5- 🕛 Last goodbye 🕛

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— Jiyeon era... Era como uma irmã. — A voz de Han Jisung se fez presente no local, baixa e embargada. Sua tristeza era nítida na sua forma de mexer incessantemente o corpo para frente e para trás. — Era muito fácil conviver com ela porque, apesar de mandona, era doce e gentil. Nos escutava e nos acolhia quando precisávamos. Jiyeon era a pessoa mais incrível que conheci. Amar a ela era simplesmente natural. — Percebi um sorriso nostálgico aparecer em seus lábios ao se lembrar de todos os anos que passamos juntos. — Ela era... Quem eu quero enganar? — Pelo que reparei, ele não tinha preparado nada para dizer, o que não me surpreende, pois inicialmente apenas eu e a mãe dela falariamos. — É muito estranho falar dela usando o passado. É que ela sempre foi muito presente em tudo. Vocês não sabem o quanto sou grato por ela ter feito parte da minha vida. Tê-la ao meu lado foi mágico e serão, para sempre, minhas memórias favoritas. — Sua voz saiu fraca e ele se entregou para o choro mais uma vez, massageando o peito com força, como se estivesse tentando tirar a angústia que estava ali.

Minha cabeça está latejando. Estar nesse lugar, olhando para o caixão fechado e para todas as pessoas à minha volta chorando e se lamentando é corrosivo. Cada batida em meu coração soa como uma súplica por socorro, implorando para que tirem essa sensação de mim, para que tudo volte a ser como era.

— Ela... Ela odiaria nos ver assim. — Seungmin diz quase susurrando, rindo soprado e balançando a cabeça como se tivesse desacreditado, limpando as lágrimas.

— Pois é, odiaria mesmo. — Concordo com um sorriso pequeno nos lábios e com as lágrimas ainda escorrendo pelo meu rosto. A essa altura, todos desistiram de tentar parar de chorar, apenas aceitaram e vez ou outra tentam secar o rosto.

— Nós estamos horríveis. — Jisung disse se aproximando e se sentando ao meu lado depois de voltar para o lugar.

Aqui é sufocante. A iluminação fraca parece estar zombando de nosso estado, os lírios envoltos no caixão dão a sensação de melancolia. Toda vez que meus olhos os encontram, sinto meu pulmão se contrair, tirando todo o ar de dentro somente para dar espaço a mais e mais lágrimas a cada lembrança que me trazem. O altar repleto de sobremesas, colares, pulseiras e anéis, é um lembrete constante de tudo que ela adorava, meu coração se despedaça toda vez que olho para ele, porque sei que se isso fosse uma festa como Felix disse, ela estaria feliz e sorridente com tantos presentes e nós com certeza estaríamos gargalhando de alguma besteira que Jisung dissesse.

Levanto meu rosto e pela visão embaçada graças as lágrimas, consigo ver o que acho ser Missok se apoiando em Jieun, chorando agressivamente enquanto a menina tenta parecer calma para dar apoio à mãe.

As olhando assim lembro-me de quando senhor Kyungmin, pai de Jiyeon, faleceu. Enquanto Misook e Jiyeon ficaram derrotadas e abaladas demais, Jieun se manteve firme. Engoliu e reprimiu toda a dor somente para que a mãe e a irmã pudessem se apoiar nela.

— Eu... Ela... Nada disso faz sentido. — Jeongin diz num murmúrio se levantando, ele era o próximo a falar. — Jiyeon era como minha irmã mais velha. Eu sou... Era obcecado por tudo que ela fazia. — Diferente de todos nós, ele está com lágrimas rasas nos olhos e o que mais chama atenção em seu rosto é o sorriso repleto de ternura e carinho. — Qualquer coisa que ela me dissesse, rapidamente se tornaria uma verdade absoluta para mim. E apesar de não ser tão mais novo, perto dela me sentia um pirralho chato que só sabia tirar catota do nariz. — Ele olha para Jieun e abre um sorriso maior e gentil, estava a perdoando em alto e bom som, para que todos escutassem, mesmo que não soubessem do que estava falando. — Nós eramos inseparáveis e pensar que alguma coisa repentina nos separou, parece uma afronta a nossa amizade! — A cada palavra, lágrimas solitárias desciam de seus olhos, mas seu rosto e sua postura transmitiam calmaria. Ele de repente virou seu olhar para nós três, que estávamos sentados um ao lado do outro. — Como o favorito dela e lamento, Hyunjin hyung, mas você tem que aceitar que é o segundo favorito, eu prometo irritar e tirar risadas de vocês todos os dias. — O bom humor fez com que todos na sala rissem. É claro, eram risadas mais melancólicas do que de fato felizes, mas ainda assim, eram risadas honestas. — E por último, Jiyeon... — Se aproximou do caixão, depositando sua mão esquerda nele, encarando a foto ao lado. — Seja onde você estiver, prometo que vou cuidar deles e manter sua memória viva. — Passou a apoiar o corpo todo no caixão, como se estivesse a abraçando apertado e sorriu grande, saindo e voltando para o lugar.

Segunda Chance Para Amar •Hyunlix•Onde histórias criam vida. Descubra agora