Do nada. Eu tive essa ideia enquanto pensava na vida.
Eu espero que gostem, pq eu amei o concedida ideia e só pra avisar é uma mini fic com 5-6 capítulos.......
O céu cinzento refletia o estado do coração de Eloise Bridgerton, agora Crane. Sentada na grande sala da mansão, ela olhava para o jardim pela janela, mas seus pensamentos estavam muito distantes. As flores, antes coloridas e vibrantes, agora pareciam murchas, como se compartilhassem da melancolia que pairava no ar. Já fazia semanas que ela e Phillip mal trocavam palavras, e a distância entre eles crescia cada vez mais.
Phillip estava no laboratório, seu refúgio, como sempre. Ele se jogava no trabalho, talvez tentando ignorar o que estava errado, ou pior, esperando que tudo simplesmente se resolvesse por conta própria. A Eloise que ele conheceu era destemida, falante e cheia de ideias. Agora, porém, o silêncio entre eles era ensurdecedor.
Ela suspirou, um som baixo, mas carregado de frustração. Havia dias que ensaiava o que diria a Phillip. Sabia que algo precisava ser feito, mas o que exatamente? O casamento, que deveria ser um refúgio de cumplicidade e apoio, parecia agora uma prisão de solidão e ressentimento. Ela se levantou, decidida a falar com ele.
Ao abrir a porta do laboratório, encontrou Phillip concentrado em um experimento, suas mãos manchadas de terra enquanto ele observava com atenção microscópica uma planta que cultivava com tanto carinho. Era uma imagem familiar para ela, mas hoje havia uma certa frieza na cena que fez seu coração se apertar.
"Phillip," ela chamou, sua voz hesitante, quase insegura.
Ele olhou para cima, surpreso. Parecia que não a esperava ali, como se a presença dela fosse algo estranho em seu espaço. "Eloise," ele respondeu, com uma voz neutra, mas havia algo de distante em seu olhar.
Ela se aproximou, sentindo o peso de cada passo. "Nós precisamos conversar." Suas palavras soaram mais como uma súplica do que como uma afirmação. Phillip suspirou e se afastou da mesa de experimentos, limpando as mãos em um pano que estava por perto.
"O que você quer dizer?" Ele perguntou, evitando o olhar dela, concentrando-se em suas mãos ocupadas.
Eloise sentiu uma pontada de raiva. "Você sabe o que eu quero dizer. Nós não falamos, Phillip. Mal nos olhamos. Eu... eu não me casei para viver em silêncio."
Ele finalmente a encarou, seus olhos cansados. "E o que você quer que eu faça, Eloise? Eu estou tentando. Tento manter essa casa funcionando, tento cuidar das crianças, tento encontrar um equilíbrio. Mas, às vezes, parece que nada que eu faça é o suficiente."
Ela piscou, surpresa pela franqueza dele, algo raro nos últimos tempos. "Não é sobre o que você faz ou não faz. É sobre nós. Sinto que estamos nos perdendo, Phillip. Eu sinto falta de você. Sinto falta de conversar com você, de rir com você."
Phillip franziu o cenho, como se estivesse ouvindo aquelas palavras pela primeira vez. "Você... sente falta de mim?" Sua voz era incrédula.
"Sim, claro que sim!" Eloise deu um passo em direção a ele, sua raiva se dissipando em tristeza. "Eu me sinto sozinha, mesmo quando estamos juntos. E eu sei que você também sente. Está sempre aqui, no seu mundo, e eu... eu estou no meu."
Phillip ficou em silêncio por um longo tempo, como se estivesse processando o que ela dissera. Finalmente, ele abaixou a cabeça e suspirou profundamente. "Eu não sei o que dizer. Eu pensei que estava fazendo o que devia, mantendo-me ocupado, mantendo tudo em ordem. Mas, talvez, no processo, eu tenha me afastado de você."
Eloise assentiu, sua voz baixa. "Eu não me importo com a ordem, Phillip. Eu me importo com você."
Ele olhou para ela, e naquele momento algo quebrou entre eles. O véu do silêncio, que havia se erguido como uma barreira intransponível, começou a se desfiar. Phillip deu um passo em direção a ela e, hesitante, estendeu a mão. Eloise, sem pensar duas vezes, pegou a mão dele, sentindo o calor familiar de seu toque.
"Eu sinto muito," Phillip murmurou, sua voz embargada. "Eu nunca quis te fazer sentir assim."
Eloise apertou a mão dele, seus olhos marejados, mas não de tristeza — de esperança. "Eu também. Nós dois erramos, mas ainda estamos aqui. Ainda temos tempo de consertar as coisas, se você quiser."
Phillip assentiu, seus olhos brilhando com uma mistura de arrependimento e determinação. "Eu quero, Eloise. Quero mais do que tudo."
Eles ficaram ali, de mãos dadas, em silêncio, mas desta vez não era um silêncio doloroso. Era um momento de reconexão, um ponto de partida para o que poderiam reconstruir juntos. Não seria fácil, sabiam disso, mas ambos estavam dispostos a tentar.
O jardim, do lado de fora, parecia um pouco mais verde.

YOU ARE READING
Sob o Véu do Silêncio - Philoise
FanfictionEloise Bridgerton e Sir Phillip Crane sempre souberam que o casamento não seria simples, mas o silêncio crescente entre eles começou a criar um abismo impossível de ignorar. Após meses de distanciamento emocional, o casal se vê em uma encruzilhada:...