, amor, o que houve? — perguntou e ele se encolheu.

O preto já havia visto o homem assim outras vezes, quando tinha crises de ansiedade fortes durante o auge da pandemia, por esta razão, deu a volta na cama e sentou ao lado dele. Delicadamente, puxou o travesseiro dos braços do namorado, que lhe olhou e viu o preto com os braços abertos. Devagar, se sentou e abraçou o homem.

— Tô aqui, amor, tá tudo bem, tá?! Seja o que for, a gente vai dar um jeito. — Amaury disse baixo, com carinho, deixando beijos no cabelo dele.

— Eu sonhei de novo, Maury. Eu voltei a sonhar com o hospital, eu... — soluçou e se esforçou para respirar.

— A gente tá aqui. Bem. Sua família também. Foi só um pesadelo, amor. — tentou acalmá-lo.

O menor era incapaz de se conter. Não foi a primeira vez que sonhou com Amaury hospitalizado, mas aquele tipo de pesadelo havia ficado no passado. No entanto, o novo pico de casos que assolava o Brasil - mesmo sem apresentar o risco de antes, com muito menos mortes devido à vacina - causou um gatilho.

Depois de uns minutos recebendo carinho e palavras de conforto, Diego foi se acalmando.

— Melhor? — ganhou mais um beijo. Ele assentiu em silêncio. — Quer falar sobre isso? Ir comer alguma coisa? Me fala o que você quer e a gente faz...

Diego deu um sorrisinho. Amava tanto aquele homem.

— Eu tô cansado, Amaury. Os números voltaram a subir, eu já tô preocupado, mas o jornal tem a intenção de ignorar isso, e por mais que seja bom não precisar acompanhar, sei que tá errado. Aí fui falar isso e ouvi que se tô incomodado deveria procurar outro lugar pra trabalhar. Porra, é foda, sabe?! — desabafou.

Amaury suspirou. Sabia que estavam vivendo uma alta, mas também entendia que Diego não precisava carregar o mundo nas costas dessa forma.

— Amor, olha aqui pra mim... Isso, agora me escuta: é claro que isso tá errado, mas não é culpa sua. A gente tá se cuidando e vai continuar bem. Eu te amo, tá?! — apertou o abraço em volta dele.

— Eu sei... Vou começar a procurar um novo trabalho, mas é muito difícil. O mercado de jornalismo tá cada dia pior, aí sou obrigado a escrever coisas que não acredito, sensacionalismo, só porque preciso... Acho que isso tudo me deu gatilhos e se juntou ao que eu passei naquela época...

Amaury apertou ele mais forte contra seu corpo.

— Foi uma sequência difícil, amor. A pandemia, o que você passou no hospital, essa situação de agora com seu chefe negacionista... Eu te entendo. — beijou a testa dele mais uma vez. — Quando é sua terapia essa semana?

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