𝐂𝐀𝐏Í𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟏𝟔. 𝐂𝐎𝐌𝐎 𝐀𝐆𝐑𝐀𝐃𝐄𝐂𝐄𝐑.

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Uma parte de mim quer gritar que isso é uma péssima ideia, que a gente já complicou demais a relação, que não precisamos de mais confusão. Outra parte, porém... Ah, outra parte está sendo esmagada pela curiosidade, pela vontade de ver onde isso nos levaria.

Eu e ele. Numa mesa de restaurante ou em qualquer outro lugar que ele escolhesse. Só nós dois, sem o clima de tensão e complicação que sempre surge em volta. Poderíamos tentar conversar, descobrir mais um sobre o outro, como pessoas normais. Ou talvez não... talvez a conversa acabasse indo por outros caminhos, como sempre parece acontecer quando estamos a sós.

Será que eu aguentaria isso?

Tantas perguntas, tantas dúvidas. Eu queria saber por que ele está me convidando para esse encontro.

Ele, Raphael Veiga, jogador de futebol e ídolo de tanta gente, que poderia ter quem quisesse, por que me quer por perto? Será que sou só mais uma distração? Ou... será que existe mais alguma coisa? Será que ele também sente essa tensão entre nós, essa conexão inexplicável que eu tento não pensar muito?

Eu sinto que ele continua me olhando de relance, esperando uma resposta. Mas, honestamente, o que eu posso dizer? Se eu disser sim, estarei mergulhando de cabeça numa confusão ainda maior. Se disser não, talvez eu perca a chance de... de quê? Nem eu sei.

Respiro fundo, tentando acalmar a tempestade dentro de mim. Finalmente, decido que a melhor saída é a honestidade, por mais difícil que seja.

– Raphael... eu... — começo, mas as palavras fogem da minha boca. Como explicar o que estou sentindo? Como colocar em palavras a confusão, o medo, e a excitação que essa simples pergunta me causou?

Eu desvio o olhar para a janela, observando as luzes dos carros passarem rápido. Queria poder congelar o tempo, pensar um pouco mais, entender o que ele quer, o que eu quero. Mas sei que não tenho esse luxo.

– Eu não sei... — admito, finalmente. — Não sei se é uma boa ideia.

Ele não responde imediatamente, e isso me deixa ainda mais nervosa.

– As melhores coisas surgem no meio da confusão. — sua voz sai mais suave, mais próxima.

Meu coração dá um salto, e eu me forço a continuar encarando a janela, tentando disfarçar o sorriso que insiste em aparecer no canto dos meus lábios.

Ele continua dirigindo, o silêncio pairando entre nós, mas dessa vez, o silêncio não é incômodo. É como se ele estivesse me dando espaço para pensar, sem pressão, sem forçar uma resposta imediata. E isso, por algum motivo, me acalma.

Talvez, só talvez, eu devesse parar de tentar entender tudo. Talvez eu devesse simplesmente... viver.

– Tá bom. — minha voz sai mais firme do que eu esperava. – Eu aceito.

Ele me olha de relance, um leve sorriso brincando nos lábios.

– Aceita? — repete, como se quisesse confirmar que eu realmente disse aquilo.

– Aceito. Mas... nada de escolher um lugar muito chique. — apresso-me em acrescentar. – Eu não sei como me comportar em lugar assim, e nem tenho roupa pra isso.

Ele ri baixinho, um som que me faz querer sorrir junto, apesar da ansiedade crescente.

– Não precisa se preocupar com isso. — diz, balançando a cabeça. – Você pode ser só você mesma. Quanto à roupa, eu compro.

– Como assim você compra? — pergunto, franzindo o cenho.

– Eu compro. — ele repete, como se fosse a coisa mais simples do mundo. – Quer um vestido? Um macacão? Uma blusa simples com saia?

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𝐒𝐎𝐁𝐑𝐄 𝐍Ó𝐒. - 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀.Onde histórias criam vida. Descubra agora