Capítulo 9

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A semana passou arrastada, não conseguiram se ver muito devido a agenda corrida do ator, mas seguiam conversando por videochamada e mensagens. Sexta feira enfim chegou para a alegria de todos e Diego estava decidido a abrir o jogo e compartilhar com seu namorado essa parte artística da sua vida. Se decidiu depois de refletir muito, se deu conta de que seus amigos tinham razão, eles estavam construindo algo e uma hora ou outra ele ia saber.

Conseguiu trocar sua folga no trabalho e após deixar Julinho na escola, seguiu para o condomínio luxuoso. Amaury não estava em casa, mas deixou a chave do apartamento na portaria com Seu Jairo, era estranho para Diego chegar assim num completo desconhecido, por mais simpático que fosse, sentia um frio na barriga só de dizer olá.

— Bom trabalho viu e mais uma vez obrigado. - Ele agradeceu outra vez ao senhor sorridente.

Durante o caminho conseguiu ver alguns rostos conhecidos da televisão, se segurou muito para não dar uma de fanboy e andou com confiança, queria mostrar que sabia para onde estava indo

— Ei bonitinho. - Ele reconheceu aquele rosto, Iago Barbosa, um ator global que fez muito sucesso no passado, mas que ultimamente estava sumido. Ele o mediu de cima a baixo, não sendo nada discreto, Diego ficou confuso.

— Eu? - Perguntou olhando ao redor.

— É... - Ele se aproximou subindo o óculos escuro no topo da cabeça. — Você é novo por aqui?

— Sim, quer dizer, meu namorado mora aqui.

— Então é novo! - Ele riu, Diego chamou o elevador pensando que cara estranho.

— É, acho que sim.

— Você é muito bonito. - Diego apenas sorriu sem graça fitando o número do elevador mudar lentamente. — Quem é o sortudo?

— Como?

— Eu nunca vi você por aqui, então não sei quem é o seu namorado. - Diego franziu o cenho, não estava se sentindo confortável pela forma que aquele moço falava e principalmente em como o olhava. — Imagina se deixam qualquer um entrar, Deus me livre, só quero me certificar se você realmente conhece alguém do condomínio... - Diego estava paralisado e incrédulo, como alguém poderia dizer aquelas coisas? Iago se aproximou mais ainda —, e sabe, se não conhecer tudo bem gatinho, pode ir lá pra minha casa. - A última frase disse num sussurro logo lançando uma piscadinha. Diego se afastou enojado.

— Você está sendo rude. - Ele riu outra vez e desceu os óculos.

— Qual é, vamos lá.

— Não to afim. - O elevador finalmente chegou e Diego entrou.

Ia sair do elevador quando o outro entrou, mas por sorte outras duas pessoas entraram também.

— Bom dia. - Saudou Samuel de Assis, Diego apenas sorriu e deu graças a Deus por não ter que ficar sozinho no elevador com aquele sem noção.

Desceu no andar desejado e seguiu seu caminho até a porta marcada. Sentia um gosto amargo na boca e estava bastante irritado com o que tinha acabado de acontecer. Primeiro era um absurdo aquele cara o abordando daquele jeito, segundo que nojento.

Conseguiu deixar sua raiva de lado quando sentiu o cheiro do apartamento dele, tudo estava tão organizado, os quadros na parede eram lindos, as paredes claras e limpinhas, foi impossível não morder o interior da bochecha pensando no futuro, quando Julinho sujasse uma delas com a marca de sua mãozinha suja de tinta ou vindo direto do futebol sem um banho. Muitos objetos, várias revistas e livros pelas estantes, era tudo tão a cara dele, que se pegou sorrindo várias vezes.

Ridículo Where stories live. Discover now