oi meus amores! bem vindos <3 seguinte, essa aqui é pra giu giusoninho que teve essa ideia maluca e me ajudou com mil e uma coisas durante o processo. obrigada, amoreco! e continuem dando stream em cachorrada! só tem coisa boa vindo por aí, vocês vão amar <3 aproveitem a leitura! beijos
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São Paulo havia acordado meio cinza, e Kelvin e Ramiro lutavam contra a vontade de ignorar tudo e ficar deitados juntos.
Haviam mudado recentemente, assim que Ramiro saiu da prisão. O preto ainda tentava se acostumar com não acordar com o barulho dos bichos, mas sim, das buzinas furiosas logo cedo.
Apesar de tudo, estavam se dando bem com a metrópole. Ramiro conseguiu arranjar um emprego e Kelvin estava sendo acompanhado por um produtor novo, tudo corria muito bem.
Era um sábado, e apesar do ruivo ter tirado o dia para descansar e colocar algumas coisas da casa em ordem, o outro havia avisado que passaria o dia fora com Caio, que resolveu visitá-lo na cidade grande.
Ramiro estava sentado no sofá, com as pernas cruzadas, bebericando seu café enquanto não dava a hora de sair de casa. Ouvia uma movimentação vindo do quarto, mas não sabia o que exatamente seu marido estava fazendo.
Do outro lado da parede, Kelvin revirava suas gavetas, a frustração evidente pela quantidade de vezes que havia bufado nos últimos dois minutos.
— Que foi, pequetito, que cê tá raivoso? — Ramiro chamou, quando viu o menor sair do quarto batendo os pés.
— Não tô achando meu body! — Bufou mais uma vez.
— Coméquié? E desde quando cê tem um, Kevinho? — O preto questionou, arqueando uma sobrancelha, confuso.
— Ué, desde sempre! Não tô achando, tá tudo uma bagunça. — O ruivo se jogou no sofá ao lado de seu marido, que deu uma risada e o abraçou de lado.
— Cê reclama da bagunça como se não fosse ocê que bagunçou tudo, né? — A voz suave do mais velho, seguida do beijo que foi depositado na testa pálida fez Kelvin se esquecer da frustração. O corpo menor foi preguiçosamente se deitando sobre o outro, que riu enquanto fazia carinho nos fios curtos. — Cê para com isso, Seu Kelvin, que eu vou ficar com vontade de ficar agarradinho cocê e eu tenho que encontrar o Caio hoje!
— Eu ainda não acredito que você vai me largar aqui pelo Caio! — O ruivo fingiu indignação e recebeu um beijo na testa, enquanto seu marido carinhosamente o afastava para poder levantar.
— Prometo que não demoro, e depois eu tento achar um bode procê. — Ramiro deixa um selinho estalado nos lábios de Kelvin e um apertão em sua cintura antes de sair pela porta da frente do apartamento dos dois.
Kelvin apenas respirou fundo antes de levantar-se do sofá e colocar uma música para ir arrumar a bagunça que havia feito no quarto do casal.
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— ACHEI! — O grito de Kelvin se fez ouvir pelo 12° andar inteiro. Depois de ter arrumado a bagunça toda, não só do quarto, mas da casa também, finalmente havia achado a peça de roupa que tanto procurava - escondida atrás de uma das mochilas de Ramiro.
O barulho da chave girando na porta se fez presente, seguido do preto anunciando sua chegada. — Kel? Pequetito? Cheguei! Vem cá que eu tenho uma surpresa procê! — A imagem que Kelvin viu ao entrar na sala era algo que, com certeza, não esqueceria tão rápido: Ramiro, em frente ao sofá, segurando um filhote de bode atrás das costas tentando fazer surpresa.
— Rams... o que é isso?
— Uai, cê falou que tava procurando um bode, não falou? — O maior sorriu, orgulhoso. — Achei um pra nós! Olha como é bonitinho.
— Amor... — O ruivo teve que segurar a risada. Era realmente uma cena inesquecível, não era todo dia que seu marido rodava São Paulo atrás de um bode de estimação. — Não era bode, Rams.
