04. Sufocado

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Coreia do Sul, 27 de agosto de 2026 às 14:55.

A respiração de Chanyeol estava alterada e ruidosa, suas mãos suadas e o pé batendo no chão do carro de forma impaciente enquanto Suho dirigia.

— Já disse que vou encontrar, não disse? Por que está impaciente desse jeito? — perguntou irritado, desviando o olhar da rodovia por um momento para encarar o Park.

— E se ele já estiver morto? E se aqueles psicopatas tocarem nele? Há coisas na vida que nos matam por dentro, que nos faz desejar estar morto. Estou com medo. Medo do que possam ter feito com ele. — Esbravejou.

— É justamente por isso que ainda estão com ele. Você está desesperado e eles sabem disso, é justamente o que querem! — gritou bravo, batendo no volante — Há quanto tempo fazendo isso, Chanyeol? Precisa ser frio pra esse trabalho e você sabe disso. Quando se trata dele você se torna ansioso, precipitado, descuidado, emocional e nada profissional. É por isso que dizem que amar alguém nos deixa vulnerável, por isso pessoas do nosso tipo não tem família. Quando amamos alguém, criamos um ponto fraco.

Chanyeol olhou para Junmyeon um tanto boquiaberto, respirando fundo em seguida, tentou se acalmar usando a raiva de seu amigo para tomar força e se tornar centrado.

— O que você sabe sobre isso? Você é incapaz de ter um relacionamento romântico. — gritou de volta.

— Minha sexualidade não interfere em nada nessa situação. Qual o seu problema?

— Se fosse eu? Como você se sentiria?

— Eu sei que te encontraria. Não perderia o foco, não deixaria eles me manipularem como fazem com você. Você sabe que eles estão deixando uma trilha de migalhas para você seguir e está fazendo sem questionar.

— Preciso saber se ele está bem…

— E eles vão usar isso contra você. Porque é a você que eles querem. — disse por fim, suspirando frustrado.

China, 27 de Agosto de 2020, às 10:35

Estavam há mais de um dia hospedados naquele pulgueiro, um lugar cheio de bêbados, usado apenas por garotas de programa para trazer seus clientes e consumo de drogas.

Baekhyun estava proibido de chegar até mesmo perto da janela. Não podia chegar perto de aparelhos eletrônicos e quase que foi proibido de assistir TV.

Tinha nojo de estar deitado naquela cama, as paredes mofadas lhe davam ânsia de vômito e tudo que queria era voltar para seu quarto, sua casa.

— Trouxe uma coisa pra você. — disse o Park, entrando no quarto com um saco de comida para a viagem de uma lanchonete que não parecia estar por perto — Espero que isso sirva.

Baekhyun levantou da cama rapidamente, indo até o mais velho e pegando o saco, vendo que tinham dois sanduíches e batata frita.

— Serve. — sorriu animado — Vocês não podem fazer as coisas que tem que fazer aqui? Ficar sozinho desse jeito é horrível. — suspirou frustrado, começando a comer — E roupas? Não tem algo que tenha mais a ver comigo para que eu possa usar?

— Olha bem a sua volta, garoto. O que isso parece pra você? Algum tipo de festa do pijama? Come o que tem, veste o que dá. Não sou seu amigo, não tô aqui pra brincar com você.

— Cavalo. Não é atoa que um veterinário remenda você. — respondeu ríspido, sem pensar.

Baekhyun bufou irritado, deixando a comida de lado, por um momento tremeu, vendo Chanyeol cerrar os dentes.

— Se não é meu amigo, não está aqui pra brincar. Por que me tirou daquele prédio? — o tom de deboche era palpável e Chanyeol curvou seus lábios em um sorriso malicioso.

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