A Primeira Anomalia

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Capítulo 2 - A Primeira Anomalia

Eles corriam pelo campo, a grama verde passando rapidamente sob seus pés. O céu, que antes estava claro, agora se tornava cada vez mais sombrio, como se o próprio tempo estivesse perdendo a estabilidade. As nuvens giravam em espirais estranhas, e a sensação de que algo muito maior estava prestes a acontecer se intensificava.

"Você precisa parar de usar essa trena!" gritou Mia, sem fôlego, enquanto puxava Luca em direção a um pequeno bosque à frente.

Luca olhou para a trena em sua mão, sentindo uma onda de medo crescer em seu peito. "Eu não sabia que isso podia acontecer!" respondeu ele, tentando acompanhar o ritmo dela.

"É claro que não sabia," disse ela, enquanto os dois finalmente paravam para respirar sob a sombra das árvores. "Ninguém deveria ter esse tipo de poder. O tempo é muito frágil para ser manipulado assim... E agora eles vão atrás de você."

"Quem são 'eles'?" Luca perguntou, ofegante, se apoiando em uma árvore.

Ela olhou para ele, os olhos sérios. "Os Supervisores da Linha do Tempo."

Ele franziu a testa. "Supervisores da linha do tempo? Do que você está falando?"

"Existem seres que... protegem o fluxo do tempo. Eles garantem que o passado, o presente e o futuro sigam o curso natural. Mas quando alguém faz algo que pode bagunçar tudo, como... usar essa trena, eles intervêm."

Luca ficou em silêncio por um momento, absorvendo a gravidade da situação. "E o que acontece quando eles intervêm?"

Mia respirou fundo. "Eles apagam a pessoa da linha do tempo. Como se nunca tivesse existido."

Um arrepio percorreu sua espinha. "Isso é sério?"

"Mais do que você pode imaginar," respondeu ela, olhando ao redor, como se estivesse esperando que algo - ou alguém - aparecesse a qualquer momento. "Acredite, eu já vi isso antes."

De repente, um som metálico ecoou pelo bosque. Os dois se encolheram, olhando na direção do barulho. Uma figura alta e encapuzada apareceu entre as árvores, seus olhos brilhando com uma luz azulada e fria.

"Eles chegaram..." sussurrou Mia, segurando o braço dele com mais força.

"Você..." A voz do Supervisor era grave e profunda, como o eco de eras passadas. "Infringiu as regras da linha do tempo. O equilíbrio está ameaçado por sua interferência."

Luca deu um passo para trás, apertando a trena em sua mão. "Eu não sabia! Eu só estava tentando entender o que estava acontecendo!"

"Não importa o que sabia ou não," disse o Supervisor, avançando lentamente. "O uso dessa ferramenta é proibido. Agora, você será removido."

Mia puxou Luca para trás. "Corre!" ela gritou.

Eles dispararam pelo bosque novamente, os passos pesados do Supervisor ecoando logo atrás deles. A floresta parecia se fechar em torno deles, e Luca podia sentir o tempo distorcendo ao seu redor, como se o próprio espaço estivesse se dobrando.

"Você precisa fazer alguma coisa!" gritou Mia, ainda correndo.

"Eu não sei o que fazer!" Luca gritou de volta, segurando a trena com força. Em um momento de desespero, ele puxou a trena o máximo que pôde.

O mundo ao redor deles piscou e, de repente, eles estavam em um lugar completamente diferente.

O bosque havia desaparecido, e agora eles estavam em uma rua movimentada, cheia de pessoas que não faziam ideia do caos temporal que estava acontecendo ao redor deles. Carros passavam, o sol brilhava novamente, e parecia que estavam em uma cidade... mas algo ainda estava fora do lugar.

"Onde... onde estamos?" perguntou Luca, olhando ao redor confuso.

Mia olhou para ele, ainda tentando recuperar o fôlego. "Eu... não sei. Acho que você nos mandou para um tempo completamente diferente."

Antes que eles pudessem se acalmar, ouviram novamente o som metálico ecoando pela rua.

Os Supervisores não haviam desistido.

A Terra do Tempo (Concluído)Where stories live. Discover now