— Era sim! Cê me falou hoje mais cedo que eu me lembro. — Respondeu, balançando o bicho enquanto falava.
— Falei, mas eu tava procurando um body, não um bode. Com Y. — Não aguentou e começou a rir.
— E tem diferença?
— Claro que tem! — A risada se tornava cada vez mais alta. — Body com Y é isso aqui, ó.
O ruivo balançou a peça de roupa no ar para que Ramiro pudesse ver, e ele, que havia passado a segurar o filhote com uma mão só, usou a outra para coçar a nuca, como fazia quando ficava nervoso.
— Isso ai não é bode não! Isso chama maiô.
— Maiô é pra ir pra praia, Rams! Esse é body. — O ruivo deu outra risada, se aproximou e deu um selinho no marido. — E vem cá, onde você achou um bode em São Paulo?
— Eu achei uma moça em Marília. Fui buscar e voltei. — O preto respondeu.
— Marília? — O menor franziu o cenho, pensando. — Marília não fica umas 2h de São Paulo?
— Duas de ida e duas de volta. — Ramiro sorriu.
— Você dirigiu quatro horas pra ir buscar um bode?
— É, uai, cê falou que queria! E eu vi como cê tava bravo hoje cedo, queria deixar ocê feliz. — Kelvin se derreteu inteiro antes mesmo do marido completar a última frase.
Mesmo com o animal em um braço, o maior envolveu a cintura do ruivo, que já segurava sua barba com uma mão e o puxava para um beijo rápido e recheado de sorrisos.
— Ô, Kevinho, e agora? Que que eu faço com essa criatura? — O maior colocou o filhote no chão, que foi instantaneamente na direção de Kelvin, sendo recebido de braços abertos pelo homem, que abaixou para ficar mais próximo e poder abraçar o animal.
— Amoooooor... — O ruivo usou sua voz mais manhosa ao chamar o marido. — Ele é tão bonitinho...
O tom de voz fez o outro se derreter, abaixando para fazer carinho no bicho que, claramente, já havia criado laços com seu marido.
— Ele é. Mas onde que a gente vai enfiar essa coisa? — Ramiro questionou, e Kelvin fez uma expressão inconformada.
— Essa coisa? Ele é nosso filho, Ramiro!
— Tá bom, desculpa pequetito. A gente vai precisar arrumar um espacinho pro nosso Kelmirinho. — O tom de voz do preto amoleceu, vendo o animalzinho se deitar entre as pernas de Kelvin.
— Nosso o que?
— Kelmirinho. — Ramiro repetiu, sorrindo orgulhoso com o nome que havia criado. — Nosso bodinho.
— Tá decidido em ficar com ele, então? — Ramiro assentiu e Kelvin deu risada da mudança brusca do marido, que dois minutos atrás estava reclamando de não ter aonde colocar o animal. — Mudou de ideia por que?
— Uai, no fim das contas um bode é quase um cachorro né? Só faz uns... barulho diferente. — O preto dá outro sorriso orgulhoso e volta a fazer carinho no animal, que havia se aconchegado ali, no abraço do ruivo, assim como ele próprio sempre gostou de fazer.
— Rams, você sabe que a gente não pode morar em um apartamento com um bode, né?
— Por que não?
— Amor, ele precisa de espaço! Ele vai crescer, e nosso apartamentinho vai ficar pequeno pra ele. Além do fato que as patinhas dele fazem muito barulho, e a Dona Amélia já já vai reclamar dele perambulando por aí. — Kelvin pontuou.
— Então... a gente se muda! É, vamos começar a procurar casas pra gente morar, com quintal e tudo! — Ramiro se empolga e se levanta, indo em direção ao computador do ruivo. — Agora vem cá me ajudar que cê sabe que eu não sei mexer nesse troço.
Kelvin sorriu, e, com o bode nos braços, levantou e foi sentar ao lado de seu marido para ajudá-lo a procurar uma casa nova para que pudessem morar com o filho novo. Não sabia quando tudo tinha chegado a esse ponto, mas sabia que não queria que nada mudasse. Nunca.