Capítulo 17

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⚠️GATILHOS⚠️
- AGRESSÃO
- LEVE MENÇÃO DE ABUSO

AMAURY

Minhas pernas tremiam enquanto eu via os andares do elevador subirem. Vim o mais rápido que consegui a esse endereço que Diego passou, era distante da DH, mas pelo horário, não havia trânsito, acabei chegando em 30 minutos. Enquanto andava o curto espaço entre o elevador e a porta do apartamento indicado por Diego, minha visão estava turva. Eu não sabia o que me esperava, do que se tratava tudo aqui. Bati na porta e Diego pediu para que eu entrasse.

Quando eu abri a porta a cena que eu vi foi Diego apontando a arma para um homem sentado no sofá que sangrava por vários lugares, mas estava vivo. Vivo e totalmente consciente.

– Que porra é essa?

Foi a única coisa que eu consegui falar. Eu conhecia aquele homem de algum lugar. Tranquei a porta e caminhei para o lado de Diego, já sacando a arma e apontando para o homem também. Eu não sabia o motivo daquilo tudo, mas se Diego estava apontando a arma para ele é porque ele merecia.

– O namoradinho chegou. Que lindo, o time completo! – o homem ensanguentado dizia com um sorriso diabólico no rosto

– Cala a boca, filho da puta – Diego disse virando o rosto pra mim, mas ainda apontando a arma para o outro

Eu abaixei a arma e comecei a procurar algum tipo de ferimento em Diego.

– Você tá machucado? Quem é esse homem?

– É o meu ex namorado

Eu lembrei do dia do mercado e realmente... Era ele. Não prestei muita atenção naquele dia, mas com certeza era ele.

– Ele é o imitador, Amaury. Ele, esse filho da puta. Ele matou os últimos três. Ele matou o Samuel

Minha visão ficou escura, precisei me apoiar em Diego para não cair. Meu coração estava tão acelerado que parecia machucar meu peito a cada batida.

– Calma... – ele falou e ouvi barulho de uma cadeira arrastando – Senta aqui, meu bem

Eu sentei na cadeira e senti uma dificuldade absurda de puxar o ar para os pulmões.

– Vai pegar uma água com açúcar pro fracote do seu namorado, Diego

Estava de cabeça baixa, mas ouvi barulho de um soco e logo depois alguém reclamando de dor.

Alguns minutos depois, minha respiração já estava um pouco mais calma, mas meu coração seguia acelerado. Levantei a cabeça e vi o ex de Diego me olhando, o rosto cheio de sangue. Vi sua mão envolta em um pano ensanguentado a outra mão segurava um ferimento no braço.

Diego notou que eu estava melhor e começou a contar tudo. Tudo, desde o início. Falava e eu conseguia sentir raiva na sua voz, conseguia sentir a mágoa, culpa. Contou brevemente sobre os anos de abuso que ele sofreu, sobre as ameaças, as prisões. Contou com um pouco mais detalhes sobre os casos de assassinatos, os motivos.

Eu levantei, inquieto, enquanto ouvia sobre todos os absurdos feitos por aquele desgraçado. Ele matou Samuel para me afastar do caso. Matou Samuel por um motivo fútil.

– Por que o abuso? – eu perguntei em direção ao Diego

– Melhor não falarmos sobre isso, é...

– Ele era gostoso – Matheus disse interrompendo – Mas infelizmente não quis transar. Aí você sabe, né?

Senti meu sangue ferver e minha visão escurecer de tanto ódio. Parti pra cima dele e soquei seu rosto várias vezes seguidas, não conseguia enxergar direito o que estava fazendo, mas eu sentia minhas mãos na sua pele, o barulho dos socos e ele pedindo para parar.

Lavanda (Dimaury)Onde histórias criam vida. Descubra agora