TE FAÇO UM CAFUNÉ

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Mesmo ofegante, Sandra buscou os lábios de João Pedro em um beijo intenso, saboreando cada segundo enquanto suas pernas se entrelaçavam ainda mais. Ele ainda estava dentro dela, ambos aproveitando as últimas ondas de prazer que percorriam seus corpos, o contato prolongado mantendo a conexão forte e profunda. As mãos dele deslizavam pelas costas dela, e ela continuava a explorar o corpo dele com toques leves, acariciando cada centímetro.

Entre os beijos e carícias, o tempo parecia desacelerar, e ambos se perderam na intimidade tranquila que os envolvia. Os suspiros suaves e o calor compartilhado mantinham o momento vivo, enquanto a respiração de ambos começava a voltar ao normal.

Sandra, com um sorriso brincalhão nos lábios, deslizou os dedos pelo peito de João Pedro, brincando levemente com a cicatriz no abdômen dele, traçando o contorno com cuidado. - E aí, melhorou do porre de vinho? - perguntou, a voz suave, mas cheia de diversão.

João Pedro soltou um riso preguiçoso, os olhos semicerrados enquanto seus dedos enroscavam nos fios dos cabelos dela. - Não... apesar dos seus truques sacanas, - respondeu com um tom de falsa indignação, mas o sorriso nos lábios traía sua provocação.

Sandra arqueou uma sobrancelha, rindo baixinho, com um ar de desafio nos olhos. - Mas sexo devagarzinho é bom, confesse... - murmurou, se inclinando para beijar o peito dele, deixando uma trilha de beijos suaves.

Ele sorriu e, sem hesitar, a puxou para mais perto, fazendo ela deitar em cima dele, prendendo ela ali com as pernas fortes. - Oxente, e quando eu disse que não era? - provocou, seus olhos brilhando de malícia e diversão.

Sandra soltou uma gargalhada surpresa e em seguida deu um tapinha leve no peito dele. - Ô, João Pedro! - exclamou, antes de roubar mais um beijinho suave de seus lábios.

Ele riu junto, a voz ainda rouca de cansaço e satisfação. - Vem cá... e dormir, hein? - provocou, com os olhos semicerrados, lançando um olhar divertido para ela. Sandra o olhou com um toque de confusão no rosto, mas logo entendeu. - Cê não quer dormir, não? - Ele completou, com um sorriso preguiçoso, deixando claro que o corpo dele estava pedindo descanso.

Ela soltou uma risada, percebendo que ele realmente estava cansado, e o beijou de novo, mais devagar. - Dormir, né? - brincou, mas não resistiu e o beijou uma última vez, aproveitando o momento. Entre os beijos, ela não perdeu a chance de zoá-lo. - Mas é bom, né? - disse, com um sorriso travesso, sem parar de provocá-lo, os lábios ainda tocando os dele.

João Pedro riu, puxando ela ainda mais perto, como se quisesse sentir o calor dela por mais um instante antes de finalmente ceder ao cansaço. - É... bom demais - murmurou, os olhos quase fechando de sono, mas ainda apreciando a presença dela ali, deitada em cima dele.

Sandra riu suavemente contra os lábios dele, o toque ainda quente. Em resposta, ela lhe deu outro beijo, desta vez um pouco mais demorado, mas igualmente tranquilo, antes de se aconchegar em cima dele. No entanto, ao fazer isso, um turbilhão de pensamentos começou a tomar conta da mente dela. Ela percebeu que aquela era a segunda noite consecutiva que estavam dormindo juntos, e aquilo mexia com ela de uma forma que não sabia como lidar. O coração dela disparava, não por excitação, mas por algo mais profundo - uma mistura de sentimentos que se mesclavam em preocupação e incerteza.

Enquanto João Pedro sentia os olhos pesarem, ele se recusava a afastá-la. Estava confortável com o corpo dela sobre o seu, como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo. Ele tentou, com certa dificuldade, alcançar o cobertor ao lado, puxando desajeitadamente para tentar cobrir os dois e Sandra tentou se afastar para que ele pudesse realizar a tarefa.

