Estranhos por algum motivo, a história trata de cinco adolescentes que tentam viver suas vidas em uma cidade pouco receptiva à mudança. Ao se tornarem amigos, buscam compreender por que são considerados estranhos e doentes pela comunidade.
Eles apen...
- Ei Kyle, me conta, como você encontrou o Manfred? O gato cachaça do grupo. - diz Samantha, enquanto faz carinho em Manfred, que parece estar adorando a atenção.
- Ah, é uma longa história. Tô sem paciência para isso agora. - suspira Kyle, sentado no chão encostado no sofá. Ele parecia gostar de lugares gelados, assim como no dia em que encontrou Manfred.
- Vai lá, Kyle. Estamos todos sem nada para fazer. Além de termos passado a semana de provas, somos todos desempregados. - Seila diz, com um tom irônico, tirando sarro da situação em que se encontram. Convencendo Kyle.
- Tá bom, tá bom, vocês venceram. - Kyle concorda, se preparando para contar. Ele fica um pouco nervoso, já que aquele dia é meio traumático para ele, mas também o dia em que encontrou seu melhor amigo felino.
Kyle começa a história:
“Era 24 de dezembro, véspera de um feriado que para muitos é tempo de alegrias e festas, mas para mim era só mais um período de falsidades. Naquele ano, meus pais haviam brigado mais feio do que o normal. Meu pai, furioso e frustrado, resolveu descontar tudo em mim.
Tudo ficou escuro, e só voltei a mim quando já estava correndo da minha própria casa, o lugar que deveria ser um abrigo de amor e segurança. Senti o vento no rosto e, apesar dos ferimentos e da adrenalina, continuei correndo sem olhar para trás.
Depois de um tempo, uma criança de 7 anos, cansada e desacreditada no mundo, resolvi parar em um beco, ao lado de uma lata de lixo. Era como se eu também fosse um lixo, então decidi descansar ali, entre os destroços. Fechei os olhos por um instante e então ouvi um miado fino, um som que parecia ser de um filhote.
Era um gato laranja, sujo e abandonado, enfiado dentro de uma sacola na lixeira. Parecia que, assim como eu, ele também havia sido largado. Peguei o gato, que parecia tão perdido quanto eu, e o abracei. Adormeci com ele no colo.
Quando acordei, estava em uma sala branca, num hospital. Não me lembro muito além disso, só que fui morar com minha tia em outra cidade, e pude levar o gato comigo.
— E aí, qual o nome que você vai dar para ele, Kyle? — perguntou minha tia, enquanto eu estava sentado em seu colo e o gato estava em cima da mesa.
— Manfred Cachaça — respondi. Como uma criança, dei um nome aleatório que veio à mente. Lembro da minha tia perguntando o porquê e eu dizendo que ele era da cor da cachaça.”
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"As vezes agradeço meus pais por serem tão ruins, pois assim te conheci"
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