O ECO DO TEMPO

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Quanto mais o tempo passa, ecoa em mim aquela pergunta:
Eu realmente conheci você?
Decorridos os meses, a sensação que me invade é esta,
De fato, nunca te conheci.

Achava-te um garoto fofo e singelo, de voz suave e agradável,
Mas tu eras, na verdade, um lobo em pele de cordeiro,
E tua máscara lentamente começou a cair.

Lembro-me do primeiro sinal que o tempo me deu,
Tinhas um sentimento mal resolvido com teu ex,
E a mim, de estepe, usaste-me.

Eu não sabia, mas acabei sendo tua isca,
Descartada como uma casca de bala após ser desembrulhada.
Além de descartar-me, traíste-me descaradamente com teu ex,
Dono de todo os versos de tuas poesias.

Ó miserável bandido, que no amor foste errante.
Escrevo-lhe estas linhas em mais uma madrugada,
Lembrando-me de tudo que aconteceu.
Não ouço mais aquela música da Rita Lee,
Decidi deixá-la de lado assim como em uma noite você me deixou.

A paixão pela leitura nos uniu, conversávamos altas horas sobre o livro "Os Dois Morrem no Final".
Cada conversa, uma nova promessa.
Prometeste-me o mundo, mas eu só queria o teu amor,
E mesmo assim ele não me deste.

No dia 14 de abril, jogaste a bomba,
Comigo terminaste e em prantos deixaste meu coração.
Queria que mentira fosse,
Mas um vazio deixaste em meu peito.

Poeta torturado, tu me torturaste,
E possuías um sádico prazer em fazê-lo.
Nojo de ti eu tenho e de tudo que representas.
Desejo que o carma a ti seja implacável,
E lentamente te devolva todo o caos que a mim me fizeste.

Marcelo Ferreira

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