- Ôwww, fica aqui... - ele murmurou, quase que em um pedido sonolento, o tom dele deixando claro que não queria que ela saísse de cima dele. Sandra sentiu um calorzinho no peito com o pedido dele, uma sensação de conforto e carinho invadindo de forma inesperada. - Só me ajuda a puxar isso... - ele completou, se referindo ao cobertor.

Sandra deu um risinho suave, saindo levemente da sua distração mental. Ela se moveu com cuidado, ajudando a puxar o cobertor sobre eles. João Pedro envolveu Sandra com os braços, a acomodando de um jeito que ele pudesse relaxar completamente, sentindo o calor dela tão próximo. Eles se entrelaçaram em silêncio, o ambiente envolto em uma quietude confortável.

Ela sentia os batimentos cardíacos dele, lentos e tranquilos, o que a fazia se sentir segura, como se aquele momento pudesse durar para sempre. Mesmo com as preocupações e os pensamentos inquietos que rondavam sua mente, naquele instante, tudo parecia se encaixar.

João Pedro, já tomado pelo sono, continuava a acariciar as costas de Sandra com movimentos lentos e suaves. O toque dele era quase automático, mas ainda assim cheio de carinho, como se fosse uma forma inconsciente de garantir que ela permanecesse próxima, aninhada a ele. A mão percorria suas costas com delicadeza, provocando arrepios ocasionais que a faziam se aconchegar ainda mais.

Sandra, quieta, repousava no peito dele, sentindo o calor que irradiava do corpo de João Pedro. Enquanto ele caía lentamente no sono, a mente dela se mantinha acordada, vagando entre os muitos pensamentos e emoções que vinham à tona. Naquele silêncio confortável, era impossível não pensar em tudo que tinha acontecido nos últimos dias - o fim tumultuado do noivado com Maurício, as discussões constantes em casa, as expectativas sufocantes que sua família colocava sobre ela.

E então, no meio de toda essa tempestade emocional, surgiu João Pedro. Ele era um furacão - intenso, provocador, e cheio de uma energia que a fazia se sentir viva de uma maneira que ela não sentia há muito tempo. O que era para ser algo sem muita complicação, um encontro inesperado, havia rapidamente se tornado uma parte central da sua vida. Com ele, ela se sentia corajosa, capaz de enfrentar as adversidades, mas também se questionava: "O que eu sinto por ele de verdade?"

Enquanto esses pensamentos passavam por sua mente, Sandra sentia o peito de João Pedro subir e descer de forma rítmica, indicando que ele já estava quase totalmente adormecido. As pernas dele se enroscaram nas dela, num gesto inconsciente de intimidade, trazendo ainda mais para perto, como se ele quisesse assegurar que ela continuaria ali, junto a ele. Ela, por sua vez, permaneceu aninhada em seu peito, sentindo o conforto do peso do corpo dele sob o seu, enquanto a respiração dele se tornava cada vez mais pesada e lenta.

João Pedro finalmente adormeceu, o calor do corpo dele irradiando uma sensação de segurança para Sandra, que, embora ainda desperta, começou a relaxar aos poucos. Ela levantou a cabeça levemente, observando o rosto dele em seu estado mais tranquilo e despreocupado, e, quase como um gesto automático, depositou um beijo suave no peito dele. O toque leve de seus lábios contra a pele dele foi como um sinal silencioso de carinho, algo que ela sentiu que precisava fazer naquele momento.

Ela então se acomodou novamente, o abraçando com mais força, buscando o conforto que aquele instante lhe proporcionava. Apesar das dúvidas e da enxurrada de pensamentos que invadiam sua mente, Sandra decidiu se permitir viver aquele momento, sem se preocupar com o que viria depois. Envolta no calor de João Pedro, ela fechou os olhos, se rendendo à sensação de pertencimento que sentia em seus braços. Ali, naquela quietude, tudo parecia estar no lugar.

Entre Batidas e Segredos - AU Josandra (textos)Where stories live. Discover now