💤 | Destino ou coincidência?

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Não seja dramático. Eu vou falar com ele, acho que volto pra casa em uma hora ou menos.

Estarei te esperando, amor. Bem quietinho.

Assim que a ligação terminou, Wonpil levantou-se e foi até o banheiro, onde encontrou Seungmin esfregando as mãos mais uma vez, com a água ainda correndo.

─ Min, suas mãos... ─ Wonpil se apoiou no batente da porta, observando as feridas nos dedos do irmão. ─ Elas estão machucadas de tanto esfregar.

─ Só mais um minuto. A sujeira precisa sair...

Wonpil suspirou suavemente, dando um passo à frente. Ele sabia que não adiantaria insistir.

─ Está tudo bem. Mas você vai se atrasar se continuar assim. ─ A voz dele era tranquila, como se já tivesse repetido essas palavras inúmeras vezes. ─ Eu estou aqui se precisar de mim.

Seungmin desligou a torneira, ainda sem olhar para o irmão.

─ Eu só... queria ter certeza de que estava tudo limpo. Acho que estou um pouco ansioso hoje. ─ Ele secou as mãos devagar, a toalha parecendo pesada em suas mãos.

─ Vamos com calma, então. ─ O mais velho disse, tentando não pressionar. Conhecendo bem o irmão, sabia que Seungmin não se abriria tão fácil.

─ Tudo bem, hyung, já acabei aqui. ─ o Kim mais novo esboçou um sorriso fraco, tentando acalmar o irmão. ─ Me espera no carro, só vou pegar minhas coisas.

Wonpil assentiu e saiu do apartamento, deixando Seungmin terminar seus preparativos. O jovem então foi ao quarto, pegou seus pertences, colocou as luvas e a máscara e, finalmente, saiu de casa. Como de costume, estava em cima da hora por conta de sua rotina meticulosa.

[...]

Christopher ainda estava perdido em pensamentos, relembrando sua conversa com Changbin e Jisung mais cedo no estúdio. A frustração de Jisung havia trazido um peso extra para o dia, e o cansaço mental começava a se acumular. Após finalizar suas tarefas, decidiu sair para esfriar a cabeça.

Sem muita direção, pegou o carro e começou a dirigir pelas ruas da cidade, enquanto a tarde caía lentamente, pintando o céu com tons suaves de laranja e rosa. O movimento suave do volante, o som abafado do motor e a paisagem urbana passando pelas janelas o ajudavam a relaxar.

Quase sem perceber, seus olhos foram atraídos pela vitrine brilhante de uma joalheria. Luzes brancas destacavam os detalhes finos das joias, criando reflexos no vidro e dando uma aura quase etérea ao ambiente interior. Lembrou-se de que o aniversário de sua irmã estava se aproximando, então estacionou o carro e entrou no local, esperando achar algo que ela gostasse.

A loja tinha um ar refinado, com um toque acolhedor. Havia um leve cheiro de polidor de prata no ar, e o som suave de uma música instrumental ecoava ao fundo, quase abafado pelo vidro que separava as joias dos clientes. A iluminação era fria, mas sutilmente ajustada para não ser agressiva aos olhos, destacando cada peça de forma quase teatral. As vitrines brilhavam com pedras preciosas de todas as cores, e o chão de mármore refletia as luzes, criando um efeito hipnótico.

A loja estava quase vazia, exceto por dois rapazes atrás dos balcões. Um deles estava tão absorto em sua tarefa de limpeza que não percebeu a chegada de Bang. Vestindo um uniforme elegante, e calçando luvas brancas, ele limpava incansavelmente o balcão de joias. Seus movimentos eram acurados, passando o pano repetidas vezes sobre a superfície de vidro, como se quisesse eliminar até o menor traço de imperfeição. Seus olhos estavam fixos nos detalhes do móvel, e suas mãos trabalhavam de forma automática. O som do pano de limpeza deslizando sobre o vidro ecoava ligeiramente, preenchendo o espaço tranquilo.

Insomnia ─ ChanminOnde histórias criam vida. Descubra agora