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Se há uma palavra que podia descrever a mente e o corpo de Diego naquele momento seria exaustão, pura e simples.

Andava pelo quarto do hotel, que particularmente parecia mais com um pequeno apartamento em passos lentos quase arrastado, retirando do corpo as peças que usava e as jogando pelo caminho. Como pode ser tão doloroso andar por algumas horas de salto? E porque mesmo as peças mais simples ficam tão desconfortáveis depois de algumas horas? Depois daquele dia corrido, já não sabia dizer se era ele quem estava acabando o trabalho ou se era o trabalho que acabava com ele.

A realidade é que após um longo dia, tudo que queria era sentir os dedos longos de um certo alguém em seus pés, massageando como só ele sabia.

E, impressionante como mesmo do outro lado do país, o certo alguém, esperava ansiosamente por um telefonema, uma mensagem, uma notícia... Queria todas as novidades que Diego tinha pra dar, e ouvir cada detalhe, já tinha percebido que por Facetime seu coração ficava um pouco mais reconfortado por estar longe do ruivo, era quase como se Diego estivesse lá mesmo.

Andava de samba canção e regata branca de um lado para o outro com alguns relatórios médicos que havia trazido para revisar, mas que não conseguia focar exatamente por estar esperando sinal de seu amor.

Aliás samba canção essa, com vários rostinhos de Diego e Amaury estampados no tecido, presente de Samuel, fã número um do casal, que também tinha uma peça idêntica pronta para entregar a Diego, achava a coisa mais hilária do mundo.

Como um alinhamento, ambos se sentiam exaustos, desejando as próximas férias, ou ao menos um feriado prolongado. O mais velho dispersava olhando intensamente para o fundo da terceira xícara de café preto da noite, o que restou da bebida já estava frio quando a tela ao seu lado clareou, o tirando do hiperfoco.

O som da notificação era diferente dos demais contatos, algo feito propositalmente e o nome também, Este que a pessoa em questão apenas fingia que não gostava. "Benzinho" acompanhando de um emoji de coração branco anunciava aos olhos a mensagem que Amaury tanto esperava.

"Acabei de chegar em casa"

O coração do preto errou as batidas por alguns segundos, bobo que era.

"Em casa?"


"Não, quero dizer no hotel. Minha cabeça tá tão cansada que eu já tô até trocando as palavras"

"Acredita que eu sonhei com você hoje, Di? Eu te ligava nos meus sonhos, querendo te acordar e te chamar pra vir pra cá, ficar com nossos gatinhos"


"Acho que eu sei o nome
disso, hein, meu preto?"

"Xiu."

Além de ser na maior parte das vezes emocionalmente confuso, Amaury amava implicar com o menor, e Diego podia até fingir que não gostava, mas fazia exatamente o mesmo.

Chamavam de atos de pertubação. O maior sorriu como um adolescente apaixonado, recostado no sofá da sala, observando a palavra "digitando" surgir na tela.

"Eu posso realizar pelo menos uma parte do seu sonho mais tarde, amor..."

"Mais tarde? Por que não agora? Quero te ver, vou te ligar."


"Eu ainda tô montado, preto.
Deixa eu tomar um banho primeiro..."

"Montado?"

PURPLE RAINOnde histórias criam vida. Descubra agora