Problemas

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Sasuke Uchiha gostava de pensar que tinha uma vida simples. Apesar de viver em condições bem diferentes do comum na sociedade moderna japonesa, ele tinha tudo que um homem poderia querer.

Uma família acolhedora. Um ótimo trabalho, que lhe pagava muito bem. Uma esposa dedicada e amorosa. Segundo as más línguas, a única coisa que faltava era um herdeiro, mas não era como se Sakura e ele não estivessem tentando.

Sakura Uchiha, anteriormente Sakura Haruno, era a mulher dos sonhos de qualquer rapaz. Se conheceram sete anos atrás, numa festa de aniversário de um amigo em comum, e o interesse surgiu mutuamente. Ele se lembra de ter pensado que já estava mesmo na hora de namorar quando se encontrou num beco aos amassos com uma mulher que, até o início da noite, sequer sabia da sua existência.

Era interessante como o tesão virou afinidade em pouquíssimo tempo. Não transaram naquela noite pois era muito cedo, e Sasuke sempre foi muito respeitador — e isso não tinha nada haver com o fato de Sakura ser uma mulher. Ele entendeu em poucos minutos de conversa que ela era uma moça forte e decidida, mas a questão era que ele trataria assim qualquer pessoa. Afinal, era como gostaria de ser tratado.

Depois de alguns encontros e conversas francas, foi fácil para o moreno reconhecer que estava amando. Sakura era extraordinária; trabalhava do amanhecer ao anoitecer, mal tendo tempo para si mesma, e ainda conseguia olhar para a vida com gratidão. Ele precisava disso, de alguém brilhante que o tirasse da escuridão sempre que necessário.

Precisava de um sol. E apostou todas as fichas que tinha no desejo de que Sakura fosse esse sol.

Ele gostava de dizer que tinha uma vida simples. Amava a esposa, a cobertura onde moravam e o trabalho como juiz. 

Mas tinha algo muito complicado crescendo dentro dele e isso refletia em seu relacionamento. Não maltratava Sakura, jamais faria isso, mas havia algo entre eles que não dava mais certo. Talvez fosse a idade — é comum ter disfunção erétil aos trinta e poucos? —, ou o fato de seus sogros ligarem quase toda semana para saber se eles finalmente, depois de cinco anos de casamento, estavam aumentando a família.

E ele sabe que ela percebe. Percebe tão bem que fazia quase um mês que o assunto “ménage” surgiu em suas conversas.

— Pode ser interessante! — ela disse com um sorriso sapeca, passando um pouco de chocolate derretido na bochecha dele. Estavam sentados na varanda de casa tendo uma noite romântica, que não necessariamente envolvia sexo e isso era comum para eles desde o início do relacionamento. — Tem um cara novo lá no escritório que eu achei uma delícia. Você também vai gostar se vir ele.

— Você tem certeza que não tá só querendo dormir com ele e tá me arrastando pra isso pra não ser considerado traição? — ele franziu o cenho, convencido, mas acabou sorrindo quando viu ela arfar exageradamente.

— Sasuke! Que isso! — ela bateu no ombro dele com a parte limpa da mão, gritando fino quando sentiu os lábios alheios em seu pescoço, onde ele tinha passado chocolate anteriormente. — Eu nunca trairia você. Isso é só uma sugestão, pra gente se divertir um pouco. Mas se você não estiver confortável, não vai acontecer e ponto. Quando um não quer, dois não fazem.

Sasuke concordou com a cabeça, findando o assunto com um beijo na boca. E depois de transarem ao ar livre após mais de um mês na seca e não ter sido tão prazeroso assim pra nenhum dos dois, ele aceitou pensar sobre a proposta.





[...]





Sakura era uma mulher ambiciosa. Sempre teve dificuldade em aceitar “não” como resposta, por isso correu tanto atrás de Sasuke desde o dia que se conheceram. Não que ele não estivesse interessado, mas ela com certeza se esforçou muito mais no início da relação do que ele.

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