2. Hey, I just met you and this is crazy

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Notas iniciais: esqueci de mencionar isso no capítulo anterior e nas notas, mas cada capítulo vai ser nomeado com um trecho de uma música. O capítulo 1 é um trecho de Heart-shaped Glasses do Marilyn Manson. Esse é de Call me Maybe, da Carlie Rae Jepsen.

Esse capítulo é pra vc, RobertaVerso

🏡❤️‍🩹🌼


Kelvin se espreguiçou e checou a hora: 16:30. Sorriu, se dando conta de que tinha acabado todas as demandas do dia bem a tempo de pegar a fornada de pão que saía naquele horário na padaria próxima. Certificou-se de que seus arquivos estavam salvos e desligou o laptop, antes de levantar devagar e esticar as costas.

Acariciou a barriguinha e ajeitou a blusa antes de pegar a carteira e as chaves. Calçou os tênis e abriu a porta. Viu um homem muito bonito com malas e uma mochila passando e lhe deu um sorriso educado, estranhando quando ele continuou andando com os olhos presos em si. Alertou-o, mas foi tarde demais: ele colidiu com tudo na porta e xingou, segurando o nariz com cuidado, examinando-o para ver se não estava quebrado.

— Tudo bem, moço?

O homem se virou e encarou Kelvin, parecendo hipnotizado por alguns segundos. Piscou, desviou o olhar e limpou a garganta antes de responder.

— Tá, tá tudo bem sim. Tudo ótimo. Excelente. Muito bom. — ele limpou a garganta de novo e respirou fundo. Voltou a encarar Kelvin e estendeu a mão — Eu sou o Ramiro. Você é o novo vizinho?

— Isso, eu sou o Kelvin! — apertou a mão grande do vizinho e sentiu o calor do toque se espalhar pelo braço.

Os dois estavam a uma distância “social” um do outro, mas Kelvin foi capaz de sentir o cheiro dele, uma fragrância amadeirada e forte, meio deslocada ali no corredor mas que provavelmente seria ótima de ter num quarto, nos lençóis...

Soltou a mão dele delicadamente ao perceber onde seus pensamentos estavam indo. Estava diante de um alfa, aquele cheiro marcante não deixava dúvidas. Esperou sentir medo ou, pelo menos, apreensão, mas estava estranhamente tranquilo. Mencionaria aquela evolução em sua próxima sessão de terapia.

Limpou a garganta e piscou, saindo daquela bolha que parecia ter capturado os dois e se despediu. Sentiu o olhar dele em suas costas até entrar no elevador. Quando entrou e se virou de frente para o corredor, ele já tinha entrado em casa. Kelvin pensou que ele podia ter demorado só mais um pouquinho do lado de fora.

🏡❤️‍🩹🌼

Dentro do próprio apartamento, Ramiro tentava manter a calma. Sem perceber, tinha empestado o corredor com o seu cheiro, instintivamente tentando capturar o interesse do ômega. Seu par, a pessoa que, biologicamente, era perfeita para ele. E seu corpo estava trabalhando para tentar mostrar isso a ele. A quantidade de feromônios que começou a liberar inconscientemente no corredor era prova disso.

Fechou os olhos e respirou fundo, massageando o peito, desejando que o coração desacelerasse. Kelvin. Seu ômega. Não, um ômega! Um ômega que era seu vizinho, estava grávido (e os instintos de Ramiro pediam, gritavam para ele cuidar, acolher, proteger aquele filhote assim como ao pai dele) e provavelmente não queria um alfa exalando feromônios descontroladamente no corredor do prédio.

Pegou o celular do bolso e ligou para a irmã. Precisava de uma opinião externa.

— Ramiro? Já tá em casa?

— Mariana, me ajuda!

Imediatamente a mulher ficou em alerta. — Você tá passando mal? Você tá em casa? O que aconteceu? — pegou suas chaves na gaveta do balcão da floricultura, sua bolsa e já ia avisar seus dois funcionários que estava indo resolver uma emergência de família quando o irmão respondeu.

To Build a HomeWhere stories live. Discover now